MATEUS CAP. 04

 CAPÍTULO 04

LEIA O TEXTO EM BÍBLIA CATÓLICA-04

Mateus 4, 1-11: A TENTAÇÃO DE JESUS

Jesus foi tentado não só no deserto, mas a sua vida toda, inclusive na hora de sua morte, quando, por exemplo, alguém disse: “Desce da cruz, se és o Filho de Deus!”Ele realmente poderia descer, se quisesse!

As três tentações de Jesus no deserto estavam ligadas ao fato dele ser Deus e homem verdadeiros. Ele poderia ter resolvido os problemas do seu tempo com seu poder divino. Entretanto, e os demais anos e séculos vindouros? Como nós resolveríamos os nossos problemas?

Ele poderia fazer aparecer alimento; mas e os pobres de nossos dias, como ficariam?

Ele poderia tornar-se rei. Mas... e os demais governantes de nossos dias?

Ele poderia ser rico. Mas... e a má distribuição de riquezas de nossos dias? Como ele poderia combatê-la se tivesse sido um desses ricos?

Restou-lhe agir do modo mais difícil, ou seja, ensinando-nos o bom caminho, mudando nosso modo de agir, apontando-nos um caminho para o bem estar e a felicidade válidos para todos os tempos. E, sobretudo, dando-nos o exemplo de como fazer a vontade do Pai.

No deserto Jesus colocou-se à disposição do Pai totalmente, como seu Filho Único. Lá, Ele não precisava curar, nem pregar, nem fazer milagres: apenas colocar-se nos braços do Pai.

É interessante fazermos também essa experiência: coloque-se por alguns minutos diários nos braços desse nosso Pai amoroso. Esqueça-se, nesses minutos, que você é pecador, pai, mãe, filho, estudante, desempregado, que tem que chamar a atenção deste ou daquele, ou qualquer outra coisa. Apenas coloque-se nos braços do Pai, como Jesus fez, para que Ele lhe dê o conforto necessário.

Enfim, Jesus“È o Messias que abre o verdadeiro caminho da salvação, não o da confiança em si e da facilidade, mas o da obediência a Deus e da abnegação. Era preciso que encarasse a possibilidade de um messianismo político e glorioso, a fim de preferir a ele um messianismo espiritual, pela submissão completa a Deus” (Bíblia de Jerusalém).

AINDA SOBRE A TENTAÇÃO DE JESUS, SEGUNDO Fernando Armellini (ver detalhes no final do cap. 01).

Jesus foi tentado durante toda a sua vida, e não apenas nesses 40 dias do deserto. Por exemplo em Mt 27,45: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Essa foi uma das tentações de Jesus.

No deserto, Mateus resume as tentações todas de Jesus em três, comparando-as às tentações do povo nos 40 anos do deserto, e que não foram vencidas por eles.

1ª tentação= o pão (vv 1-4)

Será que para ter uma vida bem sucedida é suficiente possuir muitos bens?

2ª tentação: pedir sinais a Deus (vv. 5-7)

Jesus se recusa a pedir sinais ou provas ao Pai. Nós pedimos sinais, como por exemplo quando falamos a Deus que, se ele nos ama, que nos ajude a encontrar um bom emprego, ou outras coisas. Poderemos, isto sim, pedir a Deus que sempre nos conceda forças para realizarmos sempre a sua vontade, seja ela qual for! Que saiamos das tentações mais amadurecidos, seres humanos mais autênticos.

3ª tentação: a do poder, da adoração àquilo que não é Deus (vv. 8-11).

“É diabólica qualquer forma de autoridade que se traduza em domínio, poder, prevaricação, pressão, imposição das próprias ideias e da própria vontade e que não respeite a liberdade do homem”.

Confira com o que disse Jesus a Pedro, em Mt 6,23, quando este lhe pediu que conquistasse o poder: “Afasta-te de mim, Satanás!”.

Os quarenta dias de Jesus no deserto, então, simbolizam os quarenta anos que o povo levou para ir do Egito à Terra Santa, com todas as tentações que o povo teve, mas não venceu, e que Jesus também teve, mas venceu.

