O CAMINHO A ESCOLHER

O CAMINHO /O BOM EXEMPLO/A SINCERIDADE/A HIPOCRISIA

O BOM EXEMPLO. 

É muito importante! Jesus insistiu muito sobre isso. O anúncio do Evangelho vem antes pelo testemunho do que pelas palavras. Veja Marcos 6, de 7 a 13, em que os discípulos são enviados a pregar o evangelho na pobreza e com o bom exemplo. 

Diz o beato padre Carlos de Foucauld que “Devemos (não só proclamar, mas ) gritar o evangelho com a própria vida”, com o nosso bom exemplo. Desse modo, como diz Mateus 13, 33, seremos como o fermento na massa, o sal da terra, a luz do mundo. Isso inclui, é lógico, nunca julgarmos a quem quer que seja. 

Muitas pessoas confundem julgar com fazer uma crítica construtiva. A crítica construtiva sempre é bem vinda. O julgamento é que é proibido. Vou dar um exemplo para todos entenderem: Carlos derruba um copo no chão e quebra. Fazer uma crítica construtiva é mostrar-lhe como se pega no copo para não mais derrubá-lo, ou pedir que ele tome mais cuidado para que aquilo não mais aconteça. Julgar é começar a dizer que ele derrubou o copo porque tem raiva de você, ou por qualquer outro motivo consciente. Ou seja: julgar é achar que o outro agiu por maldade. 

Muitos cometem erro sem ao menos terem tomado conhecimento de que era algo errado o que faziam. Não há como julgá-los, só ajudá-los com uma crítica construtiva. 

O CAMINHO A ESCOLHER. 

Em Provérbios 23,26, Deus nos diz: “Meu filho, dá-me o teu coração. Que os teus olhos gostem do meu caminho”. Ora, há dois caminhos: o do bem, que é estreito, e o do mal, que é largo e espaçoso. É preferível escolher, entretanto, andar devagar e até mancando, mas no caminho do bem, do que correr no caminho do mal, diz São Tomás de Aquino. 

Em Deuteronômio 30, 15-20, Deus mostra os dois caminhos: o do bem, que nos leva à vida, e o do mal, que nos leva à morte, e pede que escolhamos o caminho do bem, o da vida . Em Mateus 5, 48, Jesus pede que sejamos perfeitos como o Pai celeste é perfeito, e a 1ª de Pedro 1,16, pede que sejamos santos como Deus é santo. Ou seja, esses trechos pedem que escolhamos o caminho do bem, que mais tarde só nos trará alegrias. O do mal, só nos trará tristezas, pois acabaremos indo ao inferno. 

No final do sermão da montanha, ou seja, Mateus 7,24 a 27, e Lucas 6,47 a 49, Jesus pede que construamos nossa casa sobre a rocha, que é Ele mesmo, e não sobre a areia, que são os pecados, os prazeres, as coisas supérfluas. A casa construída sobre Ele não cai, mesmo que os ventos e a chuva a castiguem, mas a casa construída sobre a areia é destruída de maneira fácil. 

A SINCERIDADE e a HIPOCRISIA 

A sinceridade é a base de nosso relacionamento com Deus e com todos. Diz o salmo 119/118,1: “Felizes os íntegros em seu caminho, os que andam conforme a lei do Senhor”. São ridículas aquelas pessoas que elogiam a tudo e a todos, mas sempre estão descontentes com tudo e com todos. 

Por outro lado, o elogio sempre faz bem quando é merecido. A crítica só deve ser feita se a pessoa em questão for sua subordinada ou se ela lhe pedir. As pessoas se ofendem muito quando alguém lhes chama a atenção. Entretanto, se eu for me confessar com algum padre, este deverá ser muito sincero para comigo, mostrar-me a verdade a meu respeito, sem rodeios. Muitos estragos têm sido feitos em pessoas, por não se lhes terem dito a verdade a respeito de sua vida de pecado. 

Para ser sincero com os outros, preciso ser sincero comigo mesmo, aceitando-me como sou, assumindo-me como sou, conhecendo e aceitando meus próprios limites e defeitos, mesmo que isso doa, ter consciência plena e humilde dos próprios pecados e pedir perdão deles a Deus, confessando-se pelo menos algumas vezes por ano. Isso nos leva à salvação e a uma alegria infinda, a uma paz deliciosa, como diz 1ª João 1,8-10: 

“Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a Verdade não está em nós. Se reconhecermos os nossos pecados, Deus, que é fiel e justo, perdoará os nossos pecados e nos purificará de toda a injustiça. Se dizemos que nunca pecamos, estaremos afirmando que Deus é mentiroso, e sua palavra não estará em nós. 

Há muitas pessoas que são do “time” “Me engana que eu gosto”, ou seja, que não aceitam nenhuma crítica às suas pessoas, por mais construtivas sejam. A hipocrisia é bem comum na sociedade atual. Muitas pessoas mentem, inventam, “enrolam” os outros, exageram, maquiam a verdade, tentam parecer o que nunca foram ou mesmo o que nunca serão, etc. 

Nossa hipocrisia começa logo de manhã quando cumprimentamos uma pessoa. Você está realmente querendo saber como ela está? Se a pessoa tiver a infelicidade de responder e tentar lhe mostrar o que não anda bem nela, você logo a descarta e lhe promete que num outro dia a escuta, e que está com pressa. Sempre estamos com pressa. 

No escritório, mais falsidade, quando temos que concordar com os chefes e dizer que está tudo bem, quando na verdade muitas vezes discordamos do que estamos fazendo de modo obrigatório. 

