A RELIGIÃO COMPLEXA E POLÊMICA
Religião: Complexa e
Polêmica
Disse Jesus: “Ai de
vós, escribas e fariseus, hipócritas, que percorreis o mar e a terra para fazer
um prosélito, mas, quando conseguis conquistá-lo, vós o tornais duas vezes mais
digno do inferno do que vós” (Mt 23, 15).
O sistema religioso é complexo e polêmico. Religião, política
e capitalismo andam juntos e misturados. Esse assunto é altamente complicado.
Há várias modalidades de transmitir a doutrina religiosa, como
por exemplo, na forma proselitista e imperiosa.
Saber o conteúdo em profundidade do esquema doutrinário religioso
é impossível. No entanto, o que sabemos muito bem é a pregação nos demasiados
sermões de amor, caridade, fé, esperança, felicidade, conversão, adoração, céu,
paraíso, anjos, almas e eternidade.
Na teoria tudo são lindo e maravilhoso, na prática a
diferença é escandalosa. Não existe um sistema que dissimula, que esconde, que
impera a hipocrisia do que o sistema religioso. A melhor máquina para alienar,
manipular, condicionar e escravizar é a religião. E a ferramenta que nunca
estraga, que não perece, não desvaloriza e que não tem prejuízo é “Deus!”. Em
nome de Deus, já se cometeu as mais terríveis carnificinas.
Tudo por maldade, pelo poder e pela ganância do dinheiro,
pela idolatria de seus ídolos capitalistas, pelo culto a personalidade e pelas
luxúrias bacanais.
De tanto falar em Deus de amor, de caridade ao próximo, do
sagrado, do sobrenatural, da paz, da salvação eterna, de fraternidade e de um
planeta para todos, na prática resulta em tanta incompatibilidade, perseguição,
inimizade, separação, cisma, detração, inveja, assassinato de reputação e
escândalos. Muitos líderes religiosos são capitalistas cruéis verdugos. A
falácia é a atitudes destes. Religiosos sofistas são inimigos ferrenhos dos
verdadeiros seguidores de Jesus de Nazaré.
Será que não seria diferente se a religião fosse de fato e de
verdade um sistema de guerra aberta e declarada, mas que na prática tudo fossem
“paz e amor”, “vida e felicidade abundante”, “pão e rosas” para todos,
“riquezas e salvação do planeta e da humanidade”. Que se falasse muito do
diabo, mas que na prática as atitudes fossem de anjos bons, de cismas, mas a unidade
e a comunhão sempre em primeiro lugar.
Os sermões dos líderes religiosos fossem
tomados pelo o ódio e pela perseguição, no entanto, no dia-a-dia vivessem a
fraternidade e o amor. Se o conteúdo doutrinário fosse perverso, mas que no
cotidiano fosse de bondade. Que os líderes religiosos pregassem o fanatismo e a
boçalidade, todavia, os fiéis vivessem a tolerância e a intelectualidade
pós-moderna. Que os líderes religiosos ensinassem o capitalismo e a luxúria,
mas vivessem na pobreza e na santidade.
É infernal, diabólico e criminoso ler o livro sagrado, orar,
está no templo, ofertar, dizimar ser líder religioso e não praticar as virtudes
divinas, não compartilhar o bem comum e não trabalhar pela amizade do irmão e
pela partilha do pão de cada dia.
Escreve São Tiago
Apóstolo: “A religião pura e sem mácula diante de Deus, nosso Pai, consiste
nisto: visitar os órfãos e guardar-se livre da corrupção do mundo” (Tg 1,27).
Afirma o premiado historiador, biógrafo, crítico inglês e
autor do livro Guerra Santa: como as viagens de Vasco da Gama transformaram o mundo,
Nigel Cliff: “A cooperação, às vezes, se
desenvolve, mas as guerras santas nunca terminam” (*).
Irmão Inácio José do
Vale
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