A MENTIRA

A MENTIRA

 

É um mau hábito muito grave, um vício medonho. A pessoa que mente acaba não acreditando em ninguém e nem em si mesmo.

Jesus Cristo gosta muito da sinceridade. Veja o que ele disse a Natanael em João 1,47 “Jesus viu Natanael vindo até ele e disse a seu respeito: Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo (=fraude, má intenção).

E o mesmo Jesus criticava muito os fariseus por serem hipócritas: “Ai de vós (fariseus), porque sois como esses túmulos disfarçados, sobre os quais se pode pisar sem o saber! “(Lucas 11,44). Também Mateus 23,13-32, especialmente os vers. 27-28: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes a sepulcros caiados, que por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos mortos e de toda podridão: assim também vós: por fora pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade”.

A mentira se vence com a virtude que lhe é contrária, ou seja, a verdade.

 

COMO DEIXAR

 

1- O mais importante é a gente ser a gente mesmo, e não querer ser o que ainda não somos, o “ser ideal” que está em nossos sonhos. Assim, se somos:

-Magros, não queiramos parecer gordos

-Feios, não queiramos parecer bonitos

-Loiros, não queiramos parecer morenos

-Brancos, não queiramos parecer negros

-Negros, não queiramos parecer brancos

-Sem instrução, não queiramos parecer instruídos

-Ruim para a música, não queiramos parecer músicos

-Sem graça alguma, não queiramos parecer engraçados

-Desajeitados, não queiramos parecer certinhos

-Simples, não queiramos parecer complicados

etc.

Ou seja, se estivermos no meio de pessoas que são instruídas num determinado assunto e nos fizermos uma pergunta a que não sabemos responder, não devemos mentir para não parecermos o que não somos: simplesmente digamos que não sabemos qual é a resposta correta: “Desconheço esse assunto”. É muito melhor e faremos mais “bonito” agindo assim do que responder mal e todos perceberem que parecemos ser o que realmente não somos. Se agirmos como realmente somos, todos nos compreenderão.

Por mais sem instrução que uma pessoa seja, há muitas coisas que ela conhece dentro de seu trabalho, por exemplo. Naquilo, ninguém a supera. Ora, basta que essa pessoa seja ela mesma, sem falsidade, e contribua, na conversa, com o assunto que conhece bem.

Certa vez fui jantar na casa de uma família chique. Colocaram tantos pratos e pratinhos, tantos copos, talheres etc, que eu me vi perdido: não sabia o que deveria ser usado com o quê. Não pensei duas vezes: simplesmente falei à anfitriã: “Dona Fulana, a senhora me perdoe, mas eu não estou habituado a usar tudo isso. A senhora pode indicar-me quando e o quê devo usar?”

A senhora minha amiga riu com bondade, e disse: “Nem eu gosto disso. É que eu pensei que o senhor, que tem a mesma profissão do meu tio, fosse tão sofisticado como ele!” Conclusão: fomos todos almoçar na cozinha, com pratos e copos comuns. E ficamos amigos! De vez em quando eu aparecia por lá, e eles sempre me trataram bem, e de modo simples. Se eu quisesse bancar o “chique” teria me saído mal!

Outro caso é o de um operário inglês eleito operário do ano. Foi recebido pela rainha da Inglaterra num jantar especial. A dado momento, ele bebeu a água numa tigelinha, que ali estava para serem lavados os dedos. A rainha não titubeou: ela bebeu também a água, mesmo sabendo que não era para beber, e sim para lavar os dedos (acho que estavam servindo algo com osso, como frango, ou algum fruto marinho), e toda a “corte” fez o mesmo. Tudo isso para não deixar o pobre e simples operário sem jeito.

Não mintamos nunca! Sejamos sempre nós mesmos. É claro que, ao nos perguntarem coisas íntimas, devemos manter aquilo em segredo. Simplesmente digamos que não podemos ou não queremos falar sobre tal assunto.

Eu sempre faço assim quando me perguntam coisas sobre outras pessoas. Eu não minto, mas não falo coisa alguma. Digo coisas deste tipo: “Acho que esse assunto, você deveria perguntar diretamente à pessoa em questão”. A conversa imediatamente muda de assunto.

2- Assumamos nossa culpa quando fizermos algo de errado. Não mintamos. Se a gente quebra um copo, não digamos que não sabemos quem o quebrou, pois estaremos prejudicando pessoas inocentes.

3- Às vezes responder perguntas indiscretas com a verdade nua e crua desconcerta tanto o outro que ele não acredita na verdade. Ou então, mesmo que você não tenha feito aquilo, se você exagerar no que eles acham que é a verdade, não acreditam. Vou dar um exemplo:

Um rapaz de 12 anos às vezes urinava na cama por um distúrbio qualquer. Estava já em tratamento médico. Uma vez seus colegas tomaram coragem e chatearam com ele sobre o assunto. Ele disse, sério, sem rir ou hesitar, com a cabeça erguida: “Sim, é verdade. Eu urinei várias vezes por ano nos anos passados. E estou fazendo um tratamento para parar com isso.”

O resultado foi surpreendente! De instrumento de gozação, o fato tornou-se uma amostra de coragem e determinação, e o rapaz ficou bem cotado entre os colegas..

4- Se uma pessoa tem doença grave, incurável, nunca diga a ela. Se ela lhe perguntar sobre o assunto, se você sabe de alguma coisa, peça-lhe para perguntar ao próprio médico.

 

OBSERVAÇÃO:

 

Muitas vezes não podemos nos abrir em público, para não estragar nosso trabalho. Os religiosos de algumas ordens religiosas, por exemplo, usam um nome de consagração, diferente do nome de Batismo. Isso não quer dizer que sejam mentirosos ou falsos. Eu uso meu nome de consagração, que fiz há dez anos. Vida nova, nome novo. É o que fez Jesus com Pedro e ocorreu também com tantas outras pessoas no decorrer da história. Nesse caso, o relacionamento nosso é feito na base da confiança. Não se preocupem, por exemplo, em saber tudo da vida de quem escreve, mas reflita e faça o propósito de seguir tudo o que você achar que deve seguir, seja quem for quem escreveu.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

C.R. - 17 - NOSSA FÉ CATÓLICA

O ANJO DA GUARDA NOS GUARDA?

SÃO JOÃO EM VÍDEOS-01