MATEUS CAP. 06

 CAPÍTULO 06


LEIA O TEXTO EM BÍBLIA CATÓLICA-06

Mateus 6,1-4 : A ESMOLA

Quando fizermos algo bom, não devemos nos mostrar para sermos aplaudidos pelas pessoas. Basta saber que Deus está vendo, além do fato de nos sentirmos bem ao fazermos algo bom.O importante não é o que as pessoas pensam de nós, mas o que somos diante de Deus. Mais cedo ou mais tarde as pessoas vão descobrir que temos muitos valores que estavam ocultos. Por enquanto, basta que Deus saiba que estamos indo pelo caminho certo. Se alguém souber, tudo bem, às vezes é inevitável.

O Santo padre Pio dizia que o pior pecado que existe é a vanglória, justamente porque não há uma virtude contrária a ela para que possamos combatê-la: a gente se vangloria de ajudar os outros, de ser santo, de não cometer pecados, sem perceber que já está fazendo um, que é a própria vanglória.

Mateus 6,5-6 – A ORAÇÃO PARTICULAR

A oração é algo muito pessoal entre nós e Deus. Não é necessário que todos saibam o quanto rezamos. Esse trecho não proíbe a oração pública, comunitária. Só está dizendo que essa oração, quando for pública, deve ser sempre comunitária. Seria até esquisito se estivermos com outras pessoas na igreja e começarmos a rezar em voz alta sozinhos. Se na igreja não houvesse mais ninguém, até poderia ser. Entretanto, se houver mais pessoas, ou rezamos com elas ou rezamos em silêncio, sozinhos, se todos estiverem fazendo isso. Outra coisa esquisita é quando todos estão rezando juntos e alguém está rezando sozinho, sem participar da oração comum. Por exemplo, aquelas pessoas que ainda insistem em rezar o terço enquanto “assiste” a Missa (é, assiste, porque não está participando dela).

Mateus 6,7-8:- REPETIR ORAÇÕES

“Não useis vãs repetições”. Muitas pessoas já me perguntaram se essas palavras não condenariam o terço, por exemplo. Não, não condena. O que os pagãos faziam e que Jesus está mostrando como algo errado, é rezar de modo desesperado, sem aquela confiança filial no Pai. Rezar é como estar ao lado do Pai, conversando com ele de modo amigável. Não é algo desesperador, como certas orações supersticiosas, ou como se estivéssemos conversando com alguém meio surdo. É, muitos acham que Deus é mudo, surdo e cego.

Há certas orações supersticiosas, como uma de São Judas, que prometem castigos para quem não fizer certo número de cópias e espalhar. Ora, um santo é incapaz de fazer qualquer coisa para prejudicar-nos! Não são, realmente, as repetições de palavras que vão “convencer” Deus a nos ajudar.

No caso do rosário, as Ave-marias são como um mantra, uma música de fundo, para entrarmos no clima de oração e meditarmos os santos mistérios da vida de Jesus Cristo. Quem dizia isso era o papa Paulo VI.

Santo Agostinho dizia que a perseverança na oração prepara o nosso coração e a nossa vida para a graça que Deus nos vai dar. Deus nos ouve na primeira vez e não precisa ouvir mais, mas nós precisamos estruturar nosso ser para que, quando Deus nos atender, sua graça seja bem aproveitada. É como o pai faz: promete a bicicleta do filho no início do ano, mas só lha dá se ele for bem na escola, for comportado etc. Quando o filho for receber a bicicleta no Natal, decerto vai tratá-la melhor, com mais cuidado, e sua alegria será mais gratificante.

Diz o Eclesiástico 7,14: “Não fale muito na assembléia dos anciãos e não repitas as tuas palavras na oração” e também Eclesiastes 5,1: “ Que tua boca não se precipite e teu coração não se apresse em proferir uma palavra diante de Deus, porque Deus está no céu, e tu sobre a terra; portanto, que tuas palavras sejam pouco numerosas”.

Eu diria: nas nossas orações, tenhamos confiança, tenhamos fé. Não rezemos desconfiados. Rezemos com a convicção de que estamos sendo ouvidos por Deus.

Mateus 6,9-15: O PAI – NOSSO

A oração do Pai-nosso em Mateus tem sete pedidos (Mateus gosta muito no número sete, muito simbólico entre eles: é o número da perfeição):

1- Santificado seja o vosso nome:- por toda a terra reconheçam que Deus é o Criador e nos salvou na pessoa de Jesus.

2- Venha a nós o vosso reino: - Que a terra toda se converta e todos pratiquemos nossa filiação divina.

3- Seja feita a vossa vontade:- na terra, do mesmo modo como ela é feita no céu: que compramos sempre a vontade de Deus, como ela já é feita há muito tempo pelos anjos.

4- O pão nosso de cada dia: pede o alimento de hoje, o alimento diário, e a permanência num emprego, num trabalho, para se conseguir o “pão”, aqui simbolizando o alimento. Pede também a presença de Cristo em nossa vida. Ele é o nosso alimento. Não devemos pedir nem a riqueza nem o luxo. Os pais da Igreja (padres e bispos que viveram no início de nossa era cristã) diziam que nesse pedido nós também pedimos que não nos falte a Eucaristia.

