O AMOR DE DEUS

(Revisto em 17/09/2017) 
Jeremias 3,13: “Eu te amei com um amor eterno”
Essas palavras do Senhor continuam deste modo: “Por isso conservei para ti o amor. Eu te construirei de novo e serás reconstruída, Virgem de Israel”
Se dirigida ao povo, está sendo dirigida também a mim e a você. Deus nos ama intensamente, apaixonadamente.
Deus nos quer sempre juntos a Ele e faz de tudo para chamar nossa atenção para Ele, impondo-se como limite apenas de não ferir a nossa liberdade. Deus pode fazer tudo o que quiser, mas só nos recebe se quisermos estar com Ele. Até se formos ao inferno Ele vai nos amar. Infelizmente, se decidirmos ir para lá (por meio de uma  vida pecaminosa), nós não vamos amá-lo nem pedir-lhe perdão. Santa Catarina de Sena dizia que se uma alma “penada” dissesse algo parecido com “Senhor, me ajude”, sairia no mesmo instante do inferno e iria ao Purgatório.
Amar “com amor eterno” significa nunca mais deixar de amar-nos e sempre ter-nos amado. O amor de Deus é sem rodeios, é direto! Nosso amor por ele é limitado, misturado com amor mundano, impuro, não é um amor gratuito.
O amor de Deus por nós é 100% gratuito, ou seja, Deus nos ama sem receber nada em troca. Ninguém mais ama gratuitamente, a não ser Deus. Por mais gratuito que seja o nosso amor, nós amamos para receber o paraíso em recompensa; então, não é mais tão gratuito assim! Isaías 54,8 também nos diz: “Logo me compadeci de ti, levado por amor eterno”.
ROMANOS 11,29
 “Os dons e o chamado de Deus são sem arrependimento”. 1ª João 4,19: ”Quanto a nós, amemos, porque ele nos amou primeiro”
Deus não se arrepende de ter-nos criado, não se arrepende de nos amar. Ele espera pelo nosso sim, nossa resposta positiva ao seu amor eterno. Deus não desiste de nós, em hipótese alguma. Ele está sempre “a fim” de nós e “torce” para que o aceitemos e o recebamos em nossa vida. Basta um pedido sincero de perdão!
Tudo o que ele faz é bom” (Gênesis 1,25 “Deus viu que tudo era bom” , até o chato do pernilongo...). Se alguma coisa não agradasse a Deus, Ele não a teria criado! (Sabedoria 11,24). A única coisa impossível para Deus é mentir.
Ele não “errou” quando nos criou livres. Um  dos motivos desta minha afirmação se refere ao fato de que a alternativa seria criar-nos como bonecos, como robôs! Deus quer ser amado “De igual para igual”, “face a face”, por seres livres, que O escolheram livremente.
Nós somos os queridinhos de Deus. Somos seus protegidos. Ele nos quer ao seu lado, mas de nossa livre e espontânea vontade. Por isso é que nos criou “à sua imagem e semelhança”. Somos semelhantes a Deus porque temos a capacidade de amá-lo livremente. E sempre, sempre seremos recebidos. Ele nunca vai se arrepender de chamar-nos e ajudar-nos na caminhada.
JOÃO 3,16
 “Pois Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
Nós somos fracos e nos deixamos levar por outros amores idolátricos (poder, sexo, dinheiro, consumismo, ira, inveja, avareza, maldade).
Para conseguir que ficássemos juntos a ele, teve essa feliz ideia de nascer aqui conosco, na pessoa de seu Filho, Jesus Cristo, que é tão Deus quanto o Pai e o Espírito Santo, e tomou uma carne semelhante à nossa, onde passou a ser não só 100% Deus, mas também 100% homem, homem perfeito e sem pecado. Jesus foi semelhante a nós em tudo, menos no pecado.
Todos os que crerem e confiarem em Jesus não perecerão, mas terão a vida eterna. Que notícia gratificante! Deus facilitou extremamente a ida até Ele, e se encontrou plenamente com o ser humano na pessoa de Jesus Cristo.
Os que forem para o inferno, terão ido por pura arrogância de não quererem dizer “Sim” a Deus e pedir-lhe perdão. Muitas vezes não reconhecem seus pecados: não se acham pecadores. O único pecado que não tem perdão é não pedir perdão a Deus, seja por qual motivo for. Se pedirmos perdão, seremos perdoados com certeza. Se não nos vem um arrependimento sincero, peçamos perdão assim mesmo que, se propormos não fazer mais os tais pecados, Ele nos perdoará e, mais ainda, nos dará a graça do arrependimento, que é um dom de Deus.