Nas prisões, a coisa piora: tanto os presos têm que concordar com os funcionários, como eles também têm que mostrar que é aquilo mesmo que querem, quando, na verdade, estão apenas cumprindo ordens. Os funcionários de uma prisão são bem diferentes quando estão em suas vidas normais. No trabalho, precisam mostrar uma cara de brabo, que muitas vezes não têm na vida normal. 

Quantas vezes temos que rir de piadas sem graça, só para contentarmos quem as contou! E concordar com tantas coisas às vezes contra nossa vontade! 

Os pastores e os padres, coitados, quanta ginástica precisam fazer, nas homilias, para não ofenderem estes ou aqueles! Qualquer assunto de que falam sempre provoca críticas, nunca contentam a todos ( e nem devem, se quiserem ser verdadeiros!). 

Quando o assunto é pecado, porém, os pastores e os padres devem sempre ser sinceros, mesmo que percam a amizade daquela pessoa. Nunca enganar a ninguém nesse assunto. São João Batista morreu assassinado por ter denunciado o adultério de Herodes! 

Jesus vivia pregando contra os fariseus e autoridades do tempo, por causa do fingimento e da hipocrisia, como em 

Mateus 23,27-28: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois semelhantes a sepulcros caiados...” 

Lucas 12, 1: “Acautelai-vos do fermento (=hipocrisia) dos fariseus!” 

Tiago 3,17: “A sabedoria que vem do alto(...) é isenta de parcialidade e hipocrisia.” 

Mateus 6,2.5.16 fala que é hipocrisia dar esmolas para sermos vistos. Mateus 23,13 diz que os escribas bloqueiam o Reino dos Céus aos homens, e eles mesmos não vão conseguir entrar. 

Outro tipo de hipocrisia é quando um assassino pega 13 anos de prisão e alguém que não matou ninguém pega 20 anos; ou aquele rapaz que foi preso por ter roubado uma barra de chocolate ao passo que certos políticos roubam milhões e nunca vão presos. Também o fato da sociedade, que aplica uma pena tão alta para atentado ao pudor, é a que mais faz propaganda desse tipo de coisas. 

Ou os pais, que só começam a arrancar os próprios cabelos, quando a filha fica grávida. Se não tivesse ficado grávida, poderia continuar em pecado quanto quisesse. Isso não é uma horrível hipocrisia? 

Agora, o pior tipo de hipocrisia é quando mentimos para nós mesmos e para Deus! SOMOS O QUE SOMOS DIANTE DE DEUS! Somos levados a pensar que somos melhores do que os outros, que levamos vantagens sobre outras pessoas, que temos supremacia ou sei lá mais o quê... 

Acabamos fingindo para nós mesmos, para os outros e para Deus. Se eu não me aceitar como eu sou, nunca vou melhorar nem vencer-me. E não podemos enganar a Deus. Isso é impossível! 

Dizia D. Valfredo Tepe: “Deus nos aceita como somos para transformar-nos naquilo que Ele quer que sejamos”. 

Eis um belo comentário do Pe. Fernando Cardoso (ver site na lista de blogs) 

04 de outubro de 2011 

Jonas começou a ser lido ontem. Hoje, a leitura de seu texto continua: “dentro de 40 dias, Nínive será destruída.” Esta Palavra ameaçadora de Jonas contra os Ninivitas pode e deve ser aplicada a nós. 

Vivemos em uma sociedade democrática; e isto é um valor. Moderna; este é outro valor. Tecnológica; terceiro valor, mas trata-se de uma sociedade que voltou as costas para Deus; e isto não é um valor, isto é um desvalor. Eis uma sociedade que baniu Deus dos centros decisórios. E assim, aonde é que se encontra Deus em uma grande cidade como São Paulo? Relegado a um fundo de sacristia. 

Todos se preparam a viver tranquilamente uma vida sem Deus: políticos, empresários, homens de negócios, mas também gente de todo tipo, de toda espécie, neste grande formigueiro de vai e vem que são as nossas grandes metrópoles. Mas não se alija Deus de nossas sociedades, sem um preço altíssimo a ser pago. 

E o que é que acontece com uma cidade sem Deus? Ela se torna desumana, ela se torna cruel, torna-se um covil de ladrões, torna-se um ninho de corruptos; há violência por toda parte, há o comércio sexual, existe o narcotráfico, existem aqueles que se aproveitam dos demais, existem opressores de todos os tipos. E nós somos vítimas de escolhas, que talvez não tenhamos feito pessoalmente, mas feitas por uma sociedade à qual pertencemos, na qual estamos inseridos e da qual também recebemos as consequências, pois somos todos solidários, quer no bem, quer no mal. 

“Dentro de 40 dias Nínive será destruída.” E está não é uma expressão fora de propósito às nossas grandes cidades. Dentro de algum tempo, a continuar como estamos, as cidades se transformarão em cidades cruéis onde homens cairão nas mãos de outros homens e sentirão na pele – já estão sentindo – como é cruel ser entregue às mãos dos homens. 

Abandonaram Deus e - como dizia São Paulo na Carta aos Romanos, capítulo primeiro - Deus os entrega também, ou seja, Deus respeita a opção feita, Deus respeita a liberdade, e a cidade, e a comunidade, fica entregue a si mesma. E se vai autodestruindo aos poucos. 

De que adianta um grande avanço tecnológico, se esse avanço tecnológico não é seguido de um avanço ético e moral, quando com este avanço tecnológico, avança também a agressividade e a ferocidade, digladiando-nos, entre nós mesmos, e nos matando uns aos outros? Não é esta a cidade que Deus quis: esta é Nínive. E esta cidade deve desaparecer.

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