JESUS E ZAQUEU – TEATRINHO


Este texto pode ser usado como jogral (mais fácil) ou teatrinho. Com os parêntesis, é teatro. Sem os parêntesis, é jogral.

(1ª CENA)

Comentarista (C): (mesa e cadeira no palco. Zaqueu está sentado e Obed em pé, diante da mesa). Zaqueu atende um judeu chamado Obed.
Zaqueu (Z)- Obed, você vai ou não pagar o imposto?
Obed (O)- “Seu” Zaqueu, é muito alto! O senhor está cobrando mais do que é justo! Não tenho como pagar tudo isso! Tenha piedade!
Z- Se não pagar, vou ficar com suas terras!
O- Mas é o único bem que possuo! E os meus filhos? Como vou cuidar deles?
Z- Você deveria ter pensado nisso antes de pô-los no mundo!
O- Me dê um tempo!
C- Zaqueu pensa um pouco (se for teatro, não é preciso dizer isso)
Z- Está bem! Só uma semana a mais!
O- (beijando a mão de Zaqueu). Obrigado, Seu Zaqueu, obrigado! O senhor não vai se arrepender! (e sai).

      (2ª CENA)
(Zaqueu fica sozinho. Uma música lenta e triste toca ao fundo. O comentarista fala ao microfone enquanto Zaqueu olha para um papel sobre a mesa, pensativo).
C- Zaqueu vivia uma vida vazia, inquieta, triste. Não estava feliz com o que fazia, embora não tivesse forças ou incentivo para sair dela. Sentia falta de alguma coisa ou de alguém, que lhe mostrasse algo pelo qual valesse apena viver. Sua esposa e filhos viviam no luxo, financiado pelo dinheiro que ele roubava dos outros na cobrança de impostos. Chefiava não um grupo de trabalhadores, mas na verdade como que uma quadrilha organizada e apoiada pelo governo romano. Até quando viveria esse tipo de vida mesquinha e desonesta?
     
      (3ª CENA)
(Zaqueu ainda está pensativo quando entra um de seus subordinados com um pequeno saco de dinheiro)

C- Certo dia, pensando nessas coisas, um de seus subordinados entra com um pequeno saco de dinheiro e lhe diz:
EMPREGADO (E)- Seu Zaqueu, eu consegui receber o imposto daquele homem que mora perto da pedra grande.
Z- (olhando para ele, após pegar o saco de dinheiro e guardá-lo numa caixa ou outro lugar). Muito bem! Você é o meu melhor empregado! Sempre consegue tirar dinheiro desses trouxas!
E- Eu estou achando o senhor meio cansado! O que houve?
Z-Nada, nada! Muito trabalho e problemas! O povo está sem dinheiro! Está difícil ganhar a nossa comissão!
E- Seu Zaqueu, não vá se zangar, mas não acha que estamos cobrando muita comissão?
Z- (olhando para cima e voltando a encará-lo). É o nosso ofício! Se abaixarmos o imposto, eles vão ficar sabendo que o imposto cobrado por Roma é bem menor do que o que cobramos!
E- É...isso é verdade! Eu preciso ir embora
Z- Dou sua parte na semana que vem!
E- Confio no senhor. Até amanhã!
Z- Até amanhã!
E- (voltando)Ah! Estava me esquecendo de dizer que está na cidade um cara famoso chamado Jesus. Dizem que é muito bom, não discrimina as pessoas, vive pobremente, não aceita subornos, cura doentes, fala bonito e até ressuscita mortos!
[no jogral o comentarista diz: Zaqueu olha para a janela]
(no teatrinho, Zaqueu olha para a janela)
Z-É! Já ouvi falar dele! Como eu gostaria de conhecê-lo! Deve ser um homem muito interessante! Mas deve ser como esses fariseus de uma figa, que se acham importantes e vivem separado dos que têm profissão como a nossa! Eu vou ser repudiado por ele, por causa da profissão. Mas não haveria um modo de vê-lo sem ser visto?
E- Suba numa árvore que as folham vão cobri-lo!
Z- É uma boa ideia! Vou pensar nisso!

