MATEUS CAP. 19

CAPÍTULO 19

LEIA O TEXTO EM BÍBLIA CATÓLICA 19


Mateus 19,1-9: - DIVÓRCIO

É um assunto muito difícil, mas seria interessante anotar como a Igreja, inspirada neste e em outros trechos, procede:

1- O casamento é indissolúvel= é o que foi bem realizado, com todos os requisitos, ou seja, em que os noivos não estavam impedidos de se casarem, em que os dois se casaram com pleno conhecimento um do outro e com pleno consentimento. Esse casamento é o que “Deus uniu, portanto, ninguém pode separar” Nesse caso, para continuar cristão praticante (com a comunhão eucarística), quem não consegue mais viver juntos, que se separe, mas não se uma a mais ninguém.

2- Casamento nulo = é aquele em que houve algum problema, sobretudo na falta de conhecimento, falta de consentimento e quando ocultaram do padre (ou do ministro encarregado disso) algum impedimento (como por exemplo religiões diferentes do noivo e da noiva). Nesse caso, há um tribunal, na Igreja, chamado “Tribunal Eclesiástico”, que declara a nulidade desse matrimônio, após sério julgamento, com advogado de defesa e de acusação; ou seja: declara que não foi um casamento unido por Deus. A parte católica e que não tem impedimento, pode casar-se, na Igreja, com outra pessoa, se esta for desimpedida.

É necessário o documento oficial do Tribunal Eclesiástico. Um exemplo desse tipo de casamento é quando o padre exige que os pais da criança que vai ser batizada se casem para que o referido batismo seja ministrado: se eles se casarem só para batizar o filho, ou seja, obrigados, é um casamento nulo, e podem pedir o documento de nulidade, se assim o desejarem.

3- O que é proibido = quem quer ser um cristão autêntico, seja leigo ou padre, deve manter a castidade, se for solteiro, ou manter a castidade relativa, se for casado. Isto quer dizer que, fora do casamento, ninguém pode manter relações sexuais . E, mesmo dento do casamento, nem tudo é permitido (por isso falei de “castidade relativa”). Como já disse acima, é um tema controvertido e muito difícil. S. João Batista morreu por denunciar o adultério de Herodes com sua cunhada, Herodíades. E Jesus o elogiou. Quer dizer que Jesus também não apoiava aquilo. Como dizia o Pe. Denizar, de Franca, “ Durma com um barulho desses!”

Mateus 19,10-12:- CONTINÊNCIA VOLUNTÁRIA

Eunuco era o escrevo que era castrado para tomar conta das esposas de seu dono, sem molestá-las sexualmente, e também para outros serviços. Aqui, Jesus fala dos que nasceram com problemas e nunca vão poder manter um casamento, também dos que os homens fizeram assim, como eram os eunucos, e os que, como os religiosos e pessoas que vivem a castidade, os que se “fizeram simbolicamente eunucos” por causa do Reino dos Céus. Nem todos têm vocação para o celibato (=não casar-se) e para a continência perpétua. Não adianta forçar. Sem ter vocação para esse tipo de vida, a pessoa não será feliz.

Mateus 19,13-15:- JESUS E AS CRIANÇAS

As crianças e as mulheres eram pessoas marginalizadas pela sociedade do tempo. Não tinham voz nem vez. Jesus mostra que essa atitude está errada: todos têm o mesmo valor para Deus. Não podemos fazer distinção entre as pessoas, como nos preconceitos raciais e sociais.

Mateus 19,16-22:- O MOÇO RICO

Jesus provavelmente estava convidando o moço para ser um dos apóstolos. Ele não quis e Jesus aceitou sua recusa. Será que ele teve assim mesmo uma vida feliz? Eu duvido. Só seremos felizes se seguirmos a vocação que Deus nos deu. Jesus respeita a nossa vontade, pois não nos obriga a segui-lo. Seguir a Jesus é algo que deve ser consciente e de boa vontade.

Este trecho não quer dizer que todos os que querem “ser perfeitos” devam abandonar tudo para seguir a Deus. Há pessoas que Jesus convida para o seguirem na pobreza e desprovidos de segurança, para as tarefas próprias desse tipo de vida. Mas Ele nem sempre exige que se abandone tudo. Zaqueu, por exemplo, devolveu quatro vezes o que tinha roubado, como mandava a lei da época, e deu 50 por cento do que tinha aos pobres. E Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa” (Lucas 19,1-10).

Ao jovem geraseno, a que Jesus livrara da possessão diabólica, Jesus nem isso exigiu: pediu que ele voltasse para casa e dissesse a todos o que Ele lhe havia feito (Lucas 8,38-39). Essa foi a única vez que Jesus não só permitiu, mas MANDOU que uma pessoa contasse aos demais o que Ele fizera. É, portanto, uma vocação tão especial quanto à de Zaqueu ou a do jovem rico.

Mateus 19,23-26:- AS RIQUEZAS

Se o rico não aprender a partilhar, ele não se salvará. Não é justo que alguns morram de tanto comer enquanto milhares morram de fome. Não adianta queremos aumentar o buraco da agulha ou diminuir o tamanho do camelo! Esse trecho do Evangelho é muito deturpado pelos que querem salvar-se sem “mexe no bolso”.

Mateus 19,27-30:- DESPRENDIMENTO

Quem souber colocar Deus como primeiro princípio de sua vida, aquele a quem vai amar sobre todas as coisas, e amar ao mesmo tempo o próximo, lembrando-se de que não é possível amar a Deus sem amar o próximo, esse vai salvar-se.

Aqui não pede que larguemos tudo, mas que saibamos viver desprendidos de tudo, prontos para ajudarmos o próximo e trabalharmos para seu Reino de Amor, deixando de lado o individualismo, o egoísmo. O Pe. René Voillaume, em seu livro “Fermento na Massa” (estou postando o resumo do livro no site Jesus Cáritas) diz, no capítulo sobre a pobreza, que é muito fácil nos enredarmos com os bens que possuímos e deixar que eles nos dominem, em vez de nós os dominarmos.

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