VIDA NA CARNE E NO ESPÍRITO
A VIDA NA CARNE E A VIDA NO ESPÍRITO SEGUNDO S. PAULO APÓSTOLO
“Se viverdes segundo a carne, morrereis – afirma Paulo – mas se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, então vivereis.” É preciso aqui explicar cada termo e seu peso respectivo no vocabulário teológico Paulino.
Carne é o homem todo para Paulo, mas sem Deus, sem ser conduzido por Deus, conduzido por ele mesmo, o homem, com suas paixões, com seus limites, com seu horizonte pequeno e fechado; o homem pecador.
Espírito, para Paulo, também não é a alma que se contrapõe ao corpo. Espírito para Paulo é o homem também, todo, inteiro, porém, conduzido por um outro Espírito: o Espírito de Deus. E assim, os homens espirituais são aqueles que, concretamente, deixam-se conduzir pelo Espírito de Deus, que receberam de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, como o único fruto e mais excelente de Sua paixão, morte e ressurreição.
O homem carnal é o homem, todo, inteiro também, não conduzido por Deus, de quem Deus não é o princípio nem o fim de suas próprias ações.
O homem espiritual, o homem conduzido por Deus, realiza plenamente a vontade de Deus.
Se você a realiza de modo perseverante na vida de cada dia, é porque é movido, conduzido e guiado pelo Espírito de Deus. Caso contrário, se houver alguém que não realiza a vontade de Deus, pelo contrário, que esteja emaranhado pelos próprios vícios e pecados, este aqui é o homem carnal, este aqui é conduzido por ele mesmo, vive uma vida autárquica e sem Deus.
Para o primeiro, o fim é a Vida Eterna; para o segundo, o fim é a morte. Mas aqui também é preciso atenção: quando Paulo fala normalmente morte, “tanatos” em grego, não quer com este vocábulo unicamente, nem principalmente, designar a morte biológica. Para aqueles que são conduzidos por Deus, a morte biológica, diria eu, é uma pura encenação, é alguma coisa de irreal, é alguma coisa que não existe, pois a verdadeira morte para aquele que crê verdadeiramente em Cristo, já ficou para trás. Sua verdadeira morte deu-se, quando se uniu à paixão e morte de Jesus por ocasião de seu batismo. Essa morte, que chamamos biológica, nada mais é do que a cessação desta vida transitória, para o início de uma vida plena e definitiva, que não pode, evidentemente, ser chamada de morte.
Por isso mesmo Paulo nunca chama a esta morte biológica de morte. Ele reserva outro vocábulo a respeito dos que dormiram, ou então fala do sono.
Se você é uma pessoa conduzida pelo Espírito de Jesus, e se deixa conduzir por este Espírito, sua morte perigosa, aquela que se deve temer, já ficou para trás. A morte biológica nada mais é do que passagem para a plenitude de vida. E neste caso, sua vida não é tirada, é simplesmente transformada, e transformada para melhor.
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