JESUS MISERICORDIOSO



Diz Efésios 2, 4: “Deus é rico em misericórdia!”, e quer que também nós o sejamos, ajudando as pessoas, acolhendo-as, nunca desprezá-las e sempre perdoá-las.
Tiago 2,1-26 nos diz que a fé, sem as obras, é morta: precisamos ajudar os pobres e necessitados, não desprezando nem humilhando a ninguém. Agindo assim, no julgamento final Deus será misericordioso também para conosco.

É o que diz Mateus 25, 31-46, quando Jesus dá uma amostra simbólica de como será esse julgamento: o critério de sermos acolhidos ou não no paraíso será o que fizemos ou deixamos de fazer para com os outros. Diz também Tiago 2,13: “A misericórdia vence (triunfa sobre ) o julgamento”. Quer dizer: se exercermos a misericórdia, não iremos ser julgados. É bom lembrar que a misericórdia implica, também, a não julgarmos a ninguém. Veja Mateus 7,1-4 e 1ª Pedro 4, 8 “A misericórdia cobrirá a multidão dos pecados!.
                 







NOSSA VIDA COM ESSE DEUS DE MISERICÓRDIA

Deus criou o mundo de tal forma que nele pudéssemos viver, pois somos a obra mais importante de sua criação. Deus nos criou para que pudéssemos morar com ele no céu e gozarmos sua presença, admirarmos sua beleza, fazer-nos felizes. Para deixarmos fora nosso egoísmo e aprendermos a partilhar, ele planejou tudo de tal forma que nos tornamos seus “sócios” na criação: cada vez que uma criança é concebida, Deus cria, naquele momento, uma alma imortal e ele se torna um ser humano, com direito a viver feliz no paraíso pelo resto da eternidade.

Deus não quer obrigar-nos a estar com ele. Por isso, deu-nos o livre arbítrio, pelo qual temos a vida toda para escolhermos essa vida feliz (o paraíso) ou estarmos longe dele (o inferno). Quem morre sem ter escolhido Deus de modo pleno, mas buscou-o durante sua vida, vai para o Purgatório, até purificar-se, pois como diz o Apocalipse 21,27: “Na cidade celeste não entrará nada de imundo, nada que contamine, nada que cometa abominação e mentira”.

Muitas vezes parece-nos que Deus é incapaz de impedir o mal, o sofrimento. Parece-nos que ele não está “nem aí” conosco. Não é verdade! Mesmo quando ele não interfere, ele está “torcendo” por nós, para que superemos com heroísmo e amor aquela fase triste de nossa vida.

Ele nos deixou livres em nossa ação. Quando não impede o mal, na verdade está preservando nossa liberdade. Ele não quer ser servido por “fantoches”, mas por pessoas conscientes, de livre e espontânea vontade. Se não nos tira daquela situação, dá-nos a força e as condições para vencermos. O próprio São Paulo Apóstolo não obteve a cura de um mal que sofria: “Pedi ao Senhor por três vezes que me livrasse desse espinho na carne, mas ele apenas me respondeu: 'A ti, basta-te a minha graça', porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.' ”(2Cor 12,8-9).

Em Hebreus 12,5-13, vemos todo um tratado de como Deus nos permite os sofrimentos como um meio de corrigir-nos e nos educarmos para a santidade. Ele nos permite os sofrimentos “para que possa nos infundir a sua santidade” (Hebreus 12,10). e Sabedoria 12,2: “ É por isso que corriges com carinho os que caem e os repreendes, lembrando-lhes seus pecados, para que se afastem do mal e creiam em ti, Senhor!” Também em Apocalipse 3,19: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te”.

Quantas sementes há num moranguinho? E numa melancia? E num maracujá? E numa jaca? Inúmeras, abundantemente. Deus não é “pão-duro”! Ele tudo criou com abundância, para “mortal algum pôr defeitos”. O ser humano, entretanto, insiste em negar, em querer lucrar muito sobre coisas que a natureza cede gratuitamente; a cobrar muitíssimo mais do que valeu e custou o seu trabalho. Isso e outras coisas semelhantes agridem frontalmente o Senhor e criador de tudo, o verdadeiro dono de tudo o que existe!

Todos os seres irracionais soltos na natureza recebem de Deus seu sustento (Mateus 24,45; 6,19-34). Por menou e mais ínfimo e humilde que seja, todos são conhecidos e amados por Deus. Se houvesse alguma coisa que Deus não tivesse amado, ele não a teria criado (confira em Sabedoria 11,24).

Se Deus cuida assim dos seres irracionais, o que não fará por nós, criados à sua imagem e semelhança? (Cf. Mateus 6,19-34) Mas muitas vezes nós não levamos isso em consideração quando é a nossa vez de partilharmos! Qualquer partilha que temos de fazer nos custa muito, e é com tremendo esforço que o fazemos, e quando temos a coragem de o fazermos.

São Basílio era de família aristocrata e partilhou tudo o que tinha, apesar de ser bispo, para viver com os pobres de seu tempo. E seguia uma regra que ele mesmo propusera: era ilícito ao cristão possuir mais do que quatro vezes o mínimo necessário.

Se traduzíssemos isso para os dias de hoje, ele ficaria horrorizado se o visse! Quantas vezes mais do que o mínimo necessário ganha um locutor esportivo, por exemplo, alguns deles com mais de centenas de milhares de reais fixos? Ou mesmo um bom jogador de futebol? É preciso tanto para viver?

Essa não é a sociedade pensada por Deus! Até quando Ele vai permitir isso ao mundo? No ano de 2011 a Campanha da Fraternidade falava sobre a destruição do planeta, que estamos “promovendo” com nossos descuidos e agressões à natureza. Essa é (ou era) a natureza criada com tanto amor e carinho por Deus, que viu “Que tudo era bom” Gênesis cap. 1).

Que dirá Deus ao ver um rio tão poluído como o Tietê em São Paulo, por exemplo? Ou cidades ao lado de fábricas de cimento, ou de papel celulose? O cheiro é horrível, de enxofre. Tudo em nome do progresso. Para que serve esse progresso, se isto tudo vai deixar de ser habitável daqui a pouco tempo? Seria melhor menos progresso, mas melhor qualidade de vida por mais tempo!

Diz o Frei Carlos Mesters, no livro “Paraíso Terrestre, Saudade ou Esperança?”, que o paraíso narrado no Gênesis é um objetivo de vida, e não algo que perdemos. É um “plano” de vida para nós todos, que Deus gostaria que existisse, como Isaías 11 nos narra? O lobo vivendo com o cordeiro, a criança brincando com a serpente...

Para que haja isso é preciso muito empenho de nossa parte, e da parte dos milionários e tantos “ários” deste mundo, a fim de que a partilha torne a todos felizes. Sobretudo, é preciso que tenhamos mais fé em Deus, mais confiança na Providência Divina, e deixemos de adorar os falsos ídolos do dinheiro, vícios, fama, vaidade exagerada etc.

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