PERDOAR SEMPRE!

Esse é o maior mandamento. Diz João 13,34-35: “Assim como eu vos amei, vós deveis amar uns aos outros” Já em Marcos 12,28-34, Jesus nos manda amar ao próximo como a nós mesmos, e em Romanos 12,19-20 e Mateus 5,44-48, a amar até os inimigos.


Amar o inimigo é possível se entendermos bem que AMAR não é GOSTAR. Jesus não exigiu que gostássemos, mas que amássemos o inimigo. Isso significa tratar bem dele, não ter sentimentos de vingança, orientá-lo para descobrir Deus em sua vida e aprender a agradecê-lo, a fim de que possa ir para o céu, que possa realizar-se como pessoa.

Jesus nunca exigiu que não tivéssemos inimigos, pois ele mesmo os tinha e muitos! O que ele proíbe é que maltratemos a quem quer que seja, e que tiremos de nosso coração qualquer sentimento de vingança.

A CARIDADE

Geralmente não percebemos como prejudicamos a convivência com outras pessoas com nosso egoísmo, narcisismo, individualismo, pedantismo, pão-durismo, etc.

Havia dois amigos almoçando num certo lugar. Na travessa, um bife pequeno e um bife grande. Um deles pegou o bife grande. O outro reclamou: “ Que sem-educação! O certo seria você ter pegado o pequeno e deixado o grande para mim!” Aí o “sem-educação” respondeu: “Como você é cheio de boa educação, ia pegar o pequeno, não é mesmo? Eu só adiantei o que você iria fazer!


Muitas pessoas acham que têm direitos adquiridos em tudo o que fazem, e sempre têm uma desculpa honrosa para levarem vantagem. Muitas outras procuram compensar seu complexo de inferioridade obrigando os demais a seus caprichos e vivem dando ordens, como se realmente dominassem a situação. Muitas vezes isso é falta de segurança!

O cristão católico precisa aprender a controlar esses “ismos” todos e viver na humildade e na caridade, agindo como se nada possuísse e como se fosse indigno de tudo.

Ser humilde é ter consciência do que se é, aceitar-se como se é. Ser humilde não é a mesma coisa que ser tímido. Humildade é virtude, ao passo que timidez é defeito!

Ser humilde é agir de acordo com as próprias qualidades e capacidades, sem querer pavonear-se das qualidades. É também reconhecer que os demais também possuem capacidades e qualidades.

Ter medo de agir, muitas vezes, é soberba, vaidade, mas não humildade. Exemplo: muitos não querem ler nas missas por vergonha de errar (ou seja, por vaidade), e não por humildade. Seria, do mesmo modo, falta de humildade querer ler a leitura da Missa para que saibam que você é bom na leitura. 

Se você aceitar algum serviço ou cargo, tenha como único motivo a glória de Deus e o bem das pessoas, como diz 1ª Coríntios 10,31-33:

“Quer comais, quer bebais, quer façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”(...)”Em tudo agrado a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que assim se possam salvar”.

É preciso aprender a vigiar nossas ações pra não prejudicar o próximo no dia a dia, fazendo de tudo para viver apenas com o necessário, sem muitas exigências. Em tudo demonstramos se amamos ou não os demais: no banho (muitos demoram demais), na alimentação (muitos pegam tudo e deixam o outro sem nada), na limpeza (muitos sujam tudo e não limpam nada), na prestatividade (muitos acham que os outros são seus empregados) etc.

O cristão autêntico nunca vai querer tirar vantagem em tudo, pois a nossa única vantagem é o paraíso, a vida eterna! O resto é o resto! O restante das coisas é lixo, como diz S. Paulo em Filipenses 3,8:

“Tenho tudo como esterco, em busca do Reino de Deus” Romanos 12,3: “ Não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus proporcionou a cada um”.

Sobretudo, devemos ser humildes para com Deus, não o tentando pela falta de humildade, como pede Sabedoria 1,1-5:


“Deus se revela aos que o buscam com a simplicidade de coração, aos que não o tentam”.


