PURGATÓRIO - STA. CAT. DE GÊNOVA


Tratado do Purgatório

Santa Catarina de Gênova (1447 a 1510)
(No final da página veja o vídeo de um frei que em 1952 morreu por três  horas e ficou no Purgatório. Ele descreve o que sofreu lá. Gostei muito do relato).

Santa Catarina recebeu em revelação particular isso tudo o que ela disse do Purgatório. É impressionante a concisão e a lógica das palavras, da exposição.

Vou tentar resumir para vocês, mas seria bom se vocês lessem o texto integral da santa. Vou deixar o link aqui para quem se interessar:

INTRODUÇÃO MINHA

Vai para o Purgatório quem morreu sem pecado grave, mas ainda não se arrependeu o suficiente para se purificar da mancha contraída pelo pecado, mesmo os já perdoados. Quando nos confessamos e nos propomos a não mais pecar, ficamos perdoados de nossos pecados, mas há ainda uma pena à nossa espera. Se não a pagarmos com os sofrimentos desta terra e/ou com as indulgências dadas pela Igreja (muito difícil de se estar nas condições necessárias para lucrá-las), vamos ter que nos purificar no Purgatório. Um arrependimento sincero e profundo, enquanto vivemos, apaga a mancha do pecado e nos leva ao céu.

Vamos agora ao resumo do que diz Santa Catarina:

1- O fogo se que fala a santa parece não ser material, mas sim é o amor de Deus que nos purifica.

2- As almas do Purgatório só têm uma vontade: a de estarem ali, nesse lugar de purificação.

3- Não dizem para si mesmas coisas como: “Eu, cometendo tais e tais pecados, mereço estar aqui”. Ou: “se eu não os cometesse, estaria agora no paraíso”. Ou ainda: “Aquelas almas saem fora do purgatório antes de mim”; “Eu sairei antes daquela outra”.

4- Elas sentem uma alegria tão grande de estarem cumprindo a ordem de Deus, desejando que Ele faça com elas o que e como desejar, que não pensam em outras coisas, nem coisas boas nem coisas más, no que se refere às outras pessoas. Estão vivendo ali na mais pura caridade, pois não podem se corrigir por si mesmas como foi possível fazer na terra. Não se ocupam de outros pensamentos, como os referentes a outras pessoas que estão ali penando por seus próprios pecados.

5- Logo que morrem lhes são reveladas a causa pela qual irão ao purgatório. Depois disso, já não pensam mais nela. Como sabemos, após a morte não podemos mais pecar. As penas que teremos que cumprir se referem apenas aos pecados cometidos nesta terra e já perdoados, mas que ainda deixaram manchas para serem purificadas.

6- A incomparável alegria que sentem as almas no purgatório ocorre por influência de Deus nelas: cresce à medida em que vão se consumindo os impedimentos que se opõem a essa influência. O impedimento é como uma ferrugem que se consome no fogo. À medida em que diminuem, a influência de Deus nela é maior, mais corresponderá à radiação de luz. Não é a pena que diminui: o que diminui é o tempo de a estar sofrendo.

7- As penas são extremas, e a santa diz que não consegue descrevê-las, mas explica como pode:

— A base de todas as penas é o pecado, quer o original, quer o atual. E quanto mais a alma se afastou de Deus aqui na terra, mas vai se tornando maligna e menos Deus se comunica com ela.

— A pena do pecado retarda o instinto beatífico para Deus, que perdemos pelo pecado original. A alma entende isso e disso nasce um fogo tão extremo, que chega a ser semelhante ao do inferno, porém sem culpa. Aliás, é a culpa que torna maligna a vontade do condenado ao inferno, ao qual Deus não se comunica com a sua bondade. Os que estão no Inferno partiram desta vida com vontade maligna e por isso seus pecados não foram perdoados, e nem serão, pois depois da vida terrestre não podem mais mudar a sua vontade. Ao partir desta vida, a alma permanece fixa no bem ou no mal. O julgamento é irreversível, porque, para além da morte, não há possibilidade de mudar a posição de liberdade, que foi fixada al como se achava no momento da morte.

— A alma no Purgatório sabe que a pena pela qual está passando a aproxima mais do estado de sua primeira criação, pura e limpa, e se descortina, aos poucos, para ela, o instinto beatífico para Deus. E sabe que a pena é finita, pois já estão sem culpa, cancelada pelo arrependimento. Com o passar do tempo sentem mais a radiação divina.

— Deus diminui a pena devida dos que estão no Inferno, não em duração, porque é para sempre, mas em quantidade, pela sua doce bondade. Ou seja: eles sofrem lá uma pena menor do que realmente mereciam. Diz a santa: “Oh! Como é perigoso o pecado feito com malícia! O homem dificilmente se arrepende dele, e não se arrependendo, permanece na culpa. E o homem persevera na culpa tanto quanto persiste na vontade do pecado cometido ou a cometê-lo.