Que amor pode haver maior que o de um Deus que se faz homem para mostrar-nos o verdadeiro caminho da felicidade, que é a nossa realização plena em seu Reino de Amor, e morreu por nós?
ISAÍAS 54,10
“Os montes podem mudar de lugar e as colinas podem abalar-se, porém meu amor não mudará, minha aliança de paz não será abalada, diz o Senhor, aquele que se compadece de ti”
ISAÍAS 49,15-16
“Ainda que as mulheres se esquecessem (de seus filhos), eu não me esquecerei de ti. Eu te tatuei na palma de minha mão”.
Deus nos tatuou (não o nosso nome, mas nós próprios) nas palmas de suas mãos, ou seja, nunca vai nos esquecer. Nós nos esquecemos facilmente de pessoas e de coisas, mas Deus nunca nos esquece. Por mais que sejamos pecadores.
GÁLATAS 6,7
“Não vos iludais! De Deus não se zomba!”
Não podemos zombar de Deus, como os que dizem que no final da vida vão pedir perdão. Quem ama, busca a pessoa amada. Quem ama procura todos os meios para agradar a pessoa amada. Deixar a conversão para o final da vida é o mesmo que não aceitar Deus, que recusá-lo, que zombar dele. O versículo 8 completa: “Quem semear na sua carne, da carne colherá corrupção; quem semear no espírito, do espírito colherá a vida eterna”.
EFÉSIOS 3,20
“Deus é poderoso para fazer muito além, infinitamente além de tubo o que nós podemos pedir ou perceber”.
Esse versículo me enche de alegria, paz, confiança e tranquilidade. Deus pode tudo e sabe tudo, como diz o salmo 139 (138): “Senhor, vós me sondais e conheceis”. E o salmo 56(55): “Já contaste os meus passos de errante, recolhes minhas lágrimas em teu odre! Não está no teu livro de contas?” Ou, na tradução do Ofício das Horas: “Do meu exílio registrastes cada passo, em vosso odre recolhestes cada lágrima, e anotastes tudo isso em vosso livro!” (Oração durante o dia, 2ª 5ª feira).
Se Deus é poderoso para realizar em nós infinitamente além do que pedimos ou pensamos, por que nos preocupar? É como diz o Beato Carlos de Foucauld no texto do dia 12/09, no livrinho “365 dias com o Irmão Carlos”: “O fundo de nossa alma, o que não deve mudar, o fundamento invariável, o fundamento inquebrantável, é a conformidade com a vontade de Deus, qualquer que ela seja”.
De fato, qualquer que seja a vontade de Deus a nosso respeito, vale a pena segui-la, pois Ele nos ama infinitamente e nos conhece plenamente, de modo que nunca vai nos levar a um caminho que nos separe dele, que nos leve á infelicidade.
LUCAS 13,34
“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis reunir teus filhos como a galinha recolhe seus pintinhos debaixo das asas, mas não quisestes!”
É surpreendente a humildade de Jesus quando se compara a uma galinha choca! Quando eu era pequeno gostava muito de ver os pés dos pintinhos sob a galinha, todos pipilando um som que dava a entender que estavam satisfeitos com o aconchego!


Jesus, Deus e Homem verdadeiro, mostra-nos todo o seu amor humano e divino. Ele é o “Kyrios”, o Senhor (no Novo Testamento corresponde à tradução para o grego de “Javé”, “Jeová” e “Adonai”).
Quando falamos do amor de Jesus, falamos do amor da Santíssima Trindade, pois Deus, apesar de ser três pessoas, é um Deus só. E o amor do Pai e do Espírito Santo se transmite a nós por Jesus Cristo. Ele é o encontro único da divindade com a humanidade. Ele é o nosso único intercessor junto ao Pai: “Filipe, quem me vê, vê o Pai! Não crês que estou no Pai e o Pai em mim?” (João 14,9-10).
Vigiar e rezar nos dá forças para resistirmos ao pecado e, assim, podermos permitir que Deus nos ame. Ou seja, nessa comparação acima, que nós permaneçamos sob as asas da galinha, a fim de que o gato não nos pegue.