Peçamos- lhe as graças com humildade, submissão, colocando-nos em suas mãos para o que ele quiser de nós, deixando-o “livre” para que ele faça conosco o que bem quiser. Lembremo-nos de que tudo o que recebermos, deixaremos aqui no dia de nossa morte, e tudo o que partilharmos, nos acompanhará à vida eterna. Acolher e respeitar nosso próximo nos abre para o acolhimento de Deus.


Tudo o que dermos a qualquer pessoa, é ao próprio Deus que estamos agradando, e Ele, que nos ama tanto, nos retribuirá. Eclesiástico 4,10 diz que tudo o que quisermos dar a Deus, demo-lo aos pobres e demais necessitados!

Temos de encontrar tempo para acolher, ouvir e conversar com quem nos procurar. Deus encontrará um “tempo” também para nós. Tenhamos misericórdia dos que erram. Ajudemo-los a se recuperarem e a recomeçarem nova vida. Deus terá também misericórdia de nós e de nossa família (Mateus 6,14-15). Diz Tiago 2,13: 

“A misericórdia triunfa sobre o juízo”.

Para vivermos em harmonia, nunca julguemos quem quer que seja, como nos pede Lucas 6,36-37: “ Sede misericordiosos como também vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados”.

Julgar é diferente de fazer uma crítica. Julgar é colocar más intenções naquilo que a pessoa falou ou fez. Se não soubermos os motivos pelo qual o outro fez isto ou aquilo, calemo-nos! Se precisarmos admoestá-lo, pensemos bem nisto: nunca coloquemos em suas “costas” uma culpa que achamos que ele tem. Ou seja: pode ser que a pessoa fez o que fez por fraqueza, ou outro motivo qualquer, e não por maldade ou “sem-vergonhice”.


Se uma pessoa quebrar algo, por exemplo, podemos até pedir-lhe mais cuidado com aquilo; isso não é julgar. O que não podemos fazer é dizer que a pessoa fez aquilo de propósito, apenas para contrariar-nos. Isso seria julgar. Diz S. Paulo, no capítulo 13 da primeira carta aos Coríntios, que a caridade nunca se findará, nem no céu. Vale a pena ler o capítulo todo, para perceber até que ponto devemos amar e “deixar para lá” tantas coisas que são motivos de brigas!

Jesus resumiu os dez mandamentos em três: Amar a Deus sobre todas as coisas, amar ao próximo e amar a si mesmo. Devemos amar ao próximo na mesma medida com que nos amamos. Amar a Deus, na verdade, se realiza no amor ao próximo.

Amar significa perdoar sem medida, como diz Lucas 17,4:

“ Se o irmão pecar contra você 7 vezes no dia e 7 vezes no dia vier a você e lhe disser: arrependo-me, perdoa-lhe!”.

Entretanto, o perdão implica numa reparação, numa compensação da parte que ofendeu. Se for um crime, deve ser normalmente julgado pela justiça.

A caridade também é partilha dos bens. Dificilmente vamos ficar sem recompensa quando sabemos partilhar. Deus nunca deixa falar nada aos que partilham, como Lucas 6,38:

“Dai e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos colocarão no vosso colo, porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo”.

É imbecilidade nos apegarmos aos bens materiais ou nos preocuparmos em demasia com o futuro. “O futuro a Deus pertence”, diz o ditado.

NÓS DEVEMOS PERDOAR SEMPRE!


Jesus diz que devemos perdoar sempre, em Mateus 18,22. Pedro lhe perguntara se devia perdoar até sete vezes, mas Jesus respondeu setenta vezes sete, que equivale a sempre. Em Lucas 17,4, lemos: “Se teu irmão pecar contra ti 7 vezes por dia e 7 vezes retornar dizendo que está arrependido, tu o perdoarás”.

Em Mateus 6, 14-15, Jesus diz que o Pai só nos perdoará se perdoarmos aos que nos ofenderam Perdoar, porém, não é “deixar pra lá”. Se for preciso aplicar algum corretivo, devemos fazê-lo, mas sempre com caridade e compreensão. Jesus pede, também, para tirarmos qualquer pensamento de vingança.

