O ESPÍRITO SANTO



SOBRE O ESPÍRITO SANTO 

É a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, tão Deus quanto o Pai e o Filho, e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado. É a última Pessoa de Deus revelada.

Conhecemos o Espírito Santo na Igreja e no Magistério da Igreja, nas Escrituras, na Tradição, na Liturgia Sacramental, na oração, nos carismas e nos ministérios, nos sinais de vida apostólica e missionária, no testemunho dos santos. 


Espírito é uma palavra (Ruah) que significa sopro, ar, vento. Não podemos entender as palavras "espírito" e "santo" separadas, mas somente juntas, designando a Pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos "espírito" e "santo". Seria como a palavra “pé de moleque”, um doce. Não podemos separar aí nem “pé” nem “moleque”. 

Paráclito significa: "aquele que é chamado para perto", "advogado", "consolador". Chamamo-lo também de Espírito da promessa, de adoção, de Cristo, do Senhor, de Deus, de glória. 


Os símbolos do Espírito Santo são vários: água, unção, fogo, nuvem e luz, selo, mão, dedo, pomba. Infelizmente, as pessoas insistem em representá-lo apenas como um pombo. Veja abaixo: 

Água: - ICor 12,13; - Jo 19,34; - Jo4,10-14; - Jo7,38; - IJo 5,8; - Êx 17,1-6; - Is 55,1; - Zc 14,8; - ICor 10,4; - Ap 21,6; - Ap 22,17. 

Unção: - IJo 2,20.27; - 2Cor 1,21; - Êx 30,22-32; - ISm 16,13; - Lc 4,1.18-19; - Lc 2,11.26-27; - Lc 6,19; - Lc 8,46; - Is 61,1; - Rm 1,4; - Rm 8,11; - At 2,36; - Ef 4,13. 

Fogo: - Eclo 48, 1; - lRs 18,38-39; - Lc 1, 17; - Lc 3,16; - Lc 12,49; - At 2,3-4; - 1Ts 5,19. 


Nuvem e Luz: - Ex 24,15-18; - Ex 33,9-10; - Ex 40,36-38; - 1Cor 10,1 -2; - 1Rs 8,10 -12; - Lc 1,35; - Lc 9,34-35; - Lc 21,27; - At 1,9. 

Selo: - Jo 6,27; - 2Cor l,22; - Ef 1,13; - Ef 4,30. 

Mão: - Mc 6,5; - Mc 8,23; - Mc 10,16; - Mc 16,18; - At 5,12; - At 14,3; - At 8,17-19; - At 3,3; - At 19,6; - Hb 6,2. 

Dedo: - Lc 11,20; - Êx 31,18; - 2Cor 3,3. 

Pomba: somente em - Mt 3,16 e paralelos, além da pomba do dilúvio, que não é símbolo do Espírito Santo. 

O Espírito Santo, que Cristo, Cabeça, derrama nos seus membros, constrói, anima e santifica a Igreja, que é o sacramento da comunhão da Santíssima Trindade e dos homens. É pelos Sacramentos da Igreja que Cristo comunica aos membros de seu Corpo o seu Espírito Santo e Santificador. 

O Espírito Santo prepara os homens para atraí-los a Cristo; manifesta-lhes o Senhor Ressuscitado; lembra-lhes de sua Palavra; abre-lhes o espírito à compreensão da Morte e Ressurreição de Jesus; torna-lhes presente o mistério de Cristo, na Eucaristia, para reconciliá-los, colocá-los em comunhão com Deus para que produzam muitos frutos (Jo 15,5.8.16). 

