NOSSOS TRÊS ENGANOS


20/01/16



Segundo o Papa Paulo VI, num comentário do missal cotidiano sobre a primeira leitura da quarta-feira da segunda semana comum, ano par, de 1ª Samuel 17,33 ss.

1º ENGANO- 

“Enganarmo-nos interiormente pelas aparências de bem que o mal às vezes aparenta”.

2º ENGANO-

“Deixarmo-nos sufocar pelos obstáculos à verdadeira liberdade da reta consciência”.

3º ENGANO-

“Levados pelas lisonjas, acabamos cedendo à aquiescência e à experiência do mal”. Ou seja, preferimos conservar os amigos, mesmo que para isso vamos nos deixar levar pelo pecado. 

O pecado exerce sobe nós uma atração muito forte e acabamos sendo levados por ele e por ilusões como a de que não vamos conseguir ficar sem praticar aquilo, ou que a tentação não vai passar nunca, ou que vamos ser felizes se fizermos aquilo.

Muitas vezes vemos o mal como se fosse um bem, e isso atrasa nossa vida! Vamos perceber nosso engano tarde demais.

Um jovem evangélico contava a outros que naquelas férias Deus tinha “preparado” uma garota para ele, e acabaram pecando. Eu lhe mostrei que ele acabara de fazer, talvez, um pecado contra o Espírito Santo, pois era algo mau o que ele fizera, e isso nunca teria sido preparado por Deus.

Deus não “prepara” pecado algum para quem quer que seja! Veja Mateus 12,31-32: Esse tipo de pecado, de atribuir coisas más a Deus, “não tem perdão nem neste mundo, nem no vindouro”.

Muitas pessoas não sabem o que é pecado. Quando sabem, muitas ve3zes pecam apenas para não contrariar os amigos (3º engano). Ficam “sem graça” de praticar o que é correto, para não serem chamados de “xarope” pelos amigos.

Outros desistem da luta, “dependuram a chuteira”, e, para isso, deixam a comunidade eclesial a que pertencem, deixam a leitura bíblica e as orações. 

O comentário do missal dominical referente a 1ª Coríntios 10,1-12 e Lucas 13,1-9 (3º dom. da quaresma ano C) fala da gravidade e da seriedade da conversão. A graça de Deus, sozinha, não é suficiente. É preciso, também, nosso empenho, nossa colaboração. Eis o comentário:

“O caminho de conversão pode levar a opções dilacerantes e que transtornam, situações em que não é fácil ou até impossível voltar atrás ou serem modificadas”. E enumera: divórcio, rompimento com a Igreja ou com a vida sacerdotal ou religiosa, concubinato com filhos, uma inesperada e não desejada maternidade (que às vezes leva ao aborto), o não estar psicologicamente preparada para aceitar um filho, um viciado em drogas, uma grande injustiça sofrida, o comportamento de desconfiança e de ciúmes entre marido e mulher ou entre pais e filhos, conflitos entre famílias, vinganças...”

“No entanto, sempre e em todos os casos, é válido o apelo à conversão. É um caminho longo e difícil, que dilacera o coração e exige o respeito e o auxílio de toda a comunidade”.

Jesus nos pede a conversão custe o que custar, embora muitas opções não dependem mais de nós. Ele nos dá força para vencermos, para retomarmos nosso caminho. Veja Hebreus 12, 4: “Vós ainda não resististes até o sangue na vossa luta contra o pecado”!

Talvez possamos vencer as tentações nos conscientizando disto:

1- A tentação dura pouco. Amanhã ela “já era”.

2- A pessoa que peca fica frustrada e humilhada se não vencê-la.

3- Se a pessoa vencê-la, ficará satisfeita com a vitória, sentir-se-á mais feliz em saber que não pecou, e, o melhor de tudo, sentirá no mais profundo de sua alma a graça e a presença de Deus. Deus nunca abandona quem luta por seu amor.

Realmente, a ilusão é muito forte e dá a impressão que é invencível. O pecado nos traz um imenso vazio e nos tira a proteção divina.

O Beato Irmão Carlos de Foucauld diz que nossa vida consiste numa escolha e numa provação para a Vida Eterna. Muitos obstáculos prejudicam nossa caminhada ou nos impedem de ir ao céu.



A “ordem do dia” é, pois, nos conscientizarmos desses três enganos e mudarmos totalmente a nossa vida, para chegarmos ao paraíso.



E VEJA O QUE O PAPA FALA SOBRE O "ACOSTUMAR-SE COM O PECADO":


Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 29/01/2016, Gaudium Press) - Já houve ocasiões em que o Papa Francisco falou sobre o acostumar-se ao pecado, ser indiferente a ele, não pedir perdão, tornar-se corrupto.