Há vários trechos de perdão que podemos meditar: Mateus 5,38-48; cap. 5 22-26; cap. 18, 23-35: Lucas 15, 11-32 (filho pródigo).

Em Romanos 12,19, vemos uma frase muito bonita e importante para nos trazer a paz: “A mim pertence a vingança, eu é que retribuirei, diz o Senhor”. No versículo 20, S. Paulo comenta que se tratarmos bem a quem nos odeia, se perdoarmos a quem nos ofendeu, esse ato será como que tivéssemos colocado “brasas” sobre a cabeça dele. Essas “brasas” são símbolos do remorso que o fulano irá sentir, e talvez se converter.


DEUS SEMPRE NOS PERDOA!



Se pedirmos perdão e nos comprometermos a não mais pecar. Os pecados graves devem ser confessados a um padre, mas não basta isso! É necessário que a pessoa se esforce para não cometer mais aquele pecado (e outros que tenha cometido). Seria bom refletir nos textos que falam sobre isso: Mateus 16,18-19, João 20,22-23, Tiago 5,16.

Os outros pecados mais leves serão perdoados se pedirmos perdão diretamente a Deus e fizermos atos de misericórdia e caridade. A misericórdia, o amor, a caridade, cobrem a multidão de pecados, diz 1ª Pedro 4,8.

Esses pecados mais leves também são perdoados com atos de reparação, como as orações, pequenos jejuns ou renúncias de vez em quando, como de alimentos, televisão, bebidas, doces, ou ainda aceitando e oferecendo a Deus os sofrimentos, em reparação dos nossos pecados.

Em 1ª João 1,9, vemos que “Se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda a culpa”.

O único pecado que não tem perdão é o cometido contra o Espírito Santo, que consiste em achar que Deus não pode ou não quer nos perdoar, e por isso não pedimos perdão. Isso pode ser refletido em 1ª João 5, 16-17; Mateus 12,31-32, Hebreus 6,6.


LADAINHA DO NUNCA E DO SEMPRE



Nunca praticar o aborto sob hipótese alguma! sempre preservar a vida em qualquer estágio.


Nunca odiar a quem quer que seja; sempre amar!

Nunca um cônjuge trair o outro; sempre ser fiel no casamento!

Nunca mentir, nem por brincadeira; sempre falar a verdade!

Nunca duvidar da bondade de Deus; sempre confiar em Deus!

Nunca duvidar do poder de Deus; sempre confiar no poder de Deus!

Nunca desanimar, seja qual for o problema; sempre estar animado!

Nunca deixar a oração; sempre rezar (orar)!

Nunca falar palavrões; sempre falar só o que for bom!

Nunca falar besteiras ou piadas sujas; sempre falar o que edifica!

Nunca buscar a riqueza; sempre buscar uma simplicidade de vida!

Nunca buscar o prazer ilícito; sempre praticar a sobriedade!

Nunca ofender a Deus nem ao próximo; Sempre tratar bem a Deus e ao próximo!

Nunca ser “porcalhão”; sempre praticar a higiene!

Nunca deixar de estudar; sempre estudar e ler coisas boas!

Nunca ficar ociosos; sempre fazer exercícios físicos!

Nunca se deixar viciar por nada; sempre vigiar para não cair nos vícios!

Nunca perder a serenidade, a paciência; sempre ser calmo e paciente!

Nunca zombar de quem quer que seja; sempre respeitar a todos!

Nunca ser preguiçoso; sempre ser ativo e trabalhador!

Nunca ser supersticioso; sempre confiar na presença de Deus!

Nunca comer ou beber demais; sempre ser sóbrio!

Nunca recalcar coisa alguma. Sempre se aceitar totalmente!

Nunca julgar ninguém; sempre ouvir antes de criticar!

Nunca deixar a luta; sempre estar pronto para o combate espiritual. 

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