MINHA FÉ 18- AS ILUSÕES NO CAMINHO


18- AS ILUSÕES NO CAMINHO


É mais comum do que se pensa termos ideias aparentemente corretas em nossa caminhada, mas que, se forem vistas realisticamente, são puras ilusões.

Essa é uma das coisas em que creio. Muitas opções que tomamos na vida são puras ilusões. É comum, por exemplo, ao estarmos comendo um alimento, falarmos ou pensarmos em outro, e acabamos não aproveitando todo o sabor do que estamos comendo! O correto é deixar de falar sobre outros alimentos e saborear o alimento que está na boca!

Quando alguém está comendo feijoada, fala sobre aquela lasanha que a mãe fazia. Se é um doce de abóbora, fala do arroz-doce de sua avó. Assim fazemos também com outros assuntos sérios. É numeroso o número de pessoas que vivem numa determinada realidade e, ao invés de buscar soluções que resolvam os problemas locais, pensam ou planejam outros tipos de ações que não condizem com sua realidade.

Exemplo: um preso fala em fugir porque precisa cuidar de sua família. Ora, se ele fizer uma besteira dessas, não só não vai poder ajudar, por estar fugido, como também vai abandoná-la ainda mais, por estar sempre fugindo entre locais onde não possui parentes, pois sabe que vão procurá-lo na casa destes.

Uma pessoa que segue a vida religiosa numa abadia ou num convento não deve ficar fazendo planos missionários. Não dá! Santa Teresinha fez isso, mas viveu plenamente sua vida conventual de clausura fechada. Será que outras pessoas que fazer isso conseguem viver bem a sua vida, se ficam a sonhar com outras aventuras religiosas que não são atinentes? Já um missionário consegue talvez encontrar momentos de silêncio e isolamento para uma vida contemplativa parcial, vamos assim dizer. Mas não deve ter sonhos mirabolantes dentro de sua vocação. A humildade vale muito em todos os tipos de vida. Se não conseguirmos isso vamos sofrer muito. Pelo menos é nisso que creio. É uma ilusão terrível nos angustiarmos por não viver outro tipo de vida que não nos é possível, pelo menos a curto prazo. Pode ser fuga da realidade.

Por outro lado, acredito que “Deus capacita os que ele chama”, como ouvimos em retiros. Se foi Ele quem escolheu alguém para uma vocação, esse alguém pode seguir confiante, pois todos os seus problemas serão superados por sua admirável graça!

Quando você sentir desânimo na vocação a que acha ter sido chamado, peça a Deus ajuda e você ficará forte para vencer as dificuldades, a não ser que descubra que não é essa a sua verdadeira vocação.

Acho que devemos enfrentar nossa realidade seja ela qual for, conhecermo-nos bem. Há pessoas que falam: “Ah, se... Ah, se eu não tivesse feito tal coisa! Ah se eu fosse deste ou daquele modo”! “Ah se eu tivesse nascido rico”!

Chorar o leite derramado não vai recuperar ninguém! É preciso assumir as culpas passadas, os erros do caminho, as pisadas em falso, os escorregões, e ajustar-se à realidade para vencer os problemas.

Devemos procurar sempre ver quem realmente somos. Estudemos e analisemos o nosso passado e procuremos consertá-lo diante da graça de Deus, vivendo o tempo presente com alegria e confiança na misericórdia divina! Quando gostamos do que fazemos, quando temos certeza de nossa vocação, vamos conseguir superar tudo e seguir adiante. Fugir não adianta. Culpar os outros, culpar os acontecimentos, também não adianta. Vivamos, pois, a nossa realidade e aos poucos, com a graça de Deus, com o auxílio de pessoas capacitadas que nos possam ajudar, conseguiremos progredir na virtude e na participação.

No princípio de nossa resolução procuremos ver como tudo está caminhando, analisemos os prós e os contras, busquemos conhecer as várias soluções possíveis, as várias opções, consertemos os erros passíveis de serem consertados, peçamos ajuda profissional ou de quem tem a capacidade para ajudar-nos, como já disse atrás, e sigamos nossa vocação, no estilo de vida escolhido.

Muitos tipos de depressão e até de suicídios são decorrentes do fato de não se assumir a vida como ela é, de querer fugir dos problemas em vez de enfrentá-los, do orgulho e da falta de humildade em não se aceitar os próprios erros e descaminhos feitos.

Qualquer erro, qualquer pecado, é perdoável a quem pede perdão e se propõe a recomeçar, quantas vezes isso for necessário.

Vamos tirar os “Ah”! e os “Se” de nossa vida!

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