ROMARIA E PIQUENIQUE


 
O nascer do sol na romaria
14/07/2019 

O garoto perguntou para sua mãe, durante a caminhada de uma romaria onde havia milhares e milhares de pessoas: “Mãe, tá gostoso este piquenique”.
Realmente eu me admirei de quantas pessoas estavam distribuindo lanches, pipocas, bombons, paçoquinhas, café, café com leite, água mineral, guaraná, suco de laranja, mexerica, banana, maçã e sei lá mais quantas coisas, aos romeiros que passavam. 

É admirável esse serviço a que essas pessoas se doam. Intrigado, encontrei um amigo antigo de juventude se empenhando nesse trabalho. Feliz por tê-lo encontrado, pedi-lhe que me enviasse umas palavras sobre o porquê ele faz esse serviço, no caso dele de distribuir café com leite e sanduíches. Ele me enviou e eu transcrevi algumas de suas palavras: 

“Essa distribuição de alimentos é uma forma de eu agradecer, de eu partilhar a minha fé e a fé das pessoas. Na verdade em 2014 eu tive um problema sério de saúde juntamente com uma minha amiga, a que estava comigo na distribuição. Tivemos câncer de intestino: fizemos cirurgia, quimioterapia, e graças a Deus estamos bem, estamos curados, e aí surgiu essa ideia. Eu acredito muito nesse “Deus te abençoe”, “Deus lhe pague”, “muito obrigado” das pessoas. Eu acho isso muito forte, porque temos um Deus superior, um Deus em quem a gente acredita. Hoje em dia a gente vive de modo tão individualista, tão cheios de interesses! A pessoa às vezes faz uma ou outra coisa aos outros por interesse. Mas ali não! Ali as pessoas estão desprovidas de interesse. As pessoas estão praticando a sua fé, louvando Nossa Senhora. É um momento tão bom, tão gratificante, você poder dar um pão, um cafezinho quente para quem está ali, muitos vão descalços, fazendo a sua oração. Receber isso dessas pessoas é uma coisa que gratifica muito. Não fazemos isso, eu e minha amiga, por causa de promessas que teríamos feito. Fazemos porque é muito bom fazermos isso todos os anos, em agradecimento e louvor a Deus. Enquanto tivermos força, vamos continuar a fazer isso. É muito emocionante ver esses sentimentos de fé das pessoas. Uma das minhas amigas, que sempre vai, disse da importância desses cafezinhos, água e lanches doados, pois muitas vezes estamos caminhando com sede, com fome, com frio, e ter ali um acalanto, um carinho. Eu vejo que isso aí é muito gratificante. Eu procuro sempre ver Deus no meu irmão, nas outras pessoas. A minha fé está muito depositada aí. É um momento muito gostoso, muito legal e eu agradeço a N. Senhora Aparecida por tudo. Vejo ali os irmãos desprovidos de interesses, em suas condições mais de afeto, de fé. Aquele “Deus te abençoe” vem do fundo do coração deles. Ajudo, pois, pois é uma forma de agradecer e de participar da caminhada da vida e da caminhada do romeiro. É sempre uma caminhada, feita de percurso, de pedregulhos, de situações difíceis. Enquanto Deus permitir eu vou continuar a distribuir esses alimentos nessa romaria anual”. 

Fico sem palavras diante de tamanha fé. 

Percebi, também, que a romaria é uma forma de relacionamento entre as pessoas que não estão ali grudadas nos celulares: muitas conversas entremeadas de orações, de cânticos, tem um pouco de tudo. Mas mesmo quando estão conversando vejo isso algo positivo diante do individualismo grassante e tanta falta de comunicação pessoa-a-pessoa dos nossos tempos. 

Confesso-lhes que aprendi muitas coisas nessa romaria deste ano. Que Nossa Senhora, em seu cognome de Aparecida, possa nos abençoar a todos. Amém!

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