C.R. - 21 - MARIA


21- MARIA

Maria foi escolhida por Deus para ser mãe de Deus aqui na terra. Era uma jovem de aproximadamente 17 anos de idade quando recebeu o Arcanjo São Gabriel que lhe pediu que aceitasse ser Mãe de Jesus.
Na bíblia esse fato é contado por Mateus 1,18 e Lucas 1,26-38. Mateus não fala do Arcanjo, mas acredito que o subtende. Ela já estava casada com José, mas ainda não morava com ele. Morava com seus pais, Joaquim e Ana. 

Deve ter sido bem difícil para ela ter que explicar o que ocorrera. Acredito que deve ter sofrido muito com calúnias e incompreensões. José não quis denunciá-la como adúltera porque era um homem “justo”, palavra que tem um sentido bem mais profundo, na bíblia, do que entre nós.

Só não a deixou porque um anjo lhe disse, em sonho, que o filho que Maria esperava era Filho de Deus. Aí ele a recebeu e foram morar juntos. Acredito que Maria visitou Isabel quando ainda morava com os pais.

Que Maria pode ser chamada “Mãe de Deus” vemos em Lucas 1,43: “Donde me vem a graça de ser visitada pela mãe de meu Senhor?”. A palavra “Senhor” em grego, língua em que está narrado esse encontro das duas mães é “Kyrios”, tradução da palavra “Javé” ou “Jeová”, como dizem os não católicos. Mostra claramente que Maria é Mãe de Deus.

Jesus, como já dissemos no início deste curso, é 100% Deus e 100% homem. Ele é totalmente Deus e totalmente homem. Ele vivia no céu com o Pai e o Espírito Santo. É a segunda pessoa da Santíssima Trindade.

O primeiro capítulo de João mostra tudo isso claramente; Jesus criou o mundo com o Pai e o Espírito Santo: “Tudo foi feito por ele e nada do que foi feito, foi feito sem ele” (João 1,3).

Para que isso se realizasse, Maria foi redimida desde sua concepção, não nascendo,  portanto, com o pecado original. Por isso é chamada de “IMACULADA CONCEIÇÃO”. 

Acreditamos que Maria foi assunta ao céu em corpo e alma. Essa sua assunção é a antecipação da ressurreição dos outros cristãos. Segundo a bíblia, houve a assunção de Henoc e Elias (Gn 5,22-24; Hb 11,5; 2Reis 2,11), mas é provável que isso seja apenas um simbolismo, já que Jesus foi o primeiro que ressuscitou e está no céu de corpo e alma. Maria foi a segunda. O restante da humanidade será o terceiro.  

Maria não teve outros filhos, só Jesus. A maior prova disso está em João 19,25-27, quando Jesus pede que João, que não era parente deles, tomasse conta de Maria. Ora, pela lei da época (1Tim 5,4; Deuteronômio 5, 16; Mt 15,4), se Maria tivesse outros filhos, eles é que teriam de cuidar dela, e não uma pessoa sem nenhum parentesco com ela.

Os chamados “irmãos de Jesus" são, realmente, primos. Na bíblia é comum chamar primos de irmãos. Só uma vez, em Col 4,10, é usada a palavra primo, “Anépsios”. Em todos os outros lugares é usada a palavra “Adelphos”, irmão.

Em Mt 10,2-3, por exemplo, vemos que existe dois Tiagos, um deles chamado “irmão do Senhor” (Gálatas 1,19). Um deles era filho de Alfeu, o outro, de Zebedeu. Ou seja, nenhum deles era filho de José.

Veja um exemplo de como Abraão chama um seu sobrinho de irmão em Gênesis 11,31 e 13, 8. Combine os dois textos: um deles mostra que o rapaz é sobrinho de Abraão e o outro mostra Abraão se referindo a ele como irmão. Os evangélicos e protestantes mudaram a palavra “irmão” para “parente”, mas no original Abraão chama de irmão o seu sobrinho. É o que ocorreu com as outras vezes em que os primos são chamados de irmãos.

Se Jesus é nosso irmão, Maria é nossa mãe, não é? Há também aquelas palavras de Jesus dizendo a João: “Eis aí tua mãe, eis aí o teu filho”, que nos dá direito de também chamarmos Maria de nossa mãe!

Além de chamarmos Maria de Mãe, nós também a chamamos de nossa advogada, auxiliadora, protetora, medianeira. Costumamos chamá-la por vários títulos, mas é sempre a mesma Maria, Mãe de Deus: N. Sra. Aparecida, de Lourdes, de Fátima, de Medjugorje, de Salete, de Guadalupe, da Conceição, N. Sra das Graças, de Loreto, da Paz, Rosa Mística, da Ponte, Auxiliadora, dos Homens, do Santo Rosário, da Consolata, do Monte Serrat, do Carmo, etc.

Um dos motivos de tantos nomes é porque Maria, não tendo mancha alguma de pecado, reflete totalmente a maravilhosa graça de Deus, nesses seus inúmeros títulos. Cada título corresponde a um aspecto dessa graça de Deus. Diz uma frase escrita numa das paredes do Santuário Nacional de Aparecida: “PEÇA À MÃE, QUE O FILHO ATENDE”. é como diz um autor, acho que o Pe. Zezinho: “Quando nós pedimos algo a Deus, pedimos “pelo vosso Filho e Senhor nosso, Jesus Cristo”. Quando Maria é quem pede, ela pede “pelo NOSSO filho Jesus Cristo”, o que faz toda a diferença.”

Maria insiste com todos nós o que falou nas bodas de Caná: “Fazei tudo o que ele vos disser”.  É o seu único desejo: que todos ouçamos o que diz Jesus e o coloquemos em prática. Se todos fizermos isso, o mundo todo será bem diferente e não haverá mais necessitados. Como diz Santo Agostinho: “Quando Deus for tudo em todos, não haverá mais desejos, pois Deus é tudo o que uma pessoa pode desejar”

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