MINHA FÉ 12- A POBREZA EVANGÉLICA


12- A POBREZA EVANGÉLICA


Estarrecido.

De boca aberta.

É assim que fico quando medito sobre a “divina loucura” de Jesus ter nascido pobre e humanamente indefeso neste nosso mundo. É muito amor, amor loucamente apaixonado. Uma mínima quantia desse amor, se praticado por nós, acabaria com as guerras na humanidade. Um átimo de luz que se irradia desse amor divino, iluminaria todo o universo!

Jesus se fez pobre, trabalhador humilde em Nazaré, e depois se mostrou o Salvador, Deus encarnado, misericordioso, e todos puderam perceber o seu amor infinito assumido pela sua humanidade.

Tento aprender com Jesus, mas que tarefa imensa! É um projeto para a vida toda!

Jesus era “dono” da situação: mesmo estando no mesmo nível dos pobres, mostrava-se superior, plenamente independente, senhor de si mesmo, magnânimo, sabia sentir o âmago dos outros, e sua misericórdia infinita transbordava de seu ser humano.

Nós temos medo da pobreza pela insegurança que ela traz. Eu penso nisso desde há muito tempo, e admiro santos como São Francisco de Assis, Santa Clara, Santa Isabel de Portugal, o Beato Carlos de Foucauld e tantos outros que abraçaram decididamente a pobreza evangélica. Este último era milionário e deixou tudo para imitar Jesus, a quem denominava seu “bem-amado”.

Essa insegurança da pobreza escolhida conscientemente como modo de vida nos dá a segurança do auxílio divino, nos contempla com a presença de Deus em nossa vida e a sua Divina Providência. Deus protege declaradamente quem escolhe a pobreza evangélica.

Quem é instruído possui uma riqueza intrínseca, que só lhe será tirada por alguma doença mental ou esclerose ou pelo mal de Alzheimer. Isso dificulta sua renúncia, pois ele sempre dará uma solução melhor para seu modo de vida, qualquer que ele seja, auxiliado pelo seu modo mais esclarecido de resolver os problemas práticos do dia a dia.

O que para Jesus foi a “alavanca” de sua pobreza, ou seja, sua sabedoria e sua ciência, para nós é causa de dificuldade. É-nos muito difícil a humildade e a simplicidade, pelo fato de sabermos controlar as piores situações de nossa vida.

Pelo que vemos na Bíblia, essa foi justamente a maior e a mais constante tentação de Jesus: usar sua maior riqueza, a divindade, para sanar as dificuldades humanas que encontrava pelo caminho. Veja as tentações no deserto e o que Lucas diz: “Tendo terminado todas essas tentações, o Diabo o deixou até ocasião oportuna” (Lucas 4,13), ou seja, muitas outras vezes, culminando na hora da Paixão, em que Jesus chegou a suar sangue. Jesus venceu sempre, e nos mostra o caminho da vitória: segui-lo após a sua cruz, com a nossa, e obedecer a tudo o que nos ensinou, sobretudo a oração, o amor ao próximo e a vigilância.

Eu gostaria muito de ser como Jesus, não ter medo de nada, nem o de ser pobre, pois aí eu me entregaria confiante e totalmente em suas mãos, e sei que nunca eu iria me decepcionar. Quem confia em Deus não tem com o que se preocupar. É livre, mente arejada, feliz, tranquilo, calmo, paciente, sereno, é o “PERFUME DE CRISTO” (2ª Cor 2,15).

Há certas situações, como os que vivem em prisões ou estão doentes, em que se experimenta a pobreza real. E a esperança da cura ou da liberdade aloja-se ao lado da humildade (às vezes de muitas humilhações) e da confiança total no único que pode libertar e curar, nossa poderosa e misericordiosa Trindade.

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