OPÇÃO FUNDAMENTAL E PECADO MORTAL

  

OPÇÃO FUNDAMENTAL E PECADO MORTAL

14/12/2022

Há uma corrente teológica que tem feito estrago na Igreja. Em palavras simples e rápidas, diz que as pessoas que fazem uma opção fundamental por Deus, pela bondade, não fazem pecado grave, mesmo que a matéria seja grave.

O papa São João Paulo II foi muito contra essa ideia, e alertou para o fato do erro que ela pode induzir nas pessoas. Em sua Carta- Encíclica “Veritatis Splendor”, ele afirma que: “A orientação fundamental, pode, pois, ser radicalmente modificada por atos particulares”. Ele faz uma citação de um documento que já havia falado disso, “Reconciliatio et Paenitentia (exortação apostólica pós-sinodal), de 02/12/1984, 17, MS 77 (1985 ), 221.

Diz ainda São João Paulo II que o pecado mortal ocorre, também, quando o homem, “sabendo e querendo, por qualquer motivo escolhe alguma coisa gravemente desordenada. Com efeito, numa escolha assim já está incluído um desprezo do preceito divino, uma rejeição do amor de Deus para com a humanidade e para com a criação: o homem afasta-se a si próprio de Deus e perde a caridade” (Veritatis Splendor, nº 70).

Devemos ter cuidado para não nos enganar no caminho para a vida eterna. O demônio nos engana com uma facilidade incrível. Se amamos de verdade a Deus e queremos realmente nos salvar, precisamos nos conscientizar de que a “opção fundamental” deve ser mantida e cultivada constantemente e sempre, nunca pode ser interrompida e, segundo lemos acima na fala do Papa, é interrompida, sim, com um pecado grave.

As consequências de acharmos que a opção fundamental nos impede de cometermos pecado mortal é funesta: pode levar as pessoas a cometerem pecados horrorosos e acharem que continuam na Graça divina.

É sempre bom lembrarmos que todos temos defeitos e muitas vezes má-formação do caráter, muitos ainda problemas psicológicos sérios, mas, se a partir disso a pessoa praticar pecados mortais, está no caminho errado.

Deus nos dá toda a força de que precisamos para sermos santos e não cometermos nenhum pecado. Mesmo que a pessoa tenha problemas sérios em suas tendências, pode, com a graça de Deus, viver uma vida de santidade, de castidade, de amor, de paciência, de humildade, de caridade.

Eu cheguei à conclusão de que a opção fundamental nos ajuda muito talvez numa coisa: voltarmos ao Pai quando pecamos e nunca desanimarmos no caminho da santidade. Precisamos nos reconhecer fracos e pecadores e sempre nos conscientizar dos pecados que fazemos, lutando muito e sempre para não mais cairmos após confessarmos.

Muitos, infelizmente, ainda não descobriram o poder da oração para nos santificar. Agora vejo quanto tinha razão Dom Angélico (ainda vivo, bispo emérito), quando nos perguntava: “Está rezando, irmão? Quem não reza, vira bicho!” Quantos problemas eu teria evitado, quando eu era mais jovem, se tivesse rezado mais. Só descobri isso depois de maduro!

Teófilo Aparecido de Jesus.

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