Mateus 4,12-16: RETORNO À GALILEIA

Jesus morava na Galileia, foi para a Judéia, a fim de ser batizado por João Batista. Ficou um tempo lá, inclusive foi tentado no deserto. O trecho acima mostra que, ao saber que João tinha sido preso, voltou para a Galileia, nas não para Nazaré: mudou de cidade, indo morar em Cafarnaum, cidade que se situava à beira-mar.

Mais uma vez vemos como Jesus escolhia os lugares e os meios mais adequados à sua pregação. Devemos sempre procurar os melhores meios humanos para que a graça de Deus seja mais eficaz.

Não é próprio do cristão desprezar as conquistas humanas no campo da ciência, da física, da agricultura, do bem-estar, desde que não sejam meios ilícitos, contra a moral. Nós somos corpo e alma juntos, inseparáveis. A parte material deve estar bem estruturada para que a parte espiritual possa crescer e receber a graça de Deus.

Mateus 4,17: JESUS COMEÇOU A PREGAR

Jesus começou, então, sua vida pública, dizendo a todos: “Convertei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus. “ A pregação de Jesus iria gerar em torno disto:

1- A realeza de Deus sobre o povo eleito e sobre o mundo.

2- Ele admite um “Reino de Santos”, dos quais Deus é o rei, reconhecido no conhecimento e no amor.

3- Essa realeza, comprometida pelo nosso pecado, deve ser restabelecida por uma intervenção soberana de Deus e de seu Messias, anunciada por Jesus.

4- Essa intervenção de Jesus não é de modo guerreiro e nacionalista, mas de forma toda espiritual.

5- Esse Reino será estabelecido de maneira definitiva e entregue ao Pai pela volta gloriosa de Cristo, por ocasião do Juízo Final.

6- Durante esse período de espera em que estamos, ele se apresenta como graça pura, aceita pelos humildes, pelos capazes de renúncia, mas rejeitada pelos orgulhosos e egoístas.

7- No Reino definitivo não se entra sem a veste nupcial de uma vida nova, recebida no Batismo, e há pessoas que serão excluídas (Mt 8,12; 1Cor 6,9-10; Gál 5,21).

8-É preciso, pois, vigiar, a fim de estarmos prontos quando ele vier inesperadamente.

Enfim, converter-se é, em resumo, deixar de agir segundo a própria cabeça e começar a agir conforme a vontade de Deus.

Mateus 4,18-22: VOCAÇÃO DOS 4 PRIMEIROS DISCÍPULOS.

É claro que o chamado de Jesus a pronta resposta desses quatro discípulos não deve ter sido de modo tão simples como lemos no evangelho. Talvez eles tivessem observado e muito as atitudes de Jesus no seu dia a dia e, percebendo nele sinceridade, determinação, força, simpatia, serenidade, acabaram atendendo a seu convite de segui-lo. Deixar tudo significa amar a Deus sobre todas as coisas.

Nós passamos, muitas vezes, muitos anos enganando-nos a nós mesmos e a outros, quando percebemos qual é a vontade de Deus a nosso respeito, mas não temos a coragem de praticá-la.

É preferível sermos criticados por termos feito alguma coisa errada durante a nossa prática da vontade de Deus, do que nunca precisamos ser criticados justamente por nuncça termos feito coisa alguma, por medo de agir.

Lembrem-se de que o julgamento deste mundo é passageiro, mas o julgamento do juízo final é para sempre!

Mateus 4, 23-25: AS CURAS

Jesus pregava o evangelho, ensinava e curava. Os milagres e as curas mostravam a todos que o Reino de Deus tinha chegado. Como diz Carlos Mesters, os milagres são as “amostras grátis” do Reino de Deus.

A cura da doença só tem sentido se nos convertermos ao mesmo tempo. Como diz o próprio Jesus, é melhor entrar no céu sem uma das mãos que, tendo as duas, ir para o inferno.

Desse modo, são duas as curas: é melhor suportar algumas contrariedades nesta terra que, sem contrariedade alguma, perdermos o paraíso.

Os muitos que seguiam Jesus talvez o faziam apenas pela curas, como vemos atualmente em certas seitas e religiões que se dizem cristãs, que prometem milagres e curas, mas não exigem um compromisso mais radical por parte dos seus seguidores, da vivência evangélica.

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