Essa ação do Espírito Santo pode ser melhor compreendida nos seus Sete Dons, que podemos entender bem nesta oração que um frei franciscano escreveu em 1945 e que resumimos: 


Ó Espírito Santo, concedei-me o dom do Temor de Deus, para que eu sempre leve a sério a presença da Santíssima Trindade em minha vida e siga a vontade divina; 

Concedei-me o dom da Piedade, para que eu sinta prazer na oração e no amor a todas as pessoas; 

Concedei-me o dom da Ciência, para que eu conheça profundamente a mim mesmo e saiba como evitar o pecado; 

Concedei-me o dom da Fortaleza, para que eu não tenha medo de nada, a não ser de perder o Vosso Reino. Que eu tenha forças para enfrentar o mal, as perseguições, e tudo aquilo que não puder evitar, e nunca vos renegue; 

Concedei-me o dom do Conselho, para que eu sempre escolha o que mais vos agrada, e saiba também aconselhar o próximo; 

Concedei-me o dom do Entendimento (da Inteligência), para que eu entenda bem as mensagens da Sagrada Escritura e da doutrina da Igreja; 

Concedei-me o dom da Sabedoria, a fim de que eu cada vez mais goste de seguir com alegria o caminho que Jesus nos ensinou. 


A revelação plena da Santíssima Trindade foi feita no dia de Pentecostes. A partir desse dia, o Reino anunciado por Cristo está aberto aos que creem nele. Pela vinda do Reino, o Espírito Santo faz o mundo entrar nos "últimos tempos", o tempo da Igreja, o Reino já recebido em herança, mas ainda não consumado. 

No estudo dos sacramentos, vamos ver que é no Batismo e na Crisma que recebemos o Espírito Santo. 

O PENTECOSTES 

731. No dia de Pentecostes (no termo das sete semanas pascais), a Páscoa de Cristo completou-se com a efusão do Espírito Santo que Se manifestou, Se deu e Se comunicou como Pessoa divina: da sua plenitude, Cristo Senhor derrama em profusão o Espírito (109). 

732. Neste dia, revelou-Se plenamente a Santíssima Trindade. A partir deste dia, o Reino anunciado por Cristo abre-se aos que n'Ele creem. Na humildade da carne e na fé, eles participam já na comunhão da Santíssima Trindade. Pela sua vinda, que não cessará jamais, o Espírito Santo faz entrar no mundo nos «últimos tempos», no tempo da Igreja, no Reino já herdado mas ainda não consumado: 

«Nós vimos a verdadeira Luz, recebemos o Espírito celeste, encontramos a verdadeira fé: adoramos a Trindade indivisível, porque foi Ela que nos salvou» (110). 

A CRISMA 

O Sacramento da Crisma é um complemento ao do Batismo e nos infunde o Espírito Santo como força divina. É dado depois dos 12 anos de idade e fortalece o(a) católico(a) para escolher e trilhar o caminho estreito do bem, para poder ser atuante na comunidade e fora dela, como os profetas Isaías, Jeremias, Ezequiel, Elias etc., tornando-o o sal da terra, a luz do mundo e o fermento da massa, como podemos ver em Mateus 5,13-16; cap. 13,33; Atos 2,1-13; João 20,22-23; cap. 16,13-14; cap. 3, 5-8; Atos 19,2-7. 


O Espírito Santo de Deus está conosco desde o Batismo, e sua força é completada com a Crisma. Durante a vida precisamos deixar que o Espírito Santo atue em nós, nos fortaleça com o fogo do seu Amor, e recebemos, desse modo, seus 7 dons: Sabedoria, inteligência, conselho, ciência, fortaleza, piedade e temor de Deus. Se não permitirmos que Ele atue em nós, Ele não vai nos abandonar, mas, respeitando a nossa decisão, não nos obriga a ouvi-lo, a seguir suas inspirações. Muitos movimentos da Igreja, atualmente, chamam isso de “Batismo no Espírito Santo”. Não é que somos batizados outra vez, mas sim, que nós aceitamos o Espírito Santo em nossa vida e permitimos que Ele nos inspire, nos ajude, nos leve à santidade. Veja no Curso do Crisma uma explicação mais completa sobre os sete dons do Espírito Santo. 