Deus pode fazer conosco o que ele bem entender, mas prefere estar conosco só se nós  quisermos. Quero dizer, Ele sempre está conosco, mas só se dá a conhecer, só se revela ao nosso lado, se o acolhermos. Veja o que diz o livro da Sabedoria 1,1-4: “Procurai o Senhor com simplicidade de coração, porque ele se deixa encontrar por aqueles que não o tentam, ele se revela aos que não lhe recusam a fé. Pois os pensamentos tortuosos afastam de Deus (...). A sabedoria não entra numa alma maligna, ele não habita num corpo devedor ao pecado”!
Em outras palavras, amar a Deus não é nada mais do que deixar-se amar por ele. Em Provérbios 23,26: “Meu filho, dá-me o teu coração, e que teus olhos gostem dos meus caminhos!” Preciso dizer mais?
JOÃO 14,1-4.6
“(...) Vou preparar-vos um lugar (...) vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também. E para onde eu vou, conheceis o caminho(...). Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”!
Quem ama não quer separar-se da pessoa amada. Jesus, Deus Eterno, quer estar conosco sempre, e não só agora, enquanto estamos vivos e o procuramos de vez em quando.
Enquanto estivermos vivos, sempre poderemos procurá-lo. Se formos para o inferno, nunca mais poderemos desejá-lo, nunca mais o buscaremos. Jesus sabe disso e quer-nos para sempre ao seu lado.
O caminho para o céu é o próprio Jesus! Ele é também a Verdade e a Vida. Ele não quer me perder, mas também, como eu já disse, não quer forçar nossa participação. Quer que caminhemos livremente por esse caminho que é ele próprio.
Temos uma casa, no paraíso, que vai ficar fechada para sempre se não optarmos por Jesus. “Na casa de meu Pai há muitas moradas” (João 14,2).
Se nós realmente amamos a Deus, nosso maior desejo deveria estar sempre ao seu lado, não é mesmo? Se não sentimos esse desejo, só posso entender que ainda não o amamos!
JOÃO 13,1- “Jesus, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”
João 13,34: “Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros”.
João 15,9: “Assim como o Pai me amou, eu também vos amei. Permanecei no meu amor!”
João 17,23: ”Que o mundo reconheça que me enviaste e os amaste como amaste a mim”
Gálatas 3,20: “Jesus me amou e se entregou a si mesmo por mim”.
Efésios 3,19: “O amor de Cristo excede todo conhecimento”
Tudo o que Deus faz é tão infinito como ele. Assim, o amor que ele tem por nós é o mesmo que oque ele tem para com o seu Filho Jesus! (João 17,23).
O amor de Deus é tão profundo que supera todo o conhecimento (Efésios 3,19), de modo que ele permanece misterioso para nós, seres finitos, limitados, que só temos condição de abranger uma certa intensidade do amor e não conseguimos ir além.
Diz Isaías 40,28-31 , trecho tão comentado pela pastora Joyce Meyer: “O Senhor é Deus eterno (...) Ele não se cansa nem se fatiga. Sua inteligência é insondável! Ele dá força ao cansado (...) Os que põem sua esperança no Senhor, renovam as suas forças, abrem as asas como as águias, correm e não se esgotam, caminham e não se cansam”
Não só sua inteligência, mas também seu amor é insondável. Não porque não pode ser medido e visto, mas porque excede a nossa capacidade de medir!
O amor de Deus nos torna incansáveis no caminho do Reino dos Céus. Se colocarmos nele nossa esperança e nossa confiança, os canais são desobstruídos e seu amor pode nos envolver, entrar em nossa vida e nunca desanimaremos, nunca entraremos na inércia.
Entretanto, tudo isso só se concretizará se nos amarmos uns aos outros como Jesus nos amou (Jo 15,9). Sem o amor ao próximo, o amor de Deus por nós nunca estará realmente sendo retribuído por nós. Como diz 1ªJoão 4,20-21: “Quem odeia o seu irmão (que vê) mas diz que ama a Deus (que não vê)é um mentiroso (e o amor de Deus não está nele). Aquele que ama a Deus, ame também seu irmão”.
MIQUEIAS 7,19
“Mais uma vez ele (Deus) terá piedade de nós, pisará aos pés nossas faltas, lançará no fundo do mar todos os nossos pecados”.
O Senhor quer nos perdoar e jogará no mar os nossos pecados e com um detalhe importante: no mais fundo do mar. Antes de jogá-los no mar, ele os pisará e os destruirá. É incrível como Deus releva nossas faltas para que estejamos possibilitados de estar junto dele! Digo isto porque Deus nunca se afasta de nós: nós é que nos afastamos dele.
