PURGATÓRIO: O JULGAMENTO



O JULGAMENTO APÓS A MORTE

13/10/17
A coisa mais certa desta vida é a morte. E a coisa mais certa depois da morte é o Julgamento a que nós vamos nos submeter. 
Li hoje a passagem do célebre livrinho “A Imitação de Cristo” intitulada “O Juízo e as Penas dos Pecadores”. Vou resumir o assunto tratado nesse trecho para vocês :(Se quiser ler o capítulo todo, o link é este: LIVRO 1, CAP 24

“Em todas as coisas, olha o fim e de que modo estarás diante do severo Juiz a quem nada é oculto, que não se deixa aplacar com dádivas, nem aceita desculpas, mas que julgará segundo a justiça”.

Você talvez me diga: “Mas... e a tal da misericórdia divina, que o Papa Francisco tanto menciona”? É aí que mora o problema. Deus é misericordioso, mas nós, geralmente, não. E somos nós mesmos que recusaremos a misericórdia divina, se morrermos em pecado grave ou não o buscamos durante a vida, ou pelo menos no final da vida. Deus não quer que ninguém vá para o inferno. É por isso que se sabemos que fomos perdoados por Deus após uma confissão bem feita, nós aprendamos a nos perdoar a nós mesmos. 

Não estou inventando isso. No catecismo católico, nº 679, estão estas palavras: “O Filho não veio para julgar, mas para salvar e para dar a vida eu está nele. É pela recusa da graça na presente vida que cada um já se julga a si mesmo, recebe de acordo com suas obras, pode até condenar-se para toda a eternidade ao recusar o Espírito de Amor”.

Realmente, o texto cita João 3, 18: “Quem nele crê não é julgado; quem não crê, já está julgado porque não creu no Nome do Filho único de Deus”.

Diz uma santa, parece que Santa Teresa de Ávila, que, se uma pessoa do inferno se dirigisse a Deus dizendo “Meus Deus, eu vos amo”, seria tirada de lá na hora. Com a sinceridade adquirida pela morte, nós seremos talvez muito duros conosco mesmos, se assim o fizemos com os outros durante a vida.

Talvez essa seja a melhor explicação do ensinamento: “Com a medida com que medimos os outros, seremos também medidos”. Aí que vem a famosa frase de Tiago 2,13: “A misericórdia triunfa sobre o Juízo”. Se fomos misericordiosos aqui na Terra, seremos misericordiosos na outra vida também para conosco. E saberemos, humildemente, pedir perdão a Deus de nossos pecados, e admitir nossa culpa, mas também o desejo que temos de nos purificar antes de entrarmos no paraíso. Aí, escolheremos o purgatório, se não temos merecimento para entrar diretamente no céu.

Para quem acredita nas aparições de Medjugorje, Maria disse aos videntes que as próprias pessoas escolhem ir ao Purgatório por não se sentirem puras o suficiente para entrarem no céu. Eu sempre comparei essa atitude com a daquele fulano que, com os sapatos enlameados por ter andado no barro, se recusa a entrar na casa de alguém que o está acolhendo, para não sujar a casa. Então vai, tira os sapatos e aí se sente mais à vontade. Esse “tirar os sapatos”, nesta comparação, é ficar uns tempos no Purgatório.

Continua o livrinho “A Imitação de Cristo”: “Ó misérrimo e insensato pecador! (...) Por que não te acautelas para o dia do juízo, quando ninguém poderá ser desculpado ou defendido por outros? Agora o teu trabalho é frutuoso, o teu pranto aceito, o teu gemer ouvido, tua contrição, satisfatória”!

Nesse ponto o autor lembra como podemos já nesta vida pagarmos nossos pecados como num purgatório:

- ser paciente: se for injuriado (a), mais se dói da maldade alheia do que da ofensa recebida;

- se rogar, de boa vontade, por seus adversários e de todo o coração perdoar os agravos;

- se não tardar em pedir perdão aos outros;

- se mais facilmente se compadecer do que se irritar;

- se constantemente fizer violência a si mesmo e se esforçar por submeter de todo a carne ao espírito (poderíamos simplificar isto dizendo: se procurar vencer seus maus hábitos).

“Melhor é expiar já os pecados e extirpar os vícios, que adiar a expiação para mais tarde”.

