TEATRINHO DE NATAL 1º ATO


É bem simples e pode ser feito até dentro da igreja.

1º ATO
Comentarista- Dona Marly está pedindo para o padre Júlio que empreste o salão paroquial e o pátio para uma quermesse. Ela é milionária.
(Dona Marly em frente ao padre Júlio, ambos sentados e de lado para o público).
Padre- Como tem passado, dona Marly?
D. Marly- Ai, padre, só problemas! Só pro-ble-mas!
Pe- Como vai seu esposo?
D. M.- Ah! Ele está no Guarujá. O nosso iate está velho e ele foi trocá-lo por um novo!
Pe. Velho? Quantos anos vocês o possuem?
D.M.- Imagine, padre Júlio! Já faz três longos anos que o utilizamos! Não aguento mais navegar nessa “arca de Noé”!
Pe- Três anos? Só? Mas... D. Marly, é pouco tempo!
D.M.- Padre Júlio, o senhor não troca seu carro de vez em quando?
Pe.- O Xavier? Não! Ele é de 1985!
D.M.- Ah, Esqueci-me de que seu Uno se chama Xavier! Mas... por que ainda não o trocou?
Pe- Não tenho dinheiro suficiente. Mas a paróquia está pagando o consórcio de um pálio. O Xavier é meu, não é da paróquia. Vou dá-lo para a minha mãe, quando chegar o carro novo. Eu adoro esse carrinho!
D.M. Eu poderia ajudar a compra o carro, mas estamos com tantos gastos! O senhor sabe quanto vou pagar pela nova piscina que estamos instalando em nossa mansão?
Pe.- Não faço ideia. Mas... o que a trouxe aqui?
D.M.- Eu preciso de seu salão e do pátio para montar um desfile de modas beneficente.
Pe.- Para ajudar a quem? Os pobres da paróquia?
D.M.- Não! Os pobres o senhor já ajuda! É para o Natal dos cachorros de dona Dida! São oitenta! Vamos comprar uma carne melhor e leva-los a um salão de beleza canina! Vão ficar uns amores!
Pe.- Ah! Que interessante! (Olha para o público e faz um sinal de quem diz: “vejam se pode uma coisa dessas!” Olha novamente para ela e diz): mas eu pensei... eu pensei...
D. M.- (interrompendo-o) Ora, padre Júlio, o senhor já tem bastante gente que ajuda a “pobrada”!
Pe- Sim, mas há muitos pobres e o dinheiro é sempre pouco!
D.M.- Ora, padre, Sei que o senhor se vira!
Pe.- O Natal ainda demora alguns meses! E também por que a senhora quer usar o pátio?
D.M.- É que vamos fazer convites a determinado preço, com direito a certa quantia de salgadinhos e refrigerante, que serão servidos lá fora, em barracas.
Pe.- Bem... eu vou falar com o conselho de finanças e de festas e depois lhe dou a resposta. Ou melhor, eu a convidarei para nossa reunião. Tudo bem?
D.M.- (levantando-se e se despedindo)- Tudo bem, padre. Aguardarei com ansiedade! Obrigado! Os cachorrinhos de D. Dida já estão latindo de alegria!
Pe.- Passe bem, D. Marly, e que Deus a abençoe!
(Quando ela sai, o padre faz um sinal de protesto com o punho fechado e diz, virado para o público:) Só por cima do meu cadáver, D. Marly! Nunca vou deixar que isso aconteça! (fazendo careta) “Os cachorrinhos de D. Dida”... Só essa faltava!
Comentarista – (enquanto um rapaz de uns 18 anos ou pouco mais entra e senta-se em frente ao padre, que o está recebendo):Naquele mesmo dia, o padre Júlio recebe um jovem da pastoral da juventude.
 Pe- Tudo bem, Carlos? Como vai?
Carlos- Tudo bem, padre.
Pe. E o grupo de jovens, a quantas anda?
C- Foi exatamente sobre isso que vim lhe falar. Estamos fazendo um trabalho no lixão da cidade...
Pe- Estão catando lixo?
C- Não, padre Júlio (rindo). Estamos dando assistência ao pessoal que trabalha lá sem condições! É uma tristeza!
Pe- Eu imagino! Com o meu trabalho na paróquia não tenho muito tempo de ir a esses lugares!
C- O senhor me perdoe, padre, mas deveria encontrar um tempinho! Valeria a pena!
Pe.- Fale-me um pouco do trabalho de vocês!
C- Falei  com um rapaz, o Luís, e com sua mãe, Felisbina, entre outros, mas percebi que eles exercem uma certa liderança entre os catadores de papel e material reciclável!
Pe.- Que bom! E como eles vivem?
C- Numa miséria incrível! Bebem chá mate e pão duro que ganham. O dinheiro obtido com o lixo mal dá para o alimento básico!
Pe.- E o esposo de D. Felisbina?
C- Está preso! E eles não podem comer tudo o que vem no lixão, pois há muita coisa estragada, mas aproveitam certos tipos de alimentos, além de catarem o material que transportam para um local meio distante daqui, para a reciclagem. Nem sei como ainda não morreram envenenados!
Pe.- E o que vocês pretendem fazer para ajuda-los?
C- Criar um posto de reciclagem de lixo aproveitável!
Pe.- Que ideia boa!
C- Haverá melhores condições de separar o lixo e embalar o lixo reciclável para o envio às indústrias especializadas nisso!
Pe.- Mas não temos um lugar para isso!
C- Sei de alguém que tem um terreno com um barracão que está há muito tempo sem uso!
Pe.- E o dinheiro, como conseguirão?
C- É aí que o senhor entra na história. Precisamos do salão e do pátio, várias vezes, até o Natal, para quermesses, a fim de obtermos o dinheiro necessário.
Pe.- Tudo bem, concordo com a ideia, mas há um outro pedido de utilização do salão que preciso propor ao conselho de finanças. Convido você a participar de uma reunião em que resolveremos isso. Tudo bem?
C- O.K., padre. Voltarei nesse dia. O senhor me avisa?
(Carlos, já em pé, cumprimenta o padre)
Pe- (dando-lhe a mão)- Aviso. Até logo!

C- (saindo) Até! Vamos mudar a vida dessa gente!

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