Sempre comparo essa situação com os pais que permitiram que o filho abandonasse o carro em que estariam viajando, mas continuam dirigindo ao seu lado, até que o filho resolva entrar novamente no carro.
O perdão de Deus é isso: deixar que voltemos aos seus braços.
O segredo de recebermos o perdão divino é o arrependimento de nossos pecados ou, pelo menos, o desejo sincero de não pecar mais.
Diz um artigo da revista Aparecida de setembro de 2015, pág. 23, do Pe. Evaldo: “ O julgamento feito por Deus, que não se revesse pela simples acusação das culpas, mas se reveste pela acolhida misericordiosa de Deus, que a todos perdoa, contanto que haja no coração do penitente o arrependimento de seus crimes e pecados”.
Não devo ter vergonha nem receio de me achegar a Deus para pedir perdão. Ele nos perdoa, nos ama e nos quer no paraíso com ele, para sempre!
DEUS DÁ O EXEMPLO
MATEUS 18,21-22- “Não te digo (perdoar teu irmão) sete vezes, mas setenta vezes sete”.
“Se teu irmão pecar contra ti sete vezes por dia e sete vezes retornar arrependido dizendo ’estou arrependido’, tu lhe perdoarás”.
Se Jesus mandou que fizéssemos isso, é porque Ele também nos perdoa. Ele praticava tudo o que pedia que os demais praticassem. Se nos pede para perdoar sempre, é porque sempre nos perdoará, contanto que estejamos arrependidos.
Por que temos tanta desconfiança do perdão, do amor de Deus? Talvez porque não perdoamos ou temos dificuldade em perdoar, como dizia o Beato Carlos de Foucauld: “ As faltas passadas não me assustam. Os homens não perdoam porque não podem retornar à pureza perdida, mas Deus perdoa porque ele apaga até as manchas e torna à sua plenitude a beleza primeira”.
Temos a tendência de projetar em Deus nossos limitados pensamentos e tendência. Se aprendermos a perdoar tantas vezes quantas o irmão vier nos pedir perdão, acabaremos acreditando que Deus, fonte do amor, do perdão e da paz, também nos perdoará.
ROMANOS 12,20-21
“Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer. Se tiver sede, dá-lhe de beber. Agindo dessa forma estarás acumulando brasas sobre a cabeça dele. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem”.
Eis outro texto que nos faz lembrar que, se Deus inspirou Paulo para nos dar esse conselho, é porque Ele faz isso também. Quando Deus continua a dar suas graças mesmo aos que não o amam, está colocando “brasas” de remorso sobre suas cabeças. E se formos nós que os perdoarmos e não lhes negarmos um prato de comida se ele estiver com fome, o nosso inimigo vai começar a pensar nessa atitude e sua “surpresa” pode se transformar uma conversão de vida!
Se nós precisamos “vencer o mal com o bem”, é sinal de que Deus também não se vinga de nós, mas está sempre pronto a nos perdoar.
A uma ação corresponde uma reação igual. Se tratarmos os outros com raiva e ódio, a resposta será de raiva e ódio. Se a ação for feita com amor, no primeiro instante talvez a reação será de revolta, mas num segundo instante será também de amor.
ISAÍAS 1,10-20: Deus pede que ante de irem oferecer touros e carneiros a ele (hoje seriam os atos litúrgicos, como a Missa), que as pessoas praticassem a caridade e a misericórdia. “Tirai de minha vista vossas más ações! Cessai de praticar o mal, aprendei a fazer o bem! Buscai o direito, corrigi o opressor! Fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva!” Em seguida diz que aí, sim, seus pecados ficarão perdoados, ou seja, se fizerem o que ele pediu.
JEREMIAS 2,33-36
Nos versículos 33 e 34, Deus, por Jeremias, lembra os crimes (assassinatos e roubos) que as pessoas faziam e depois diziam: “Eu sou inocente, certamente a sua ira vai afastar-se de mim!”. Eis que eu te julgarei (diz Deus) porque dizes: “Eu não pequei”.
No versículo 36: “Quão pouco te custa mudar o teu caminho!”
Esta é uma constatação verdadeira, que nos devia encher de esperança. Mudar nosso caminho, nosso estilo de vida, é muito importante para poder continuarmos a receber Deus em nossa vida.


Em JEREMIAS 7,1-20, Deus manda Jeremias conscientizar os que pecam e depois vão oferecer sacrifícios no templo, pensando que isso lhes dá direito a voltar a pecar. Não receberão o perdão, pois de Deus não se zomba. Com Deus não se brinca!

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