SOBRE A AUTO-AJUDA


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Os livros sobre auto-ajuda estão entre os mais vendidos no mercado livreiro. Muitos buscam orientações sobre o que fazer e o que deixar de fazer.
Por outro lado, ouros detestam esse tipo de publicação e fogem disso como o diabo foge da água benta. 

Reflitamos um pouco: o que torna uma pessoa capacitada para dizer ao outro o que fazer e o que não fazer? Em qual “árvore” esses orientadores encontram seus frutos, muitos dos quais os enriquecem?

Minha avó me dava muitas orientações boas, tal e qual minha mãe, mas eu nunca as segui! Preferi “bater a cabeça” sozinho. E você? Tem coragem e confiança necessárias para seguir as orientações de algum desses autores? O que lhe garante que falam a verdade? E, sendo ainda mais radical, o que lhe garante que o que estou dizendo é a verdade? Você vai bobamente confiar em mim?

Auto-ajuda: parecem palavras mágicas: você é uma pessoa antes de ler o livro, diz “abracadabra” e, ao terminar de lê-lo, é outra pessoa. Será que muitos não pensam que isso funciona assim mesmo? De modo quase mágico? 

Uma coisa é certa: nem tudo é aleatório. Existem certos mecanismos que dão certo no ser humano. Não vou dar-lhe conselhos do que fazer ou não fazer,mas talvez mostrar-lhe algumas coisas essenciais para que você mesmo se analise e resolva o seu problema.

1- Em primeiro lugar, o que atrapalha muito a quem não consegue encontrar seu caminho é a falta de oração. Nós somos religiosos por natureza e a oração é como que o combustível de nossa vida espiritual. Sem a oração, nenhum livro de auto ajuda, e nem mesmo a bíblia poderá ajudar você. Não há como! E eu falo não de dez minutos, mas de pelo menos um hora por dia.

2- O orgulho, a vaidade, a prepotência, atrapalham muito a caminhada. A humildade, a simplicidade nos deixam com o terreno preparado para receber a semente. Creia-me! Todos temos falhas e necessidade de mudar de vida, diariamente! Quando eu for rezar pela “conversão dos pecadores”, quero sempre lembrar-me de que eu sou um desses pecadores! Quero lembrar-me de que os outros muitas vezes veem o defeito que tenho, mas que eu mesmo ainda não percebi. 

Tenha certeza: quando mais de uma pessoa apontam uma falha minha, alguma coisa tem. E se for apenas uma pessoa, pode ser que fiz ou falei sem perceber a maldade do que eu estivera fazendo. Ou seja: se alguém comentou, é porque ou eu fiz algo errado ou no mínimo me entenderam mal. Nos dois casos tenho que repensar meu modo de falar ou de agir. 

Isso me mostra que para melhorar, eu tenho que estar com vontade firme de mudar, de buscar o caminho que me ajude a sair do “labirinto” em que me encontro. Sem esse desejo, qualquer livro que eu ler, por melhor que seja, não passará de uma bolha de sabão.

3- O próximo passo é fazer uma auto análise de mim mesmo, a fim de me conhecer melhor ou, mais elementar ainda, simplesmente de me conhecer. Quando eu me conheço, descubro mais facilmente o que fazer comigo mesmo, sem precisar de muita ajuda externa, se conheço pelo menos as leis básicas de convivência e as orientações religiosas da minha religião, seja ela qual for. 

Conhecermo-nos melhor leva-nos à auto-aceitação de nós mesmos. Ou nos aceitamos como somos, ou nos danamos, com estragos irreparáveis.


Aceitarmo-nos como somos, mas para melhorarmos, corrigirmos os “defeitos de fabricação” e poder “vender o produto”, ou seja, podermos ser aceitos na comunidade e na sociedade. 

Diz um escritor bispo que “Deus nos aceita como somos para transformar-nos naquilo que ele quer que sejamos”. Gosto muito de rezar essa frase deste modo: “Senhor, aceitar-me como sou e transformai-me naquilo que desejais que eu seja”! 


Não é preciso ser autor de um best-seller de auto-ajuda para saber que não está certa a pessoa que diz “Sou assim mesmo e não mudo. Que me engulam!” Isso é o cúmulo da preguiça ou, pior, de uma grande soberba, de um grande individualismo e prepotência.

4- O quarto passo é justamente decorrente dese último: Se eu me conheço, sei onde pisar, mas quero que Deus me oriente, para que eu não pise falso. Aí entra a Palavra de Deus: o que Deus pediu aos profetas? O que Jesus nos pediu? O que a Igreja nos pede, para sermos fiéis a Deus e às suas palavras? 

Mas mesmo aqui há um problema: eu quero fazer a minha vontade, e o que eu acho que deve ser feito. Para que isso não aconteça, tenho que confiar em alguém, e se esse alguém for Deus, posso entregar-lhe plenamente a minha vida sem medo algum. Ele é plenamente sábio, poderoso, misericordioso, para conduzir-me pelo caminho ao qual me chamou desde antes que eu nascesse, como tão bem lemos em Jeremias 1,5: “Antes que eu te formasse no seio de tua mãe eu te amei; antes que nascesses eu te consagrei para seres meu profeta”.

Em outras palavras: eu não caminho porque não confio no caminho, tenho medo de seguir aquela indicação. Se eu confiar em Jesus, posso ter plena certeza de que não precisarei ter medo. Ele mesmo nos disse em João 16,33: “Não tenham medo! Eu venci o mundo!” Não sei até onde caminhar, onde o caminho termina.

Se chegarmos a essa confiança e a essa convicção, os autores dos livros de auto-ajuda vão ter que conseguir outro emprego, para não passarem fome. 

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