Para ler: - At 2,1-13; - Jo 20,22-23; - Jo 3,5-8; - Jo 16,13-14; - Jo 14,16.26;- Jo 15,16; - Jo 16,7; - Mt 28,19; - 1Jo 2,1; - Gl 3,14; - Gl 4,6; - Ef 1,13; - Rm 8,9.11.14; - Rm l5, - Rm 19; - 2Cor 3,- 2Cor 17; - 1 Cor 6,11; - 1Cor 7,40; - IPd 4,14. 

O ESPÍRITO SANTO E A IGREJA 

737. A missão de Cristo e do Espírito Santo completa-se na Igreja, corpo de Cristo e templo do Espírito Santo. Esta missão conjunta associa, doravante, os fiéis de Cristo à sua comunhão com o Pai no Espírito Santo: o Espírito prepara os homens e adianta-se-lhes com a sua graça para os atrair a Cristo. Manifesta-lhes o Senhor ressuscitado, lembra-lhes a sua Palavra e abre-lhes o espírito à inteligência da sua morte e da sua ressurreição. Torna-lhes presente o mistério de Cristo, principalmente na Eucaristia, com o fim de os reconciliar, de os pôr em comunhão com Deus, para os fazer dar «muito fruto» (116). 


738. Assim, a missão da Igreja não se acrescenta à de Cristo e do Espírito Santo, mas é o sacramento dela: por todo o seu ser e em todos os seus membros, é enviada para anunciar e testemunhar, atualizar e derramar o mistério da comunhão da Santíssima Trindade (será este o objeto do próximo artigo): 


«Nós todos, que recebemos o único e mesmo Espírito, quer dizer, o Espírito Santo, fundimo-nos entre nós e com Deus. Porque, embora sejamos numerosos separadamente, e Cristo faça com que o Espírito do Pai e seu habite em cada um de nós, este Espírito único e indivisível reconduz pessoalmente à unidade os que são distintos entre si [...] e faz com que todos apareçam n'Ele como sendo um só. E assim como o poder da santa humanidade de Cristo faz com que todos aqueles em quem ela se encontra formem um só corpo, penso que, do mesmo modo, o Espírito de Deus, que habita em todos, único e indivisível, os leva todos à unidade espiritual» (117). 

739. Uma vez que o Espírito Santo é a unção de Cristo, é Cristo, a Cabeça do corpo, quem O derrama nos seus membros para os alimentar, os curar, os organizar nas suas mútuas funções, os vivificar, os enviar a dar testemunho, os associar à sua oferta ao Pai e à sua intercessão pelo mundo inteiro. É pelos sacramentos da Igreja que Cristo comunica aos membros do seu corpo o seu Espírito Santo e santificador (será este o objeto da segunda parte do Catecismo). 

740. Estas «maravilhas de Deus», oferecidas aos crentes nos sacramentos da Igreja, dão os seus frutos na vida nova em Cristo, segundo o Espírito (será este o objeto da terceira parte do Catecismo).  


741. «Também o Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza, porque não sabemos o que pedir nas nossas orações; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis» (Rm 8, 26). O Espírito Santo, artífice das obras de Deus, é o Mestre da oração (será este o objeto da quarta parte do Catecismo).

- A ação do Espírito Santo, segundo o Papa

Em 22-05-2017, o Papa Francisco salientou em sua homilia que somente o Espírito Santo nos ensina a dizer: "Jesus é o Senhor". 

É por isso que devemos abrir o coração para ouvir o Espírito Santo e, assim, poder testemunhar Jesus Cristo, afirmou Francisco. 

O Papa desenvolveu sua homilia com base nas palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo Jesus Cristo aos discípulos na Última Ceia. 

E sua escolha foi de falar mais sobre o Espírito Santo, o Paráclito. Aquele que, disse Francisco, nos acompanha e "nos dá a segurança de sermos salvos por Jesus": o Espírito Santo é o Defensor enviado por Jesus para nos defender diante do Pai. 