      (4ª CENA)
(Zaqueu fica outra vez sozinho, música bonita e lenta. Olha pela janela, para o infinito, passa a mão pelo queixo, num tom de quem está pensando).
C- Zaqueu não sabia ainda, mas estava para perceber que se sentia atraído por tudo o que falavam de Jesus, tão diferente dele. Será que ele o receberia? Ou lhe viraria o rosto? Zaqueu queria conhecê-lo, mas tinha medo de duas coisas: de que Jesus o rejeitasse e de que ele conseguisse penetrar seus pensamentos e visse que ele era pecador. Sentia-se incapaz de mudar de vida, pois não conseguiria viver de outro modo. Que vida estava agora vivendo? Uma vida vazia. Apesar de ser muito rico, não era feliz. Não percebera a graça de Deus já percorrendo seus ossos, seu corpo, sua alma, sua vida! De repente, Zaqueu avistou ao longe Jesus pela janela e disse, saindo correndo da casa:)
Z- É ele! É ele que está passando ali! (e sai correndo)

      (5ª CENA)
(Zaqueu está de pé. Pode ser numa cadeira ou numa escadinha, com uma placa: ÁRVORE, num canto do palco, e Jesus está no outro canto).
C-Zaqueu subiu numa árvore, um pouco distante de Jesus, para vê-lo sem ser visto. Jesus estava dirigindo-se a outro canto da cidade, mas avistou Zaqueu (Jesus pára e olha para Zaqueu) e percebeu, mesmo de longe, que nele havia sinceridade no desejo de conversão, de mudança de vida. Jesus lê nossos pensamentos e enxerga as qualidades, às vezes adormecidas, que temos. Ele tem o poder de fazer frutificar essas qualidades e aumentá-las a tal ponto que superem, em muito, os defeitos. Uma pessoa, quando pede perdão de seus pecados, é plenamente perdoada, pode recomeçar vida nova. Entretanto, não devemos parar no pedido de perdão, mas ir além, mudando nosso modo de agir e de tratar as outras pessoas. Em resumo: mudar não só de ideias, mas de vida, nossa vida toda. Jesus muda de trajeto, vai para perto de Zaqueu e lhe diz:
JESUS- (Dirigindo-se a Zaqueu com algumas pessoas representando o povo que o seguia): Zaqueu! Desça dessa árvore porque quero jantar em sua casa!
Z- Mestre, como o senhor me viu?
C- Jesus não respondeu. Limitou-se a esperar que ele descesse da árvore.
Z- Será um grande prazer recebê-lo em minha casa!

      (6ª CENA)

(Uma mesa. Jesus sentado numa ponta e Zaqueu na outra, ambos de lado para o público. Algumas pessoas estão sentadas ao redor deles, incluindo os dois homens que apareceram anteriormente).
C- Já na casa de Zaqueu, com vários convidados, entre eles os dois que haviam falado com ele, Zaqueu perguntou:
Z- Senhor, gostou do alimento?
J- Zaqueu, não vim até aqui exatamente para me alimentar, mas para alimentar a sua fome de Deus! Converta-se e creia em minhas palavras!
Z- Eu já ouvi falar do que o senhor faz e fala, e gostei de ouvir, mas sou muito pecador! Como posso mudar de vida?
Jesus- Desfaça as coisas erradas que você tem feito e seja misericordioso como o Pai é misericordioso. Seja santo como o Senhor é Santo!
C- Zaqueu fica um pouco pensativo. Após uns instantes de indecisão, olhando para o lado, levanta-se, num ímpeto de decisão, levanta-se, vai ao lado de Jesus, ajoelha-se, pega em sua mão e lhe diz:
Z-Senhor, de tudo o que roubei vou devolver quatro vezes mais, segundo manda a lei, e darei a metade do que tenho aos pobres!
J- (olhando para Zaqueu) Muito bem, Zaqueu! Você está fazendo o que agrada a Deus! (depois para os demais): E digo a todos vocês: Hoje a salvação entrou nesta casa, pois aqui está um verdadeiro descendente de Abraão, que abraçou a mesma fé que esse Patriarca. (O homem que devia a Zaqueu faz um gesto de alegria).
C- E assim, a paz entrou na vida de Zaqueu, que nunca a tivera antes. Vários dos seus amigos também se converteram, e pelo menos por um tempo, os pobres daquela cidade respiraram aliviados, até que o Império Romano nomeasse outro chefe de publicanos mais durão do que o que ficara no lugar de Zaqueu.
TODOS (ou do jogral ou que estão no palco, virados para o público:) E nós, a que precisamos renunciar para sermos santos?
FIM



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