MATEUS CAP. 13

 CAPÍTULO 13

LEIA O TEXTO EM BÍBLIA CATÓLICA 13


Este capítulo 13 de Mateus nos apresenta as SETE PARÁBOLAS DO REINO.

Mateus 13,1-3:- INTRODUÇÃO

As parábolas de Jesus não foram ditas desse modo, todas de uma só vez, nem com todas as palavras que vemos na bíblia. Elas foram contadas ao longo dos três anos de sua pregação.

A parábola era muito usada entre os judeus. Os gregos já preferiam uma linguagem mais filosófica, abstrata. Por exemplo: os gregos diriam: “A persistência num propósito é a garantia do seu êxito”. Os judeus falariam a mesma coisa dizendo: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Perceberam a diferença no modo de manifestar a mesma idéia? A parábola é um modo de, por meio de uma história, os ouvintes meditarem, refletirem e chegarem a uma conclusão para suas vidas. No ensino foi praticamente um modo novo que Jesus usou. A parábola evita que as pessoas rebatam no ato o que ouvem: elas aceitam ouvir a “história”, e depois a palavra de Deus vai germinando no coração.

Mateus 13,4-9. 18-23: A PARÁBOLA DO SEMEADOR

Essa parábola, na forma como está hoje é, na verdade, uma alegoria. Jesus a contou como uma parábola. Qual é a diferença?

Parábola é quando a gente entende a história como um todo. Alegoria é quando cada parte tem uma comparação.

Jesus a contou como parábola, ou seja, levando em consideração o modo como a plantação era feita na Palestina: o semeador semeava primeiro para só depois arar. Isso permitia que todas as sementes, caíssem em qual local caíssem, iriam germinar.

Ou seja: não desanimem, diria Jesus, pois a palavra que estou espalhando, vai germinar de algum modo. Como diz Isaías, a chuva que cai não volta ao céu antes de molhar e fecundar a terra. A Palavra de Jesus tem uma força irresistível.

Os primeiros catequistas adaptaram a parábola e os versículos 18 a 23 virou uma alegoria. O motivo da mudança é que em outros lugares primeiro se arava e depois se plantava. Contar a história como Jesus contara não iria dar certo: as pessoas não iriam entender. Precisaram, pois, adaptar a parábola e isso foi escrito como se Jesus tivesse dito.

Do modo como está, é fácil entender: A semente cai nos corações duros, inconstantes, inquietos, e nos corações bons, todos representados aí com os espinhos, pedras, na beira do caminho. Vai frutificar menos ou mais dependendo do tipo de caminho em que caiu. Que caminho representa as suas atitudes?

Na verdade, todos nós temos todos os tipos de caminhos dentro de nós, dependendo do assunto que ouvimos e de nossas disposições do momento (veja também mais adiante, no cap. 21, vv 33-46)

Mateus 13,10-17: POR QUE JESUS FALA EM PARÁBOLAS

Acredito que seja um modo de Jesus nos alertar que a mensagem evangélica está aí, revelada aos que creem. A Salvação vai depender da adesão que nós fizermos ou não da Palavra de Deus. Depende muito da boa vontade de cada um o aceitar os ensinamentos de Jesus e procurar conhecê-lo melhor. “Para bom entendedor, meia palavra basta”. Jesus diz essa “meia-palavra”, tanto por meio de seus ensinamentos como por meio de seu testemunho, e ainda por meio dos acontecimentos em nossa vida. Cabe a nós crer nele e aprofundar nossa fé e nosso amor.

Há também a vantagem de que, em parábolas, os ensinamentos sempre são atuais, seja qual for o tempo em que eles são anunciados.

Mateus 13,24-30:- A PARÁBOLA DO JOIO.

Enquanto estivermos vivos, nós e todos os demais vamos poder mudar de vida, nos arrependermos, pedirmos perdão, vivermos uma vida nova e nos salvarmos. Na verdade, todos nós somos um pouco Trigo e um pouco joio. Ninguém é tão bom que não tenha nada de mau (=joio) e ninguém é tão mau que não tenha nada de bom (= trigo). A melhor coisa a fazer é rezarmos e trabalharmos para arrancar o joio não tanto dos outros, mas do nosso coração. O pior inimigo nosso pode ser, às vezes, nós mesmos.



