O APOCALIPSE SEM SEGREDOS

 

O APOCALIPSE

Muitas pessoas fazem uma tempestade num copo d'água ao lerem o Apocalipse e tentarem uma explicação. Ele foi escrito pelo Apóstolo São João, quando estava na Ilha de Patmos, preso, e precisava falar com a comunidade cristã. Ele escreveu também o quarto evangelho e três cartas.

Como estava havendo muita perseguição aos cristãos, ele precisou escrever sua mensagem em códigos, que seriam decifrados, entendidos pelos cristãos, mas não pelos pagãos e romanos perseguidores.

É um livro destinado a dar confiança aos cristãos da época, perseguidos e mortos em praça pública. As autoridades romanas queriam que os cristãos adorassem divindades pagãs e abandonassem o cristianismo.

Um dos deuses dele era o próprio imperador! Adoravam também Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno Urano, Netuno, Plutão, que deram seus nomes aos planetas e aos dias de semana. Em inglês até hoje conservam a origem pagã. Saturday, por exemplo, o nosso sábado, vem de Saturno: o dia de saturno. Sunday, domingo, era o dia do deus sol. Em português não conservaram essa origem pagã.

Frei Gorgulho e Ana Flora Andersen têm um livro sobre o Apocalipse que resume tudo: “NÃO TENHAM MEDO!” E é isso que S.João queria dizer aos cristãos: Não tenham medo das perseguições, da morte, das pessoas porque, para os que creem e seguem Jesus Cristo, não há medo, não há condenação, não há nada que possa prejudicar a vida eterna. Temam apenas os que matam a alma,e nisso está incluído o pecado. A pior morte é a segunda, ou seja, a morte eterna.

Acredito que se lermos o Apocalipse com a primeira carta de S. João e o Evangelho na mente, vamos saber exatamente o que ele está dizendo com todos aqueles símbolos. Em Apocalipse 21,27, ele nos diz que nada de imundo entrará na Jerusalém Celeste, que é o paraíso.

O APOCALIPSE SEM SEGREDOS

Resumo parcial das notas da Bíblia de Jerusalém. Muitas anotações foram feitas por nós mesmo.

“Não tenham medo!” (É o título do livro de Ana Flora Andersen e Frei Gorgulho sobre o Apocalipse).

“Apocalipse” significa “revelação”: revelação que Deus fez aos homens de coisas ocultas e só conhecidas por Ele, referentes ao futuro. É como um prolongamento do gênero profético. A diferença é que no Apocalipse o autor recebia as revelações em forma de visões e as escrevia, enquanto que os profetas ouviam as revelações divinas e as transmitiam oralmente.

Essas visões não têm valor por si mesmas, mas pelo simbolismo que encerram: tudo ou quase tudo tem valor simbólico no Apocalipse: os números, as coisas, as partes do corpo e até as personagens que entram em cena. O autor não se preocupa com a incoerência dos efeitos obtidos. Para entendê-lo devemos, pois, captar a sua técnica e reproduzir em idéias os símbolos propostos, sob pena de falsificar o sentido das mensagens.

O gênero apocalíptico desenvolveu-se no livro de Daniel e em vários apócrifos escritos na era cristã. (Apócrifos são os livros não aprovados pela Igreja como inspirados).

O apocalipse escrito por João é único no Novo Testamento. Ele o escreveu na ilha de Patmos, onde estava exilado por causa de sua fé em Cristo, por volta do ano 95, embora algumas de suas partes já existissem desde pouco antes do ano 70, no tempo de Nero.

Para entendermos o Apocalipse é preciso reinseri-lo no ambiente histórico de sua origem: perturbações e violentas perseguições contra a Igreja que nascia.

O Apocalipse é escrito para reerguer e robustecer o ânimo dos cristãos, escandalizados pela perseguição violenta que sofriam, tendo diante deles o que Jesus afirmara em João 16,33: “Não temais, eu venci o mundo!”

Em seu plano, João retoma os grandes temas proféticos tradicionais, como o “Grande Dia” de Javé (cf Amós 5,18), o dia da Salvação para o povo escravizado, a libertação, o poder, o domínio sobre o inimigo. No momento em que ele escreve, a Igreja, que é o novo povo eleito, acaba de ser dizimada por sangrenta perseguição (veja capítulos 6,10-11; 13; 16,6; 17,6) feita pelo império Romano (=a Besta), mas por instigação de Satanás (veja cap. 12; 13,2-3), que é o Adversário máximo de Cristo e do seu povo.


INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA

A visão inaugural= a majestade de Deus reina no céu, Senhor absoluto dos destinos humanos (cap. 4), e entrega ao Cordeiro o livro que contém o decreto do extermínio dos perseguidores (cap. 5); a invasão dos povos bárbaros (os partos ) e seus males: guerra, fome e peste (cap. 6).

Os fiéis de Deus serão preservados (7,1-8; 14,1-5), e esperam gozar no céu, de seu triunfo (cap. 7, 9-17; 15,1-15). Deus não destruirá os pecadores imediatamente, mas os adverte com pragas, para levá-los à conversão e à salvação, como fizera com o faraó e os egípcios (caps 8,9,16).

Isso se revela um esforço inútil, por causa de seu endurecimento, e por isso Deus destruirá os ímpios perseguidores (cap. 17), que levavam à adoração de Satanás, corrompendo a terra (=culto aos imperadores de Roma como deuses).

No capítulo 18 vemos a lamentação sobre Babilônia (a cidade de Roma) destruída e cantos de triunfo no céu (19,1-10), a destruição da Besta (que é a Roma perseguidora), realizada por Cristo glorioso (19,11-12), dando origem a um período de prosperidade para a Igreja (20,1-6), embora recomece um novo assalto de Satanás contra ela (20, 7ss), e a derrota dele, ou seja, do Inimigo, seguida da ressurreição dos mortos e seu julgamento (20,11-15).

Finalmente, há o estabelecimento definitivo do Reino celeste, em perfeita alegria, depois de aniquilar a morte (21,1-8). Uma visão retrospectiva descreve o estado de perfeição da nova Jerusalém durante seu reinado sobre a terra (21,9ss).

Além dessa interpretação histórica, o livro traz os valores eternos sobre os quais se pode apoiar a fé dos fiéis de todos os tempos: Deus etá com seu novo povo, que uniu consigo na pessoa de seu Filho, o Emanuel (=Deus conosco).

A Igreja vive desta promessa de Cristo Ressuscitado: “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20). Sendo assim, os fiéis nada têm a temer. Ainda que tenham de sofrer um pouco pelo nome de Cristo, obterão a vitória definitiva contra Satanás e todas as suas maquinações.

Quanto ao texto atual, com duplicatas, cortes na sequência das visões e passagens aparentemente fora de contexto, a Bíblia de Jerusalém diz que pode haver dois apocalipses distintos, escritos pelo mesmo autor, em datas diferentes, e depois unidos num só texto por outra mão.

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