— No Purgatório as almas têm suas vontades inteiramente em conformidade com a vontade de Deus. E Deus corresponde com a sua bondade e elas permanecem contentes com a vontade de Deus, pois são purificadas do pecado original e do pecado atual. As almas purificadas de toda culpa e unidas a Deus pela vontade, veem Deus claramente, de acordo com o grau em que Ele a elas se manifesta. Percebem quão importante é desfrutar Deus, pois sabem que as almas foram criadas para esse fim.

— As almas do Purgatório sentem a fome de Deus e padecem por isso, mas sabem que depois da pena vão poder vê-lo e serão saciadas plenamente dessa fome. Por isso suportam com amor suas penas, pois sabem que essas penas é que vão lhes trazer a visão beatífica. A união a Deus lhes é tão importante que, em comparação a ela, o Purgatório lhes parece nada, muito embora seja semelhante ao Inferno.

— O PARAÍSO: não tem nenhuma porta (por parte de Deus). Ali entra quem quiser entrar, porque Deus é todo misericórdia e se volta para nós com os braços abertos para nos receber em sua glória. Mas a essência divina “é de tal pureza e claridade, muito mais do que podemos sequer imaginar, que a alma que tem em si uma imperfeição como uma partícula de pó, se lançaria decerto em mil infernos, antes de encontrar-se diante da presença divina com aquela mínima mancha”. Como o Purgatório está precisamente à disposição para remover essa mancha, lança-se nele, sabendo que ali se encontra uma grande misericórdia, que é capaz de livrá-la desse impedimento.



8- A importância do purgatório : — A santa viu nele tanta pena quanto no Inferno, mas a alma o recebe com toda a misericórdia, pois a mancha que ela tem que tirar de si a impede de se unir ao seu amor, ou seja, a Deus. Pareceu à santa que a pena consiste mais em que a alma vê em si algo que desagrada a Deus e que ela (a alma) fez voluntariamente, contra a infinita bondade de Deus. Essa é a pena maior do que outras que ali a alma vai encontrar. As almas estão na graça de Deus, mas ainda sentem esse impedimento (as manchas deixadas pelos pecados perdoados), que não as deixa se acercar de Deus. Deus “vai continuamente atraindo a alma e inflamando-a no seu fogo, e não a deixa nunca, até que a tenha conduzido àquele ser primitivo, ou seja, para aquela perfeita pureza na qual foi criada”.

9- Cada um tem seu grau de perfeição próprio, de acordo com o que praticou aqui na terra, e chega a esse grau de perfeição após a pena purificadora. A santa compara com a purificação do ouro, que chega aos 24 quilates e aí não muda mais, por mais fogo que se coloque nele. Cada elemento tem seu limite próprio. Assim a alma: cada uma tem seu grau de perfeição.

10- Se as almas do Purgatório pudessem ser purificadas somente pela contrição, num instante pagariam totalmente suas dívidas, pois sua contrição é grande pela clara luz que as faz ver a importância do impedimento. Entretanto, o impedimento tem que ser pago integralmente, e Deus não o tolera nem em uma mínima parte, pois assim exige sua justiça (nota minha: acredito que essa contrição seja possível aqui na terra, e desse modo não precisaríamos passar pelo Purgatório. É o caso dos santos e santas...).

11- E diz mais a santa: “Agora que vejo estas coisas claramente na luz divina, sinto vontade de gritar com um grito tão forte, que poderia assustar a todos os homens do mundo, dizendo-lhes: Oh! Miseráveis! Por que razão se deixam cegar assim pelas coisas deste mundo, do que para uma necessidade tão importante, como na que se encontrarão e não tomais precaução alguma? Estão todos sob a esperança da misericórdia de Deus, que já é tão grande; porém não veem que tanta bondade de Deus será julgamento, por ter agido contra a sua vontade? Sua bondade deveria obrigá-los para fazer tudo o que Ele quer, mas não deve dar-lhes a esperança de cometer o mal impunemente. A justiça de Deus não pode falhar, e é preciso que seja satisfeita de uma forma ou de outra plenamente. Não confie, pois, dizendo: eu me confessarei e conseguirei depois a indulgência plenária, e no momento serei purificado de todos os meus pecados. Pensa que esta confissão e contrição, que se necessita para receber a indulgência plenária, é uma coisa tão difícil de se conseguir que, se tu soubesses, tremeria com grande temor, e estaria mais certo de não possuí-la do que de poder consegui-la”.


(A santa ainda continua a falar sobre o assunto, mas visando nossa vida aqui na terra. Se você se interessar a ver, o link está no início da página).

EXPERIÊNCIA DE 3 HORAS DE PURGATÓRIO DO FREI DANIELLE NATALE, EM 1952. DEPOIS QUE VOLTOU À VIDA, ELE AINDA VIVEU POR 42 ANOS, FAZENDO PENITÊNCIA, E DIZIA QUE NADA QUE SOFRESSE AQUI NA TERRA SE COMPARAVA À DOR DO SOFRIMENTO DO PURGATÓRIO. 



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