A CONFIANÇA EM DEUS



Tenho visto muitas pessoas bem intencionadas fazem de seu apostolado um martírio infrutífero. O motivo é bem simples: agem sozinhos, com as próprias “forças”.
Coloquei entre aspas porque nossas forças, sem Deus, são fraquezas! Trabalham como doidos, mas colhem poucos frutos: não comem, não descansam, não têm sossego, acabam ficando estressados ou histéricos, pedantes, críticos, antipáticos, acabam não tratando bem os outros, e quase não aproveitam o que fazem.

Conheci uma pessoa, por exemplo, que na maior boa intenção, fazia uma reunião por zelo, mas escrevia outras coisas, para “adiantar os outros compromissos”, e acabava nem aproveitando esta, nem escrevendo bem o que preparava. Essa pessoa dizia: “ Não posso desperdiçar o tempo”, quando eu lhe falava sobre isso.

E uma outra pessoa que, quando eu o visitava, sempre continuava a escrever e a preparar isto ou aquilo, como quem diz: “Você está fazendo com que eu perca meu precioso tempo! Enquanto estamos conversando, deixa-me adiantar um outro serviço”.

Quando abrimos nosso coração para Deus, como vimos na parte que fala sobre a oração, acabamos encontrando tempo para todas as outras coisas e, principalmente, para o irmão. Precisamos aprender a confiar na presença de Deus em nossa vida! Somos apenas instrumentos ( e tão frágeis!) em suas mãos misericordiosas. Nada mais do que isso! Trabalhemos o quanto pudermos, mas nos lembremos de que o resultado é Deus quem provê! Lembremo-nos sempre do salmo 126 (127),2: “É inútil que madrugueis e que atraseis o vosso deitar, para comer o pão com duros trabalhos: ao seu amado, Deus o dá enquanto dorme!”.

E outros textos:

Mateus 6,25.33: “Por isso vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida quanto ao que haveis de comer, nem com o vosso corpo quanto ao que haveis de vestir”. “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas!”;

João 15,5-6a: “ Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer. Se alguém não permanece em mim, é lançado for a, como o ramo, e seca”.

Quando confiamos em Deus e buscamos o seu auxílio por meio de uma oração constante e prolongada, sentimos maior certeza naquilo que fazemos e tudo vai caminhando em direção a seu reino de amor.


Quem põe sua confiança em Deus, vive na paz. Faz tudo com paciência, atende bem as pessoas, não se desespera nem se afoba, pois sabe que é Deus que dirige seus passos. Se é acusado de alguma coisa, não se aborrece, pois sabe que Deus está vendo sua inocência. Se precisa organizar algum trabalho, organiza-o mas coloca sua execução nas mãos de Deus. Prioriza o contacto fraterno com os irmãos, com as pessoas em geral, pois sabe que vai ser o instrumento nas mãos de Deus. Eu tenho um lema comigo. Não sei se está correto, mas gosto dele: “Não faça de qualquer jeito hoje, o que você poderá fazer melhor amanhã”.

Trabalhar dando prioridade mais à ação de Deus que a sua própria ação, é ir cumprindo as tarefas que nos cabe com muita calma e tranquilidade, sabendo que o resultado sempre será positivo, pois a mão de Deus está guiando a nossa.

Diz S. Paulo em 1ª Coríntios 3,6-9: “Eu plantei, Apolo (nome de um atuante na comunidade) regou, mas era Deus quem fazia crescer, Assim, aquele que planta, nada é; aquele que rega nada é; mas importa tão somente Deus, que dá o crescimento. Aquele que planta e aquele que rega são iguais entre si; mas cada um receberá seu próprio salário, segundo a medida do seu trabalho. Nós somos cooperadores de Deus e vós sois a seara de Deus, o edifício de Deus”.

Temos confiança em Deus quando deixamos que Ele oriente e participe de nossa vida, quando deixamos que Ele nos ame. Diz o missal cotidiano, comentando o capítulo 15 de S. João, que amar a Deus não é tanto amá-lo, mas deixar-se amar por Ele; deixar que Ele nos ame.

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