TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

06/08/2019 
Evangelho Lucas 9, 28b-36 

Para nós, cristãos, parece tranquilo dizer que Jesus é cem por cento Deus e cem por cento homem. Entretanto, se formos ver as estatísticas, há muito mais pessoas no mundo que não acreditam nisso do que nós que acreditamos. Nós, cristãos, somos apenas um terço da humanidade. Dois terços ainda não acreditam na divindade de Jesus. Por que é tão difícil assim acreditar que Jesus possa ser também Deus?

É difícil, sim, para quem não recebeu essa informação desde criança. Na verdade, é algo humanamente incompreensível. Não há como explicar isso cientificamente. É fé pura! 

Quando dizemos que Jesus é Deus e homem verdadeiro, talvez estamos afirmando apenas que acreditamos naqueles que nos ensinaram isso desde criança! Mas há muitos que descobrem isso pelo também pelo coração, pelo contato com ele, mais do que pela fé. Há homens e mulheres na história que tiveram suas vidas mudadas pela fé em Jesus como Deus e homem. Um desses homens é São Paulo Apóstolo. Ele nos dá testemunho de que Jesus é tudo o que atualmente dizemos ser. Ele teve um encontro pessoal com esse Deus e homem. 

Antes dele, Pedro, Tiago e João tiveram esse encontro, no dia em que comemoramos hoje, ou seja, a Transfiguração de Jesus. Ele ficou todo mudado, iluminado de maneira inexplicável, e uma voz dizia: “Este é o meu Filho, o escolhido. Escutai o que ele diz!”. 

Entretanto, mesmo com tudo isso há muitas pessoas que não acreditam na divindade de Jesus e interpretam de forma diferente essa experiência que os Apóstolos tiveram, como as testemunhas de Jeová e os mórmons. Não acreditam que Jesus tenha-se revelado como Deus verdadeiro além de homem verdadeiro nessa sua transfiguração. Eles são chamados “pseudocristãos”, porque parecem ser cristãos, mas na verdade não o são, pois não acreditam na Santíssima Trindade. Podem ser cristãos no modo de agir, e isso talvez seja o suficiente para agradar ao Senhor... 

O único modo nosso de contato com Deus é por meio de Jesus, por ser também homem. O único modo de abraçarmos Deus é abraçando Jesus. Lembro-me de um rapaz, o Reginaldo, que tinha um amigo inseparável. O Reginaldo sofreu um acidente horrível e morreu. Um mês depois disso o irmão do Reginaldo, chorando, pediu ao que havia sido amigo do Reginaldo para abraçá-lo. Ele sentia que abraçando o amigo do seu irmão, que tanta amizade havia tido com ele, era como que se estivesse abraçando o irmão. 

A fé é um dom de Deus, mas podemos pedir-lhe esse dom. O Beato Carlos de Foucauld, milionário, não acreditava em mais nada, até que, desiludido com tudo o que tinha e vivia, começou a fazer apenas esta oração: “Deus, se existis, que eu creia em vós”. E obteve a graça da fé. Deixou a sua riqueza para sua prima, ordenou-se sacerdote e foi viver de modo pobre entre os tuaregues do deserto do Saara, em Tamanrasset. 

Isso tudo nos leva a pensar, também o quanto é necessária a pregação, a evangelização, pois naturalmente, embora possamos chegar à fé em Deus, nunca chegaremos à fé na divindade de Jesus. Só mesmo a evangelização pode nos levar ao cristianismo. 

Que nesse dia em que Jesus mostrou aos apóstolos toda a sua divindade e poder, possamos pedir-lhe perdão pela nossa falta de fé e talvez a de sermos cristãos um tanto acomodados. Que possamos ser mais evangelizadores. Que ao abraçar um irmão necessitado, estejamos abraçando o próprio Jesus, e, por “tabela“, o próprio Deus.

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