Nesse trecho do evangelho vemos, também, como Deus tem paciência conosco e aguarda pacientemente que nos convertamos a ele. O joio cresce junto com o trigo, ou seja, o mal e o bem andam juntos e às vezes temos até dificuldade de saber qual é qual. Muitas vezes a diferença não é nítida.

Um rapaz veio, certa vez, me falar de algo que ele fizera e concluiu dizendo: "Padre, eu não sei se pedia perdão a Deus pelo pecado cometido ou o agradecia pela oportunidade ímpar que eu tive".

Acredito que esse é um problema sério. Muitas vezes as pessoas fazem coisas erradas porque não têm consciência da gravidade do que está fazendo, das consequências e do raio de ação do que fez. É por isso que Deus é paciente e não destrói o mal enquanto estamos aqui, pois pode destruir também os que, mesmo tendo boas intenções, ainda não perceberam que estão agindo mal. Foi o próprio Jesus que disse ao Pai antes de morrer: "Pai, perdoai-os porque não sabem o que fazem".

Muitas pessoas ficam admiradas e atônitas quando, em certa altura de suas vidas, percebem o mal que fizeram no passado. Nesse caso, a paciência para consigo mesmas é o caminho certo. Como Deus tem paciência para conosco, tenhamos paciência conosco mesmos e demo-nos uma chance de recomeçarmos um caminho novo, inspirado e abençoado por Deus.



Mateus 13,31-32:- O GRÃO DE MOSTARDA.

O Reino dos Céus parece oculto agora aos nossos olhos, mas ele cresce, apesar dos nossos pecados. Ele é como um trem que passa e tem um objetivo, que é a felicidade eterna. Se pegarmos esse trem, seremos felizes. Se não o pegarmos, seremos muito infelizes.

As boas ações de hoje estão alimentando a caldeira desse trem e vamos perceber o quanto nossas boas ações contribuíram para isso, só depois da morte.

A parábola também explica a realidade do Reino dos Céus, que parece nem existir enquanto estamos vivendo no pecado. Quando pedimos perdão e nos convertemos, esse Reino se apresenta para nós e percebemos sua grandiosidade, embora os pecadores ainda não o percebam. É o mesmo assunto que dizíamos atrás. Quando estamos vivendo em pecado, não enxergamos a grandiosidade e as maravilhas do Reino de Deus. Até queremos mostrá-las aos demais, mas não conseguimos. Eles parecem cegos e não vêm como Deus é maravilhoso, é bom, e nos proporciona a verdadeira felicidade, e pelo menos um pouco, já nesta terra. E, olhando para trás, para nossa vida de pecadores, rimos um pouco e pensamos: "Era isso que eu achava tão importante"?



Mateus 13,33: A PARÁBOLA DO FERMENTO

O fermento faz o pão crescer, mas ninguém sente sua presença, seu gosto. Nossa missão é fazer o Reino dos Céus acontecer, sem que recebamos honras e agradecimentos, sabendo que o Reino vai crescer, embora agora pareça pequeno e sem valor (como o pouco de fermento). Confiemos que Deus nos recompense um dia, com a vida eterna. Tudo o mais é pura vaidade. Basta que Deus saiba como nós ajudamos na construção desse Reino. Sejamos humildes como o fermento na massa.

A parábola mostra também como nossa ação no mundo pode transformá-lo e convertê-lo, se acompanharmos nossas ações com a oração. Nossa ação, movida pela oração, é como um fermento que leveda a massa e a faz crescer. Mas sobretudo, que essa nossa ação seja mais por uma vida santa do que pelas palavras. Um ato vale por mil palavras. Se vivermos de maneira digna, vamos atrair a curiosidade dos pecadores: "O que esse cara tem que é tão feliz, tão tranquilo"? E vai se interessar pelos princípios que seguimos e, aí então, vai ouvir-nos.