O Espírito Santo nos conduz à plena verdade 

"Sem o Espírito, nenhum de nós é capaz de dizer, ouvir e viver Jesus. Em outras partes deste longo discurso, Jesus diz do Espírito: ‘Ele os conduzirá à plena Verdade', nos acompanhará rumo à plena Verdade. ‘Ele lhes fará lembrar de todas as coisas que eu disse; lhes ensinará tudo'. Isto é, o Espírito Santo é o companheiro de caminhada de todo cristão, é o também o companheiro de caminhada da Igreja. E este é o dom que Jesus nos dá". Francisco ainda lembrou que é o Espírito Santo que nos ensina a dizer: ‘Jesus é o Senhor". 

O Espírito Santo, disse, é "um dom: o grande dom de Jesus", "aquele que não nos deixa errar". Mas onde mora o Espírito?, perguntou o Papa. 

Senhor, abra-me o coração para que entre o Espírito 

Recordando a Primeira Leitura do dia, extraída dos Atos dos Apóstolos, quando se menciona a figura de Lídia, "comerciante de púrpura", que "sabia fazer as coisas", e a quem "o Senhor abriu o coração para aderir à Palavra de Deus", o Papa comentou que "o Senhor abriu o seu coração para que o Espírito Santo entrasse e ela se tornasse discípula. É justamente no coração que levamos o Espírito Santo. A Igreja o chama como ‘o doce hóspede do coração': está aqui. Porém, em um coração fechado ele não pode entrar. ‘Ah, então onde se compram as chaves para abrir o coração? 

Não: também este é um dom. É um dom de Deus. ‘Senhor, abra-me o coração para que entre o Espírito e me faça entender que Jesus é o Senhor'". 

O Papa acentuou que esta é uma oração que devemos fazer nesses dias: "Senhor, abra-me o coração para que eu possa entender aquilo que Tu nos ensinaste. Para que eu possa recordar as Tuas palavras. Para que eu chegue à plena verdade". 

Coração aberto "para que o Espírito entre, e nós ouçamos o Espírito" 

Francisco disse que, das Leituras do dia podem ser extraídas duas perguntas. 

A primeira delas deveria ser: "eu peço ao Senhor a graça de ter um coração aberto? ". E a segunda pergunta seria: "eu busco ouvir o Espírito Santo, as suas inspirações, as coisas que Ele diz ao meu coração para que eu prossiga na vida cristã, e possa testemunhar também eu que Jesus é o Senhor? ". 

Por fim, ainda o Papa recomendou: 



"Pensem nessas duas coisas hoje: o meu coração está aberto e eu faço o esforço de ouvir o que o Espírito de me diz. E assim iremos avante na vida cristã e daremos também nós testemunho de Jesus Cristo. " (JSG) GAUDIUM PRESS

Resumindo 

742. «E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: "Abbá!" Pai!» (Gl 4, 6). 


743. Desde o princípio até à consumação do tempo, quando Deus envia o seu Filho, envia sempre o seu Espírito: a missão dos dois é conjunta e inseparável. 

744. Na plenitude dos tempos, o Espírito Santo realiza em Maria todas as preparações para a vinda de Cristo ao povo de Deus. Pela ação do Espírito Santo n 'Ela, o Pai dá ao mundo o Emanuel, «Deus conosco» (Mt 1, 23). 

745. O Filho de Deus é consagrado Cristo (Messias) pela unção do Espírito Santo, na sua Encarnação (118). 

746. Pela sua morte e ressurreição, Jesus foi constituído Senhor e Cristo na glória (119). Da sua plenitude, Ele derrama o Espírito Santo sobre os Apóstolos e sobre a Igreja. 


747. O Espírito Santo, que Cristo-cabeça derrama sobre os seus membros, constrói, anima e santifica a Igreja. Ela é o sacramento da comunhão da Santíssima Trindade com os homens.

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