MINHA FÉ 4- A VONTADE DE DEUS

4- A VONTADE DE DEUS

É um tema muito controvertido para muitos, mas na verdade é muito claro.

Nem tudo o que acontece é a vontade de Deus. O mal, por exemplo, nunca será vontade de Deus, embora Ele o permita. Tudo o que acontece, acontece pela permissão de Deus. Isso é verdade. Entretanto, nem tudo o que ele permite é de sua vontade.

Dou um exemplo bem simples: a filha pede ao pai para ir ao baile. O pai permite, mas pede que ela fale também com a mãe. Sua mãe lhe diz que não é de sua vontade que ela fosse, mas para não contrariar o esposo, lhe permite. Veja bem: ela permitiu, mesmo contra a sua vontade.

Então é nisso que acredito: tudo tem que passar pela permissão divina, mas nem tudo é de sua vontade. Isso muda muitos conceitos que se fazem por aí! O mal nunca será da vontade de Deus, embora ele o permita. Aquela doença não é vontade de Deus; Ele a permite para que nos purifiquemos de nossos pecados, ou para mudarmos nosso ponto de vista!

É comum os presos apelarem a Deus para se libertarem e falarem que “não pode ser vontade de Deus que eu fique aqui. É desumano. Não está certo”! Entretanto, ninguém faz a mesma afirmativa quando está cometendo o crime que o levou à prisão! Se Deus permite que pequemos ou que pratiquemos crimes, vai permitir também que paguemos isso, seja do modo que for. Deus permite tanto o prazer quanto o sofrimento, mas nem tudo corresponde à sua vontade.

Jesus, ao ensinar o Pai-Nosso, ensinou-nos, por consequência, a fazermos a vontade do Pai e, por conseguinte, a sua vontade: “Seja feita a vossa vontade na terra como ela é feita nos céus”.

Buscar sempre fazer a vontade de Deus é a atitude mais inteligente que podemos ter. Nenhuma paz é comparável à que procede do cumprimento da vontade divina. É uma paz envolvente e altamente tranquilizante.

Se nos propormos a fazer unicamente a vontade divina, estamos colocando nossa vida em suas mãos, com a certeza de que ele só vai nos permitir aquilo que possa nos levar ao paraíso. Nem tudo o que nos dá prazer nos faz bem. Se estamos a fim de fazer sua vontade, não teremos preocupações desnecessárias, estressantes e deprimentes, pois sabemos que Deus está no leme do nosso barco. Isso nos dará essa paz incrível que os santos vivem. É como se estivéssemos em “piloto automático”: vamos vivendo a nossa vida, cientes de que fazemos apenas o que Deus quer, seguros de que ele nos levará ao porto da salvação, não teremos ambições desordenadas, não nos angustiaremos pelo que vai ou não ocorrer no futuro.

O Beato Carlos de Foucauld era dominado pelo empenho em fazer a vontade de Deus. Eis o que ele diz:

“A única perfeição não é senão viver este ou aquele gênero de vida que Deus quer, onde Ele quer, e conduzi-la como a teria conduzido Ele próprio” (“Um pensamento a cada dia”, dia 8/06). “Conhecer a vontade de Deus para cumpri-la, qualquer que seja ela, e a ela nos atirarmos com todo o coração e com todas as nossas forças” (idem, 04/06).

Faço diariamente a Oração do Abandono dele. É assim: “Meu Pai, a vós me abandono. Fazei de mim o que quiserdes. O que de mim fizerdes, eu vos agradeço. Estou pronto para tudo, aceito tudo, contanto que a vossa vontade se faça em mim e em todas as criaturas. Não quero outra coisa, meu Deus. Entrego a minha vida em vossas mãos. Eu vo-la dou, meu Deus, com todo o amor do meu coração, porque eu vos amo e porque é para mim uma necessidade de amor dar-me e entregar-me em vossas mãos sem medida e com infinita confiança, porque sois meu Pai”. (Charles de Foucauld)

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