Aí, diz o texto, daremos maior valor à “tribulação sofrida com paciência”, “os piedosos se alegrarão e os ímpios se entristecerão”. Mais exultará o que mortificou-se do que os que sempre se nutriram de delícias.

“As vestes grosseiras brilharão”, mas “as vestimentas preciosas, caras, se desbotarão”. “Terá maior apreço o pobre casebre que a dourada mansão”.

“Mais valerá a paciente constância que todo o poderio do mundo. Mais será engrandecida a obediência sincera do que toda a sagacidade do mundo. Mais satisfação dará a pura e boa consciência que a douta filosofia”.

“Mais valerá o desprezo das riquezas que todos os tesouros da terra. Mais te consolará a lembrança duma devota oração que a de inúmeros banquetes”.

“Mais folgarás de ter guardado silêncio, do que de ter falado muito. Mais valor terão as boas obras que as lindas palavras”.

“Aprende agora a padecer um pouco, para poupar-te mais graves sofrimentos no futuro. (...) Se tanto te repugna o menor incômodo, que te fará então o inferno”?

“Logo, tudo é vaidade, exceto amar a Deus e só a Ele servir. Pois quem ama a Deus de coração não teme nem a morte, nem o castigo, nem o juízo, nem o inferno, porque o perfeito amor dá seguro acesso a Deus. Mas quem ainda se delicia no pecado, não é de estranhar que tema a morte e o juízo”.

Eu termino dizendo a todos e a todas que precisamos aproveitar certos percalços na vida a fim de recomeçarmos uma vida sem pecado, de muita misericórdia, oração e confiança plena em Deus.

Maria, em suas aparições (como em Fátima, Lourdes e Medjugorie) lembra que muitos até pensarão em se converter, nos seus dias finais, mas vão estar tão acostumados ao pecado que não conseguirão. Eu já presenciei isso com muita dor no coração. Um senhor recusou-se a confessar-se porque dizia que não tinha pecado, e morreu alguns dias depois.

Há pessoas que se acostumam tanto com o pecado que não mais o discernem. Acham que não estão pecando. Tudo se torna válido em seus pensamentos.

A Igreja está aí para isso, entre outras coisas: mostrar-nos o que é certo, o que é errado, e conduzir-nos no caminho de Deus. Escolher por si mesmo o que é certo ou errado é algo diabólico, e é justamente esse o pecado de Adão e Eva: decidirem por si mesmos o que podiam ou não fazer.

Muitos santos começaram o caminho da santidade após algum fato crucial em suas vidas. São Francisco Borja (1510-1572, celebrado no dia 10 de outubro), por exemplo, fora encarregado, pelo rei, de acompanhar o corpo da imperatriz Isabel, que já havia falecido havia alguns dias, mulher até então “de extraordinária formosura, até ao mausoléu, em Granada (Espanha). Antes de colocar o corpo no túmulo definitivo, foi novamente aberto o caixão. Aquele corpo em estado de putrefação impressionou profundamente o espírito do santo, levando-o a desejar uma consagração total a Deus na vida religiosa” (“O Santo do Dia, Dom Servílio Conti, IMC, dia 10/10). Ele converteu-se.

Confiemos na misericórdia divina, sim, mas também na força, vigor e coragem que Deus nos dá diretamente e por meio do nosso Anjo da Guarda (não o despreze. Dê um nome a ele e peça sua ajuda em tudo, todos os dias) e de Maria, assim como dos nossos santos prediletos. Peçamos diariamente que nos livre de todo e qualquer pecado e, sobretudo, que sejamos sempre humildes, a fim de que possamos pedir sempre e sempre o auxílio divino. Diz a Dei Verbum 36: “Sem Deus a criatura se reduz a nada”.

PROCURE NO YOUTUBE o depoimento de Maria Simma, falecida recentemente. Ela conversava com pessoas que estavam no Purgatório e apareciam-lhe para pedir orações.  Ela era vidente e recebia as almas que estão no Purgatório. IMPRESSIONANTE! E ela afirma que as pessoas escolhem por si mesmas irem ao Purgatório. Uma delas lhe disse: "Mesmo que Deus me liberasse as portas do Céu, eu escolheria o Purgatório, pois não me sinto ainda em condições de entrar no Céu. 

Nascimento: 5 de fevereiro de 1915, Sonntag, Austria, Áustria Falecimento: 2004, Sonntag, Austria.

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