A PARÓQUIA E A DIOCESE

Você pertence a uma comunidade, ou seja, a um conjunto de casas e famílias. A comunidade em muitas coisas em comum: escola, farmácia, padaria, bazar, açougue, quitanda, praça, e outras coisas próprias de cada lugar.
Geralmente nas comunidades há um lugar em que as pessoas se reúnem para as missas, reuniões, encontros, orações, quermesses etc. Esse local se chama capela, igreja, salão comunitário ou outro nome que as pessoas do local lhe deram. É lá que nos encontramos para louvarmos a Deus, para trocarmos ideias sobre muitas coisas, para nos apoiarmos nas lutas diárias pela sobrevivência e melhoria de vida.
Em muitos lugares do Brasil esses salões são muito importantes por serem a sede das Comunidades Eclesiais de Base, em que se conversa de tudo o que possa melhorar a vida material, espiritual, social e política das pessoas.
Desde crianças devemos frequentar o salão comunitário ou a igreja de nossa comunidade, para aprendermos a bíblia, a catequese, as coisas bonitas que as pessoas sabem e querem nos comunicar.
Os católicos devem participar das missas e dos encontros comunitários sempre que puderem, mas pelo menos uma vez por semana, como manda os mandamentos da Igreja. Aliás, os mandamentos de Deus também pedem isso quando mandam observar e guardar o “dia do Senhor”, que para nós é o domingo. Se você trabalha, deve também contribuir financeiramente para o sustento da comunidade. Se já fez a primeira comunhão, deve comungar sempre que puder, lembrando-se que ela é permitida uma vez ao dia. A confissão com o padre deve ser feita pelo menos uma vez por ano. Eu aconselho a fazer pelo menos duas vezes por ano: no advento e na quaresma.
Nossa comunidade pertence a uma paróquia, cuja sede é a igreja matriz. Veja bem: a paróquia não é a igreja matriz, como muitos dizem! A paróquia é toda a extensão geográfica que ela abrange, com suas variadas comunidades. Há paróquias que possuem 50 ou até mais comunidades com capela. Muitas são comunidades rurais. Quando há padres em número suficiente, o bispo divide essas paróquias enormes em outra(s) paróquia(s). Por outro lado, há paróquias bem pequenas, com uma só comunidade.
Quem não é ordenado nem segue a vida religiosa, é cristão leigo. Pertence à Igreja tanto quanto os que seguem o sacerdócio e a vida religiosa. Aliás, na teoria, os padres e os religiosos são servidores, são servos dos cristãos leigos. Na prática isso não é bem assim: os padres, por exemplo, são muito paparicados.
Os leigos geralmente se unem em associações religiosas ou mesmo comunitárias, como as CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), em que lutam pelos seus direitos civis e políticos, além de se educarem para a vida espiritual e comunitária. Há também os movimentos de Igreja, como o MFC (Movimento Familiar Cristão), as Equipes de N. Senhora, o Apostolado da Oração, a RCC (Renovação Carismática Católica), os que seguem a Teologia da Libertação, os Cursilhos de Cristandade, os Congregados Marianos, as Ordens Terceiras Franciscanas, os Vicentinos, os Arautos do Evangelho, os grupos de jovens, os grupos de donas de casa, os focolares, os da Toca de Assis, os da Aliança da Misericórdia, a Legião de Maria, os recentemente constituídos “Terço dos Homens”, etc.
O cristão leigo é chamado a se santificar trabalhando e morando no mundo, combatendo o pecado, as injustiças, participando da política, da ciência, da cultura, da sociedade em geral, para um mundo melhor. Muitos são catequistas, ministros dos enfermos, da eucaristia, da palavra, visitadores, da pastoral da acolhida, enfim o trabalho dos leigos é imenso e global. Não podem ser “católicos de sacristia”, mas partirem para a missão que mencionei acima. É graças aos leigos que a paróquia se mantém, pois pagam o seu dízimo e colaboram muito com a obra de evangelização. Os sacerdotes e os religiosos devem estar a serviço deles, principalmente na assistência espiritual, material e para uma educação religiosa de acordo com o apostolado que fazem.
Várias paróquias formam a diocese, que geralmente abrange várias cidades. São poucas as dioceses que abrangem apenas uma cidade.
Quem dirige a diocese é o bispo, com seu conselho presbiteral.
Várias dioceses juntas formam a Província Eclesiástica. A diocese mais antiga se torna, entre elas, a de referência e passa a se chamar Arquidiocese e seu bispo, de Arcebispo. Nas reuniões e assembleias entre elas, a arquidiocese sempre tem a coordenação.
Cada diocese possui uma linha de trabalho que a caracteriza. Algumas são palcos de disputas territoriais, cujos bispos são perseguidos e até ameaçados de morte pelos interesses dos poderosos, como as do Norte e Nordeste do país. Outras são mais calmas, e às vezes por manterem um estilo apostólico mais conservador, em que se evita qualquer crítica contra as autoridades corruptas e os magnatas (idem) da região.
A diocese possui uma sede, chamada Cúria Metropolitana ou Diocesana, em que se acham os arquivos dos sacramentos (Batismo, Crisma e Matrimônio) nas paróquias. Nessa sede funciona também a Mitra Diocesana, que coordena mais a parte financeira e administrativa da diocese.
Há muitos cursos que funcionam na sede diocesana, como os de teologia e instruções dos que trabalham nas paróquias. Em algumas há o curso para formação de catequistas e ministros leigos.
A diocese se mantém geralmente com as contribuições mensais das paróquias (uma determinada porcentagem acertada entre os párocos e o conselho administrativo), mas também há muitas que alugam imóveis doados ou do seu patrimônio, entre eles, alguns velhos seminários que foram substituídos por casas mais modernas e funcionais.


As dioceses do Brasil precisam, a meu ver, insistir mais na sobrevivência financeira paroquial baseada no dízimo, e abandonar de uma vez por todas a cobrança na administração dos sacramentos. Ou confiamos na Providência Divina, ou não. Se confiarmos, nunca faltará o necessário para o crescimento das paróquias e, consequentemente, da diocese. Se agirmos feitos pagãos num trabalho desesperado para angariarmos dinheiro, Deus nos abandonará às nossas próprias forças. O segredo da paz espiritual e material está em confiarmos plenamente em Deus (confira a parábola em que um homem quer construir uma casa, ou uma torre, e não tem dinheiro para terminá-la).

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