O CEGO JOGOU FORA O MANTO



Mc 10,45-52/ (30/10/2012)

É o evangelho do 30º domingo do tempo comum B. Bartimeu percebeu que Jesus passava e, cego que era, gritou “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!”. Entretanto, aqueles que sempre rodeiam o “chefe” para poderem controlar tudo, o impediram.
Em nossa vida do dia a dia é comum esse tipo de coisa: há pessoas que controlam ou tentam controlar o “poder” em suas mãos e dificultam o contato nosso com a pessoa desejada. Tal era o caso de Bartimeu, que, corajoso, continuou a gritar mais forte ainda e conseguiu ser atendido. Nunca devemos desanimar de nossas lutas em busca de Deus e da verdadeira felicidade, que obteremos com nossa humildade, constância e fé.

Os doutores da lei manipulavam o acesso a Deus, e a Igreja Católica fez, também, esse tipo de coisa durante muito tempo. Só agora descobrimos que “o Espírito sopra onde quer” e que Deus não é uma “mercadoria” que guardamos em nosso cofre para controlarmos sua posse.

Você já reparou que somos obrigados a chamar este de “vossa excelência”, aquele de “vossa alteza”, o cardeal de “vossa eminência”, o juiz de “meritíssimo”, o reitor de “vossa magnificência”, o papa de Vossa Santidade, o patriarca da Igreja Ortodoxa de “vossa beatitude”?

E agora eu pergunto: como chamamos Deus, nosso Criador, criador de tudo o que existe, principalmente na pessoa de Jesus Cristo, nosso redentor? Nós o chamamos simplesmente de Senhor ou mesmo de Você, Vós, Tu..., sem nenhum título honorífico, e ele nos deu certeza de atender-nos, conforme nossa fé, nossa sinceridade e nossa necessidade.

Gritando ainda mais forte, o cego foi ouvido por Jesus e, dando um pulo, “jogou fora o seu manto”. Ele se desvencilhou da única coisa que possuía para alcançar Cristo e segui-lo! Será que nós temos essa coragem? O que simboliza, em nossa vida, esse manto do Bartimeu? Casa? Família? Carro? Outros bens? O trabalho? Nossas ideias?

Jesus diz, em vários lugares, que precisamos renunciar a tudo para segui-lo, pois só então teremos sua graça e sua mão para puxar-nos. O cego teve fé, pois jogou fora o manto, sabendo que ia ser curado e que não precisaria mais dele.

Temos apego a nossas coisas e queremos, muitas vezes, seguir Jesus sem deixar nada de nós mesmos. O pior é quando nosso apego não é referente a coisas, mas a nós próprios e aos nossos pecados. Aí é que a “vaca vai pro brejo”, ou melhor, que nós vamos para o brejo.

Jesus curou o cego talvez porque ele tenha tido coragem de ficar sem seu manto e ir até ele, embora não enxergasse o caminho. Não consta que ele tenha voltado para pegar o manto. Só diz que “seguiu Jesus pelo caminho”.

Cena contrária a essa é a de Jesus em João, no lava-pés: não diz lá que ele tenha tirado a toalha que cingira na cintura, após ter lavado os pés dos discípulos: Jesus continua lavando os pés dos que o buscam!

Amigos, esse texto me apaixona porque explica os outros textos em que Jesus fala da renúncia como condição para segui-lo. Vamos abrir o nosso “baú” e procurar tirar dele as coisas velhas, já passadas e perdoadas. Vamos procurar nos despir do homem velho, jogar fora nosso manto e revestir-nos do homem novo, revestir-nos de Cristo, para “segui-lo no caminho”. Vale a pena! A vida eterna nos espera! Que Jesus cure a nossa cegueira. Amém!


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