5-Perdoai-nos as nossas ofensas:- aqui pedimos a Deus que nos perdoe com a mesma medida com que estivermos perdoando aos demais, ou seja, devemos perdoar sempre, a fim de que Deus também nos perdoe. Se não estivermos perdoando aos outros, “por tabela”, estamos pedindo a Deus que não nos perdoe! Pense nisso!

6- E não nos deixeis cair em tentação: - Evitar o pecado é mais fácil do que querer sair dele. É como um tobogã: quando iniciamos a descida, dificilmente conseguiremos parar no meio do caminho.

7- Mas livrai-nos do mal: - O pior mal que pode nos acontecer é abandonar a Deus, abandonar a luta por uma vida mais santa e por um mundo melhor.

A oração do Pai-nosso termina no versículo 15, lembrando que quem quiser o perdão de Deus, tem também que dar o seu perdão aos que o ofenderam.

Mateus 6,16-18: - O JEJUM

Sem muito comentário, podemos dizer que o jejum ou qualquer penitência que fizermos será vista e aceita por Deus. Não é preciso que outras pessoas fiquem sabendo disso. Basta que Deus o saiba. Tenhamos cuidado com a vanglória, com a vaidade, com o orgulho.

Mateus 6,19-21:- A POBREZA EVANGÉLICA

“Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”. Precisamos aprender a viver com pouco, com poucas coisas. A mídia, atualmente, quer criar em nós muitos hábitos de consumo, para criarmos falsas necessidades em nossas vidas e assim gastarmos cada vez mais. Muitos de nossos costumes são hábitos desnecessários.

Não devemos pensar muito nos bens materiais, nem em aumentar muito a nossa conta bancária. Se fizermos isso, vamos ficar preocupados com o dinheiro, com o bem-estar e acabamos nos esquecendo de Deus ou do trabalho em favor de um mundo melhor, um mundo mais cristão, mais misericordioso. Diz o ditado popular que o pouco com Deus é muito, e o muito com Deus é nada.

Nosso verdadeiro tesouro é ter Deus como nosso Pai. O resto é supérfluo!

Mateus 6, 22-23:- O OLHO É A LÂMPADA DO CORPO

Se cuidarmos bem em vermos só coisas boas, teremos menos tentações e viveremos felizes. Se vermos coisas boas mas as azedarmos com nossa malícia, viveremos infelizes.

Procuremos, pois, cuidar de olharmos as coisas sem malícia, sem maldade no coração, sobretudo sem julgarmos mal as pessoas. Todo o nosso ser agradecerá, pois permaneceremos na paz e na alegria de sermos amados por Deus e não seremos corroídos pelo pecado.

Mateus 6,24:- DEUS E O DINHEIRO

É a mesma reflexão que o trecho do tesouro: a ganância e o apego às coisas materiais não combinam com o cristianismo. O dinheiro pode nos trazer muito conforto e bem estar, mas acabamos praticando injustiças, caindo nos vícios, ficamos aborrecidos com a facilidade que temos em adquirir coisas e nada mais passa a nos saciar. Daí provêm a infelicidade, o suicídio, o alcoolismo, a dependência química (inclusive a remédios), ao tédio, ou, no mínimo, uma vida relaxada e sem sentido. Lembrem-se de pessoas ricas infelizes, como Michel Jackson, Marylin Monroe, Elis Regina, Jenny Joplin etc., que acabaram pondo fim à vida. Eram ricos... em dinheiro e em infelicidade!

Se escolhermos servir a Deus, vamos ser felizes, pois “Quando Deus for tudo em todos (S. Paulo), não haverá mais desejos, pois Deus é tudo o que uma pessoa possa desejar” (Sto. Agostinho).

Mateus 6,25-34:- A PROVIDÊNCIA DIVINA

Diante de tudo o que dissemos acima, devemos confiar plenamente na Divina Providência. Deus não deixa faltar o mínimo necessário para nossa subsistência, pelo menos enquanto estivermos livres fisicamente, quando confiamos plenamente nele, e não nos desesperamos diante dos problemas. Isso só não acontece quando os homens impedem a ação de Deus quando não permitem que a ajuda seja dada. Deus alimenta os pássaros, por exemplo, quando estão na natureza; entretanto, se você prender um deles, se você não o alimentar, ele morrerá de fome.

Não adianta darmos a vara para a pessoa pescar o peixe, assim também não adianta a ensinarmos pescar, se o rio (a sociedade) estiver poluído, ou seja, se imperar a injustiça, a ditadura, a falta de liberdade econômica para o povo. Por pior que seja a nossa ação, Deus a respeita e não interfere onde ele não é bem-vindo, onde não é chamado.

Um santo mártir (parece que São Januário) foi condenado à fogueira; Deus não permitiu que o fogo o queimasse; foi colocado com os leões; Deus não permitiu que as feras lhe fizessem mal; foi mandado ser decapitado: aí, Deus não interferiu, pois era um ato humano, e Deus não interfere nos atos humanos sem a permissão do homem.

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