MARCOS CAP. 02

  MARCOS CAPÍTULO 02

VEJA O TEXTO EM BÍBLIA CATÓLICA-02


Marcos 2,1-12: Cura de um paralítico

 

Os paralíticos eram afastados da vida da comunidade como os leprosos.

O motivo era que o pessoal da época achava que a doença era fruto do pecado, ou seja, só ficava doente, na opinião deles, quem fosse pecador, ou fosse filho de pais pecadores.

 

Perdoando os pecados gratuitamente, ou seja, mesmo sem esperar que o paralítico pedisse isso, Jesus nos mostra o seu amor e o seu desejo que recomecemos o caminho do Reino de Deus, que abandonamos pelo pecado.

 

Como as pessoas achavam que o paralítico o era porque era pecador, achavam que se Jesus o tivesse perdoado realmente, automaticamente ele ficaria curado da paralisia. Separando as duas coisas, Jesus mostrou que a doença não tem nada a ver com o pecado (a não ser aqueles pecados que por si só nos deixam doentes, como o alcoolismo, drogas, arriscar a vida sem necessidade, acabar com as condições favoráveis da natureza por causa da ganância dos lucros, doenças advindas do próprio pecado etc, assim como as doenças psicossomáticas, geralmente provenientes do sentimento de culpa ou da necessidade inconsciente de autopunição).

 

Podemos escolher: ou estar entre os quatro que lutaram para levar o paralítico a Jesus, ou instalar-se comodamente dentro de casa, como os escribas, que estavam comodamente sentados dentro da casa, alheios ao que se passava lá fora. Se não fossem os quatro, o paralítico não teria encontrado Jesus e não se teria curado, nem receberia a garantia de que seus pecados teriam sido perdoados.

 

Desse modo, muitas pessoas melhoram e até mudam completamente de vida quando encontram apoio e ajuda de outras. Você, eu, nós todos somos responsáveis pela mudança de vida de muitas pessoas que encontramos no caminho de nossa vida. Sobretudo o bom exemplo pode tocar o coração de muita gente. Peçamos perdão por todos os maus exemplos que praticamos no decorrer de nossa vida. Se tivermos confiança, saibamos que Deus os perdoará, se recomeçarmos uma vida nova, como o paralítico deve ter feito.

 

Um diácono permanente (José da Cruz) comenta como as pessoas que estavam na porta e dentro da casa não deram espaço para o paralítico entrar, como acontece em muitas comunidades: “Será que eles não podiam pedir licença para passar no meio das pessoas e entrar na casa?” e mais ainda... Seria normal que as pessoas que estavam aglomeradas á entrada, quando vissem o esforço dos quatro homens, subindo na parede com o paralítico deitado em uma cama, oferecessem ajuda, buscando uma alternativa mais fácil..

 

Marcos 2,13-14 – VOCAÇÃO DE LEVI.

 

Os evangelhos simplificam bastante os atos de Jesus e dos discípulos. Mateus, também chamado de Levi, com toda a certeza já tinha refletido sobre o seguir Jesus, que ele vira várias vezes por ali (dê uma olhadinha no “entrelinhas da bíblia” em relação a Zaqueu, deste blog, que é quase a mesma história). O convite que Jesus lhe fizera neste trecho, talvez fosse o decisivo para que ele O seguisse de uma vez por todas. Há muitas pessoas assim: só vão à igreja se alguém as convida. Eu sou péssimo para fazer isso, mas talvez você seja mais “cara de pau” do que eu para convidar as pessoas indecisas... Deus queira. Isso é muito necessário.

 

Marcos 2, 15- 17:- REFEIÇÃO COM OS PECADORES.

 

Participar de uma refeição com alguém significava, naquele tempo, partilhar também dos pensamentos e atitudes do outro. Isso é que irritava os escribas. Eles reconheciam a superioridade de Jesus, mas não entendiam como ele podia “misturar-se” com os pecadores. Com a frase “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os doentes,“ Jesus quis dizer que ele estava comendo com os “pecadores” não porque concordava com os seus pecados, mas para tirá-los desse tipo de vida, para dar-lhes a plenitude de uma vida nova.

 

Marcos 2,18-22:- DEBATE SOBRE O JEJUM.

 

Os discípulos de João Batista jejuavam porque aguardavam o Messias. Os de Jesus não jejuavam porque o Messias é Ele próprio, ou seja, já chegou, já estava com eles. Essa é a ideia. Entre a ressurreição e a segunda vinda de Cristo, todos jejuaremos.

 

O jejum pode e deve ser feito mesmo atualmente, não com tristeza, mas com alegria, como em Mateus 6,16-19, em que Jesus manda ungir a cabeça com perfume e lavar o rosto durante o jejum, para que ninguém o perceba. Há três motivos para o jejum:

 

1 – economizar dinheiro para dá-lo aos pobres, que quase não comem ou comem mal.

2 – fortalecer a vontade contra os vícios e paixões.

3 – preparar o nosso coração para a oração, como o jejum da Semana Santa e o da quarta-feira de Cinzas, que nos prepara para a quaresma.

 

O último trecho, “vinho novo em odres novos”, menciona o fato de que o rigorismo dos judeus (odres velhos) deve mudar, pois o vinho novo (a mensagem de Jesus) precisa mentalidade nova, vida nova, odres novos, para servir de abrigo e acolhimento.

 

Marcos 2, 23-28 :- AS ESPIGAS ARRANCADAS

 

O sábado era dia de festa para os judeus, com três refeições, tomar vinho, vestir as melhores roupas, comer carne. A comunidade toda se reunia na sinagoga no sábado pela manhã (o sábado começava na sexta-feira ao pôr-do-sol), onde rezavam e depois conversavam.

 

No tempo de Jesus, os rabinos e os escribas complicaram muito a observância do sábado, inventando 39 ações proibidas, cada uma delas com inúmeras normas minuciosas.

 

Desse modo, era quase impossível chegar ao fim do sábado sem se cometer alguma infração grave. “Era proibido ajudar um doente, acender o fogo, preparar comida, dar um nó. A 39ª proibia transportar alguma coisa de um lado para outro. Os rabinos especificavam, por exemplo, que não se podia recolher um objeto do chão, que as mulheres não podiam usar seus colares e anéis (por causa do peso!) e que os homens não podiam usar calçados com pregos (idem).” (F.A. Págs. 284-285).

 

A opinião de Jesus a respeito do sábado é que era um dia de alegria e que as “prescrições são boas e devem ser observadas quando favorecem o homem: do contrário, perdem sua força normativa “ (idem, pág. 285). Na prática, o dia de descanso, que no nosso caso é o domingo, deve ser um dia especial de agradecimento e de louvor a Deus, um dia de alegria e de descanso, de encontro com a família e com a comunidade, de se relacionar com as pessoas. O trabalho em favor dos amigos (como cobrir a laje do vizinho, por exemplo), pode se feito, mas não deveria tomar o domingo todo e não se deveria deixar de ir à missa por esse motivo.

 

Nós observamos o domingo e não o sábado por dois motivos:

 

1 – é o primeiro dia da criação (o sábado não é o último, pois Deus continua trabalhando, criando, mantendo o mundo e tudo o que existe).

2- é o dia da Ressurreição do Senhor.

3 - os cristãos aproveitavam o descanso dos romanos do domingo, dia em que os pagãos adoravam o deus sol. Adorando o Deus verdadeiro nesse dia, eles combatiam a idolatria e o politeísmo.

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

C.R. - 17 - NOSSA FÉ CATÓLICA

O ANJO DA GUARDA NOS GUARDA?

SÃO JOÃO EM VÍDEOS-01