Mateus 13,34-35 : JESUS FALA EM PARÁBOLAS

Em seus ensinamentos Jesus nos comunica o próprio Deus e seu Reino de Amor. Entendê-lo significa deixar de lado nossos preconceitos e vaidade. Na humildade, seremos envolvidos pela sua sabedoria e, com o coração purificado, teremos coragem de entender o que Jesus disse e aplicar à nossa vida. É o que as autoridades de seu tempo NÃO faziam.

Mateus 13, 36-43: EXPLICAÇÃO DA PARÁBOLA DO JOIO

Já foi explicada junto om os vers. 24-30. É preciso lembrar, além do que eu já disse, que o ser humano não é plantação. Sendo assim, na vida real, enquanto vivermos, poderemos mudar, de joio para trigo, as a explicação de que esse campo é o nosso coração, e todos somos um pouco trigo e joio (alguns mais um do que outro), é a que mais me agrada. Precisamos acabar com o joio (plantado pelo maligno, ou seja, o pecado) que insiste em dividir o nosso coração com o trigo.

Também precisamos levar em conta que o patrão era mais tranquilo e paciencioso que o empregado! Este queria já queimar o joio. É o que acontece com as nossas comunidades: Deus perdoa, mas nós temos mais dificuldade nisso. Mesmo que a pessoa mude de vida, muitos têm dificuldade de não aceitá-la mais na comunidade ou em seu convívio.

Mateus 13, 44-46: A PARÁBOLA DO TESOURO E DA PÉROLA

Vale a pena renunciar ao pecado. Ao egoísmo, a tantas coisas desnecessárias, para abraçarmos os ensinamentos de Jesus: amor, pureza de coração, partilha, misericórdia, santidade. Quem descobriu o Reino de Deus, descobriu um tesouro! E para ganhá-lo, vai praticar os dez pês: pureza, pobreza, partilha, paciência, penitência, participação, piedade, politização, pujança, ponderação.

Mateus 13, 47-50:- A PARÁBOLA DA REDE

Enquanto vivermos, bem e mal caminharão juntos, como na parábola do joio e do trigo. Um dia, como diz S. Paulo, “Deus será tudo em todos”. Aí não haverá mais o mal, mas apenas o bem. E Santo Agostinho acrescenta: “Quando Deus for tudo em todos, não haverá mais desejos, pois Deus é tudo o que uma pessoa pode desejar”.

Quero lembrar mais uma vez o que eu já disse na parábola do joio: temos que ter paciência e sermos sinceros não apenas com os outros, mas também com nós mesmos. A conversão pode ser uma realidade na vida de qualquer pessoa.

Mateus 13,51-52: CONCLUSÃO

As coisas “velhas” são as riquezas do AT. As novas, os ensinamentos de Jesus. Tornando-nos discípulos de Cristo, vamos acrescentar à coisas “velhas” as perfeições das coisas “novas”.

Em outras palavras: é preciso que nos deixemos questionar pelos ensinamentos de Jesus e mudarmos tudo o que for necessário em nossa vida para sermos verdadeiramente seus fiéis discípulos. E não percamos a esperança. Nunca desanimemos! Recomecemos quantas vezes for preciso. Eu já disse que no meu túmulo coloquem uma lápide escrita assim: “Aqui jaz um homem que nunca desanimou”.

Mateus 13,53-58:- VISITA A NAZARÉ

Jesus, com todo o seu poder divino, só pode nos ajudar se quisermos, se dermos a ele a liberdade sobre as nossas ações. Deus não entra em nossa vida sem nosso consentimento. Também não pode nos curar se nós não acreditarmos. Nossa fé tem muito a ver com os dons e as graças com que Deus nos ajuda. É o que diz Apocalipse 3,20: “ Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo.”Quer dizer: Jesus não arromba a porta de nosso coração, mas apenas bate nela. Se não a abrirmos, Ele ficará batendo até o dia de nossa morte. Vamos abri-la?

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