Hoje, sexta-feira, 29 de janeiro, este foi novamente o assunto tratado em sua homilia durante a Missa Matutina celebrada na Capela da Casa Santa Marta. Sem dúvida um tema importante ao qual o Pontífice voltou, sem repetir-se.

História Bíblica

Francisco fez seu comentário após narrar a história bíblica de Davi e Betsabé. Quando ele aproveitou para mostrar no fato bíblico o ensinamento de que o demônio induz os corruptos a julgar que pouco importa obter ou não o perdão de Deus.

Eles não sentem necessidade do perdão de Deus.

O Papa mostrou que se pode pecar de muitas maneiras e em intensidade. E por todos os males que se pratica pode-se pedir perdão a Deus. O arrependimento sincero e o pedido de perdão levarão o pecador a ser perdoado.

Francisco aponta o nascimento da dificuldade do perdão com o surgimento dos corruptos.

A maldade do corrupto está no fato de ele julga que não necessita do perdão e, muito menos, necessite ser perdoado: "ele não precisa pedir perdão", porque lhe é suficiente o poder no qual se sustenta a sua corrupção, disse o Santo Padre.

Não preciso de Deus

Este foi o mesmo comportamento assumido por Davi, depois de se apaixonar pela esposa de seu oficial Uria que combatia por ele numa frente de batalha. A paixão por Betsabé tornou-o insensível no reconhecimento de seu pecado, levou-o à corrupção quando já pouco lhe importava saber do que era o bem ou o mal.

Citando trechos das sagradas escrituras, o Papa ilustrou seu pensamento descrevendo o caminho de Davi para chegar à corrupção, a insensibilidade diante do bem ou do mal:

Depois de seduzir a mulher e saber que ela estava grávida, Davi arquiteta um plano para encobrir o adultério. Ele chama Uria da frente de batalha e lhe propõe um descanso em sua casa.

Em sua lealdade, Uria não aceita descansar enquanto seus homens morrem.

Mas, insensato em sua corrupção, Davi tenta de novo, levando-o à embriaguez,, Mesmo assim não obteve sucesso...

Diz o Papa sobre o fato: "Isto colocou Davi em dificuldade, mas Uria disse: ‘Não, não posso...' E escreveu uma carta, como ouvimos: "Façam Uria ser capitão, coloquem-no à frente da batalha mais difícil e depois, retirem-se, para que seja atingido e morra". Uma condenação à morte. Este homem, fiel - fiel à lei, fiel a seu povo, fiel a seu rei - recebeu uma sentença de morte". 

Falsa "segurança" do corrupto

"Davi é santo, mas também pecador". Apesar de ter cedido à luxuria, lembra o Pontífice, que Deus "gostava tanto" dele.

"O grande, o nobre Davi" sente-se tão "seguro" - ‘porque o reino era forte' - que, depois de cometer adultério, move todas as alavancas à sua disposição para chegar onde inescrupulosamente queria ir. Conspirou, ordenou as coisas, de um modo mentiroso, até conseguir o assassinato de um homem leal, praticando um crime com capas de infortúnio de guerra. Diz o Santo Padre:

"Este é um momento na vida de Davi que nos faz ver um momento pelo qual todos nós podemos passar em nossa vida: é a passagem do pecado à corrupção. Aqui Davi começa, ele dá o primeiro passo em direção à corrupção.

Ele detém o poder e a força. E por isso, a corrupção é um pecado mais fácil para todos nós que temos um poder qualquer, seja poder eclesiástico, religioso, econômico, político...

Porque o diabo nos faz sentir seguros: ‘Eu posso'".

Rotina do Pecado: endurecimento do coração

Davi, aquele mesmo rapaz de coragem, vencedor dos filisteus, teve o coração arruinado pela corrupção da alma.

"Hoje gostaria de destacar somente isso", disse o Papa.

Para o Pontífice, há "um momento em que a rotina do pecado, um momento em que a nossa situação é tão segura e somos bem vistos e temos tanto poder" que o pecado deixa "de ser pecado" e passa a ser "corrupção".

E "uma das piores coisas que há na corrupção é que o corrupto não sente necessidade de pedir perdão":

"Façamos hoje uma oração", propôs Francisco:

‘Senhor, salvai-nos, salvai-nos da corrupção. Pecadores sim, Senhor, somos todos pecadores, mas corrompidos, jamais'. Peçamos esta graça". (JSG)

Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/76304#ixzz440WvvFQ6 



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